O-Sensei Morihei Ueshiba

07/05/2023

O Fundador do Aikido foi alguém que, provavelmente como você, procurava estar em paz qualquer que fosse a circunstância. Ele desejava manter uma conexão harmoniosa com todas as coisas por todo o tempo. À medida que o tempo passava e suas habilidades marciais tornavam-se fenomenais, ele falava mais e mais sobre nossa família humana global, sobre a necessidade de cada pessoa estar aberta para os caminhos da natureza e do universo, viver o amor e o respeito por todos os seres com o objetivo de curar a si mesmo e ao mundo. O produto de sua vida, e o seu presente para nós, é o Aikido.

Ele nasceu com o nome Morihei Ueshiba, em 1883, em Tanabe, uma pequena vila japonesa de pescadores e camponeses. Seu nome, Morihei, significando “paz abundante”, foi profético.

Começou seus estudos de artes marciais na juventude. Treinou primeiramente Sumo; em seguida, espada tradicional, uso de lança e Ju Jutsu, enquanto, ao mesmo tempo, se dedicava com voraz apetite à matemática, à física e aos estudos espirituais. Investindo anos em treinamento, sua proficiência e sua reputação como renomado mestre de artes marciais cresciam. Sua fama atraiu muitos desafiantes que vinham testar suas habilidades e refutar a lenda do grande guerreiro. Inevitavelmente ele venceria a todos, sendo que muitos deles chegaram a pedir para serem aceitos como alunos.

Após um desses confrontos, onde facilmente se evadiu de repetidos golpes com uma espada de madeira, assim fazendo sem ferir seu desafiante, ele teve uma luminosa revelação: vencer como resultado da derrota de alguém não é uma verdadeira vitória. A partir desse ponto suas profundas crenças espirituais e sua extraordinária arte marcial tornaram-se uma coisa só.

Em 1941, O-Sensei (Grande Mestre), como ele mais tarde seria conhecido, começou a chamar de Aikido – o caminho da harmonia e do amor – a seu sistema de arte marcial. Ele ainda atraía muitas pessoas, que vinham pela profunda admiração e respeito por uma lenda viva, e também pelo poder de seu Aikido. O-Sensei sempre manteve um estilo de vida simples, e uma forte ligação com a terra através de sua pequena fazenda. Ele amava o trabalho com o solo, o plantio, os cuidados com o crescimento e a colheita. Fez o mesmo com sua arte marcial, que cresceu por todo o mundo, espalhando milhões de sementes do alimento do Aikido.

O-Sensei viu o grande potencial do Aikido para criar uma cura global, e encorajava seus alunos a levarem esta arte para o mundo. “O propósito do Aikido”, ele dizia, “é construir um céu na terra organizando as pessoas num convívio de amizade e harmonia. Eu ensino esta arte para ajudar meus alunos a aprenderem como servir seus próximos.” O-Sensei faleceu em 26 de abril de 1969, sabendo que seu amado Aikido já estava sendo ensinado e praticado não apenas no Japão, mas em vários lugares do mundo.

Link para o original: https://aikidokas.com.br/aikido-2/

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Francisco Jefferson – @mibbbrasil

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Aikido – Pronúncias – Por Rubens Kawahara

10/04/2023

Como o Aikido é uma Arte Marcial Japonesa, é natural que os nomes de técnicas estejam em japonês. Em geral, os nomes descrevem os movimentos, utilizando palavras comuns do dia-a-dia em japonês, outras vezes palavras mais associadas a artes marciais.

Como temos seminários no Brasil com a visita de mestres japoneses durante o ano, devido a ter nos acostumado com pronúncia incorreta de algumas palavras acabamos não entendendo o que é dito e vice-e-versa (Lembro-me que quando treinei Judo quando pequeno, aprendi uma técnica como Shoi-nague, quando a pronúncia correta é Seoi-nague).

Quem tem alguma familiaridade com o idioma também estranha a pronúncia dekasségui, é muito difícil encontrar palavras pronunciadas com a vogal aberta (a pronúncia seria dekassêgui). Também não há vogal nasalada, ou seja, “san” seria pronunciada como “sa””n” e não como “sã”.

Com o intuito de tentar melhorar a nossa pronúncia (principalmente para os faixas pretas), na medida do possível estaremos passando um pequeno glossário por e-mail e as listas de exame com a pronúncia.

Não é o objetivo forçar a falar desse ou daquele jeito, apenas servir de conhecimento geral para os interessados.

Observações iniciais:

– entre parênteses está a pronúncia. Quando a vogal estiver dobrada, ela deve ter pronúncia um pouco mais prolongada.

– tentaremos grafar no modo Hepburn de romanização (http://en.wikipedia.org/wiki/Hepburn_romanization) . Desse modo, “chi” pronuncia-se “ti”, “gi” pronuncia-se “gui”, “ju” pronuncia-se “dju”. As palavras iniciadas por “h” são como em inglês, por ex: “hito” pronuncia-se “rito” (sem o rrrr, enrolando a língua). Palavras começadas por “r”, pronuncia-se como se o “r” estivesse no meio de uma palavra em português, por ex: em “roku”, a sílaba “ro” é pronunciada como na palavra “caro” e não como na palavra “rolo”.

Direções
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– Mae (máe): frente
– Ushiro (ushirô): atrás (não se pronuncia “ushíru”)
– Migi (mígui): direita
– Hidari (hidári): esquerda
– Yoko (yokô): ao lado
– Shomen (shôomen): frontal
– Yokomen (yokomen) – as 3 sílabas com a mesma força): lateral

Contagem
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Ichi (íti): 1
Ni (ni): 2
San (san): 3
Shi (shi): 4
Go (go): 5
Roku (rôku): 6
Shichi (shíti): 7
Hachi (háti): 8
Kyu (kyú): 9
Ju (júu): 10

Ataques
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Shomen Uchi (shôomen úti): golpe vertical com a mão aberta, de baixo para cima na cabeça

Yokomen Uchi (yokomen úti): golpe transversal com a mão aberta, na altura da têmpora ou pescoço Tsuki (tsukí): soco na altura da boca do estômago.

Katate Tori (katatê tôri): segurar uma das mãos

Ryote Tori (ryotê tôri – pronunciar sílaba “ryo” como em “carioca” e não como em “rio”): segurar ambas as mãos

Morote Tori (morotê tôri): segurar uma das mãos do parceiro com as duas mãos
Obs: por segurar as mãos, na verdade seguramos os pulsos

Kata Tori (katá tôri): segurar o kimono do parceiro na altura do ombro

Sode Tori (sodê tôri): segurar a manga

Tekubi Tori (tekúbi tôri): segurar o pulso

Kubi shime (kubí shimê): chave no pescoço, segurando o colarinho

Muna Dori (muna dôri): segurar o kimono do parceiro na altura do peito

Eri Tori (erí tôri): segurar a gola do parceiro

Kakae Dori (kakáe dôri): abraçar o parceiro por trás, segurando o próprio pulso com a outra mão

O prefixo “ryo” significa “ambos”:
Ryote Tori (ryotê tôri): ambas as mãos
Ryokata Tori (ryokatá tôri): ambos os ombros

Obs.: nos termos abaixo:

– Katate Tori (katatê tôri)
– Ryote Tori (ryotê tôri)
– Morote Tori (morotê tôri)
– Kata Tori (katá tôri)

Devido a proximidade da ultima silaba da primeira palavra com a primeira silaba da segunda palavra e ambas começarem por “t”, a pronuncia fica muito “seca”: -te to-, -ta to-. Nesse caso, ocorre uma vocalização na primeira silaba da segunda palavra, podendo ser pronunciado:

– Katate Dori (katatê dôri)
– Ryote Dori (ryotê dôri)
– Morote Dori (morotê dôri)
– Kata Dori (katá dôri)

Apenas relembrando, Tori e Dori são a mesma palavra (mesmo kanji, significando a pegada), apenas pronunciadas de modo um pouco diferente devido a vocalização.

Outros
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Irimi (irimí): entrada
Shikko (shikkôo): andar de joelhos (não pronunciar shukko)

(Revisão – Elza Hatsumi Tsuzuki)

Original em:  http://www.aikidopesquisa.com.br/artigo_pronuncias.htm

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SANGEN – Triângulo, Círculo e Quadrado

24/03/2023

Muitas vezes Morihei Ueshiba observava, “A única maneira que encontro para explicar o Aikido é desenhar um triângulo, um círculo e um quadrado” – as três proporções mais perfeitas da geometria.

Um triângulo com seu vértice voltado para cima simboliza o fogo e o linga cósmico; com sua ponta voltada para baixo, ele representa a água e o yoni cósmico. Os três lados do triângulo representam várias trindades: céu, terra e humanidade; mente, corpo e espírito; passado, presente e futuro. Um triângulo significa a dimensão do fluxo de ki.

O círculo é o emblema universal do infinito, da perfeição e da eternidade. A natureza se expressa em círculos, circuitos e espirais. O círculo é zero, o vazio que preenche todas as coisas. Ele representa a dimensão líquida.

O quadrado é estável, organizado e material. Ele é a base do mundo físico, composto de terra, água, fogo e ar. O quadrado simboliza a dimensão sólida.

Também é importante conceber os sangens em suas formas tridemensionais: o tetraedro (pirâmide), a esfera e o cubo. Sobre as três figuras fundamentais, Morihei dizia: “O triângulo representa a geração de energia e a iniciativa; é a postura física mais estável. O círculo simboliza unificação, serenidade e perfeição; ele é a fonte de técnicas ilimitadas. O quadrado retrata a forma e a solidez, base do controle aplicado.”

Pode-se interpretar esta imagem em muitos níveis, mas a explicação que mais toca os estudantes de Aikido é a da integração do céu (círculo), da humanidade (triângulo) e da terra (quadrado)

Texto extraído do livro: Os Segredos do Aikido de John Stevens.

Editora: Pensamento

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Força da Respiração (Kokyu – Ryoku) – Por Moriteru Ueshiba

10/03/2023

O âmago das técnicas de Aikido é a força da respiração, isto é, a força natural que cada ser humano possui. Frequentemente, quando o termo “força da respiração” é usado, as pessoas evocam a imagem de uma força estranha sobrenatural; mas, na verdade, a força da respiração é a fonte natural de todo o movimento humano – normalmente, ninguém pensaria que andar é uma coisa difícil ou um feito sobrenatural. Sem esforço consciente, nosso corpo se move da maneira mais natural e eficiente.

Todos nós demonstramos a força da respiração em nossos afazeres do dia-a-dia. Para ilustrar isso mais profundamente: quando você esta treinando, você desenvolve uma ansiedade enorme de arremessar seu parceiro. Quando esse pensamento agressivo aparece, você começa a forçar a técnica, e até os movimentos mais simples se tornam mais difíceis. Essa é a hora em que você deveria voltar aos fundamentos – concentrar-se na suavidade, nos movimentos naturais e na aplicação da força da respiração e da sincronização correta. Faça isso repetidamente. Em vez de explicarmos como utilizar a força da respiração, o treinamento mais eficiente é deixar que a força da respiração se manifeste naturalmente, com movimentos corporais fluidos e leves.            

É claro, alguns ajustes sempre terão de ser feitos de acordo com a cronometragem, a velocidade e o intervalo do ataque, mas, mais uma vez, não devem existir movimentos que não sejam naturais na reação.                                                             

Aikido Doshu Moriteru Ueshiba

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Texto retirado do livro: Curso para Mestre de Aikido. Editora: Pensamento

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O que é o seu dojo para você? – Por Ellis Amdur

30/03/2020

Está fechado e pode permanecer fechado por meses. Alguns de seus instrutores dependem do dojo para parte ou todo o seu sustento; outras pessoas precisam de uma certa quantia de dinheiro para manter o dojo, pagar o aluguel etc. Se você considera isso como recreação ou um serviço em troca de uma taxa, é bastante natural que você pare de pagar as taxas de associação ao dojo, pois você não está recebendo nenhum serviço.

No entanto, se as artes marciais são mais do que isso para você, acredito que é a coisa certa a fazer, pagar suas taxas pelos próximos meses, até que as condições, certamente temporárias, em que vivemos atualmente, tenham se dissipado. Caso contrário, certamente alguns dojos, e talvez o seu, falirão. E se o que você está estudando é mais do que uma recreação ou um hobby, isso seria uma desgraça, pois algo tão valioso morreria neste mundo. Uma verdadeira escola de artes marciais é única – um grupo de irmãos e irmãs, sob a orientação de especialistas que fazem parte da mesma família, todos estudando juntos para tornar um ao outro mais forte e seguro.

Obviamente, se você deve reservar esse dinheiro para sua família, para seus negócios talvez ameaçados, a sobrevivência deve vir em primeiro lugar. No entanto, se a continuidade do seu dojo é parte da sua sobrevivência, ou parte do que dá vida a algo mais do que mera sobrevivência, peço às pessoas que considerem que o dinheiro que você continua a oferecer pode realmente ajudar adiante, tanto para você quanto para outros membros da sua comunidade.

Existe outro lado. Qual é a responsabilidade do instrutor? Nossa principal responsabilidade é ensinar a arte marcial que você conhece da maneira mais eficaz possível. Isso inclui o upload de vídeos que explicam em detalhes como aprimorar a técnica; anotando as coisas que seu instrutor lhe ensinou, que você nunca teve tempo para organizar; configurar classes virtuais. Além disso, entre em contato com seus alunos. Você está em uma posição de liderança e é possível que alguns de seus alunos estejam tendo problemas, mas são reticentes em pedir ajuda. Talvez alguém esteja doente e precise de ajuda para obter suprimentos. Talvez o dojo possa ter perdido uma ou outra pessoa apenas como comunidade real – assegure-se de que não o tenham perdido durante esse período.

As tradições marciais não eram originalmente meios de autocuidado. Elas eram métodos de proteção da comunidade. Isso pode ser a coisa mais valiosa que recuperamos à medida que passamos por essa crise.

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Kuzushi: Uma perspectiva Aiki – Por Francis Takahashi

30/03/2020

O verbo japonês “kuzusu ” pode significar “derrubar (um edifício), derrubar, destruir ou nivelar (como em uma colina). Pode sinalizar uma “quebra” ou uma “mudança” no status ou condição de um objeto ou conceito. No Jiu-Jitsu, Judo e Aikido, o substantivo ” kuzushi ” normalmente se refere à quebra do equilíbrio do oponente e, portanto, à integridade de seu posicionamento e, portanto, à sua estabilidade.

Não é segredo que o Aikido foi o terceiro de uma linha de artes marciais japonesas modernas que têm sua gênese no “koryu ” ou nas artes de estilo antigo. Logo antes do Aikido era o Judô, e embora possam existir semelhanças na filosofia, elas têm características muito distintas que lhes permitem se destacar. Depois, há o Jiu-Jitsu, do qual parece uma infinidade de estilos e interpretações, que existem há várias centenas de anos. Também se reconhece que Morihei Ueshiba utilizou como base para sua forma de arte, Daito-ryu Aikijujutsu , seu professor sendo o famoso Sokaku Takeda. Pode-se discutir se o Daito-ryu Aikijutsu da Takeda é um representante de um gendai (moderno) ou um koryuarte marcial (antiga). Deixo para os estudiosos modernos disputar.

Um representante genuíno de Kano do Judô e Ueshiba do Aikido, foi Kenji Tomiki, um estudante direto de ambas as lendas históricas, que mais tarde introduziu uma forma de Aikido no Kodokan. Tomiki Sensei foi citado como tendo dito que “o jujutsu da velha escola consiste em quebrar a condição do corpo que perdeu o equilíbrio. É chamado kuzure-no-jotai (estado de equilíbrio quebrado). Às vezes, o próprio oponente perde o equilíbrio e, outras vezes, você destrói positivamente o equilíbrio do oponente, levando-o a uma postura vulnerável. No judô, a preparação do oponente consiste em destruir o equilíbrio do oponente antes de executar uma técnica e colocá-lo em uma postura onde será fácil aplicá-la.”

Pela minha experiência, acho que a descrição acima de “kuzushi” se aplica à maneira como as técnicas de Aikido foram originalmente projetadas para alcançar sua autenticidade, validade e eficácia. No entanto, na prática do Aikido de hoje, a aplicação do “kuzushi” é muitas vezes mais sutil e “sugerida” ao invés de aplicada explicitamente. Não é tão incomum para o nage começar uma manobra de “kuzushi” e para o uke terminá-la. Obviamente, isso cheira a “conluio” e demonstra uma séria perda de credibilidade, além de ampla falta de conhecimento ou entendimento na comunidade de treinamento de Aikido sobre o que o kuzushi realmente tem tudo a ver. Infelizmente, ilustra o que esses estudantes sinceros de Aikido, infelizmente, carecem de ignorar o papel crítico do Kuzushi em tornar o Aikido convencional, real, credível e viável.

Os cavalos parecem ter deixado o celeiro, por isso não é mais uma questão simples de corrigir o curso de todo o aikido moderno com um retorno fácil e sem falta a ontem. No entanto, para aqueles que realmente se importam, podemos individualmente, e em grupos dedicados, comprometer-se a reintroduzir muitos dos componentes esquecidos ou ignorados de forma descuidada da criação original de O`Sensei. É uma tarefa assustadora, mas se a sinceridade e a vontade de fazer o que for preciso ainda existirem, encontraremos tempo.

Pessoalmente, posso atestar o fato de que locais como o recente e inovador workshop de Stanley Pranin em Las Vegas, os Seminários da Ponte da Amizade popularizados por Hiroshi Ikeda Shihan , tentativas regionais de reunir talentos de estilos distintos de aikido, como em Seattle, Flórida e Nova Jersey, para citar alguns, uma nova onda de pensamento fora do tatami começou definitivamente. Que exemplo excelente de aplicação do kuzushi adequado ao equívoco desatualizado de “por que se preocupar, nosso aikido é bom o suficiente?” Como proclamou o Fundador, estamos apenas no início de uma busca indefinida do verdadeiro Aiki do Aikido escolhido, melhor definido e praticado por qualquer pessoa como um indivíduo soberano. No devido tempo, seremos capazes de atingir nossas metas individuais sem qualquer exigência ou necessidade de estilo estabelecido, afiliação organizacional ou prova de autenticidade a partes irrelevantes.

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Original em: https://aikidojournal.com/2012/10/19/kuzushi-an-aiki-perspective-by-francis-takahashi/?mc_cid=32978bcccd&mc_eid=3e12389011

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Era do Coronavírus: Um tempo para liderança e unidade – Por Josh Gold (Aikido Journal)

22/03/2020

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A nova pandemia global de coronavírus está sobre nós . Países inteiros estão presos e medidas globais estão sendo tomadas para retardar a disseminação e o impacto da que pode ser a maior emergência de saúde pública que enfrentamos em nossas vidas. Como praticantes de Aikido, nosso próprio estilo de vida foi alterado. Afinal, a base da arte que tanto amamos é a conexão humana. 

Estes são tempos desafiadores, e as ações que tomamos agora afetarão nossas famílias, amigos, comunidades e o futuro da arte do Aikido.   O Aikido nos ensina a manter a calma diante do perigo, a ser adaptável e a neutralizar as ameaças de maneira a criar benefícios coletivos. Agora é a hora de tomarmos decisões difíceis. Este é o momento para colocarmos nosso treinamento em prática em uma crise do mundo real. 

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Dojo Chos / Instrutores Principais

Se você ainda não o fez, peço que considere fechar temporariamente seus dojos agora . Como líderes locais, é nossa responsabilidade proteger a nós mesmos, nossos membros do dojo e comunidades vizinhas sempre que possível, e a situação que enfrentamos é urgente .  Se o seu dojo ainda estiver aberto, reflita sobre o seguinte:

  • Considere como o princípio de ma-ai se aplica em nossas circunstâncias atuais. O “distanciamento social” é um dos principais ativos que temos para mitigar os efeitos do COVID-19 – e todos os dias são importantes.   Se parte do nosso treinamento é adquirir as habilidades necessárias para proteger a nós mesmos e aos outros contra danos, esta é uma oportunidade crítica para fazer exatamente isso. A preparação para a disseminação global quase inevitável do vírus é uma das coisas altruístas mais pró-sociais que podemos fazer. Vamos liderar pelo exemplo.
  • Podemos evitar colocar nossos alunos em situações de conflito. Os praticantes de dojos que permanecem abertos podem se sentir pressionados a ir às aulas para não decepcionarem o Sensei e, quando estão lá, podem sentir-se ansiosos ou preocupados com a exposição. Na pior das hipóteses, os estudantes que continuam praticando juntos podem, sem saber, transmitir o vírus a outras pessoas. Não devemos criar condições que coloquem nossos alunos em posições comprometedoras nem transformá-los em pessoas que possam levar consigo o resto da vida, o arrependimento e dor de prejudicar os outros – mesmo que indiretamente.  
  • Também podemos evitar nos expor a riscos desnecessários. A maioria dos nossos Dojo Chos e instrutores-chefe estão entre os grupos de alto risco. Dessa forma, podemos tomar medidas para fortalecer nossos instrutores mais antigos e o precioso conhecimento e sabedoria que eles continuam transmitindo a outras pessoas.

 

Os riscos do COVID-19 são reais e presentes . Estamos diante de um poderoso inimigo invisível, e é hora de tomarmos ukemi. A desvantagem da reação exagerada é mínima, mas os efeitos de se fazer um pouco tarde demais seriam profundamente lamentáveis.  Se realmente acreditamos que a arte do Aikido é elevar a humanidade e criar um bem social, agora é o nosso momento de incorporar isso. 

Se você precisar de um modelo para se comunicar com seus alunos sobre o fechamento de dojos, aqui está uma pequena nota que escrevi para os membros do Ikazuchi Dojo. Outros modelos provavelmente podem ser encontrados ou solicitados no grupo de instrutores do Aikido no Facebook – existem muitos bons modelos de referência por aí.

Também acredito que podemos e devemos usar isso como uma oportunidade de inovar e nos conectar com nossos alunos de novas maneiras. Se eles nos apoiarem nesse período difícil (consulte a seção Estudantes / Profissionais abaixo), devemos nos esforçar ao máximo para encontrar maneiras de fornecer valor em troca.

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Alunos /  Profissionais

No mundo do Aikido, há uma forte hierarquia baseada em rankings. Em muitas dinâmicas, nossos Sensei estão em posições de poder. Agora, são os estudantes que estão nas posições de poder. Nosso Sensei precisa de nós para ficarmos com eles agora. 

  •  Se você está praticando ativamente em um dojo e não está enfrentando dificuldades financeiras, considere manter suas quotas de associação – mesmo e especialmente quando seu dojo estiver fechado. Se você deseja que um dojo volte ao início da vida comum (o que certamente o faremos), seu dojo precisa de seu apoio financeiro agora. 

Como comunidade, vamos fazer uma forte demonstração de unidade.   Vamos garantir que nossos lindos dojos permaneçam saudáveis ​​e vibrantes e não desapareçam. Está ao nosso alcance proteger e preservar se formos à ocasião.

Agora também é um bom momento para ver se há algo que possamos fazer para servir os idosos e outros grupos vulneráveis ​​nas comunidades locais das quais fazemos parte. Enquanto preservamos o distanciamento social, ainda podemos entrar em contato digitalmente para fornecer companhia, segurança, verificar a saúde e o bem-estar de outras pessoas e ajudar a fornecer os itens essenciais necessários.

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Época de adaptação e resiliência

Nos últimos dias, vi mais de cem iniciativas lançadas para disponibilizar aulas on-line, fornecer diretrizes para treinamento individual, produzir webinários e outras idéias inovadoras para manter virtualmente nossas comunidades unidas. Eu farei o mesmo no meu dojo, e o Aikido Journal em breve desbloqueará parte de nosso conteúdo premium para a comunidade aprender e obter inspiração durante esse período (mais detalhes serão anunciados na próxima semana). 

Muitos de nós estão conectados com membros da comunidade global do Aikido através das mídias sociais. Se você estiver conectado a alguém de outro país, considere uma chamada de vídeo ou de voz para conectar-se e ver como é o mundo deles no momento. Essa pode ser uma oportunidade para criar laços e formar amizades e entendimentos mais fortes. 

Vamos nos desafiar a ver o quanto podemos nos adaptar e crescer durante esse período. O esforço que direcionamos para esse tipo de aprendizado digital e iniciativas comunitárias pode render ferramentas e ativos maravilhosos que podemos usar para aprimorar nossos dojos quando as coisas voltarem ao normal. 

Esta é uma oportunidade para sermos um modelo para todo o mundo das artes marciais. Vamos agora incorporar plenamente os princípios de nossa arte, elevar e inspirar a nós mesmos e aos outros. Não é hora de entrar em pânico. É um momento de ação. Este é o nosso momento de brilhar diante das adversidades. Nós vamos vencer juntos. 

Em solidariedade,

Josh Gold

Original em: https://aikidojournal.com/2020/03/15/age-of-coronavirus-a-time-for-leadership-and-unity/

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O LIBERTAR-SE DE FORMAS RÍGIDAS – 20 anos da Academia Central de Aikido de Natal

03/07/2019

É com muita alegria que eu me preparo para este nosso importante reencontro de Aikido.

Vinte anos se passaram desde que tivemos nosso primeiro treino em Natal, no Centro Comunitário de Candelária em 1999 – CONACAN – e essa me parece ser a oportunidade perfeita para celebrarmos todas as pessoas que se reúnem em torno desta prática e princípios desde então.

Uma prática que nos aponta para a possibilidade de uma vida de relações mais presentes e diretas, uma atenção e um cuidado cada vez maiores para com o mundo a nossa volta e, principalmente, um desprendimento de quaisquer formas rígidas, sejam no pensamento, palavra, ou na ação.

É um grande prazer para eu estar, então, convidando a todos da Academia Central de Aikido de Natal, praticantes do passado e do presente, e das outras academias irmãs e interessadas, para nos reencontrar e comemorar mais esta passagem, com a reiteração de nossos propósitos. Propósitos estes que foram semeados no início do século passado, no Japão; viajaram de navio para São Paulo na década de sessenta, para Florianópolis no início dos anos 90 e vieram finalmente desembarcar em Natal, no Rio Grande do Norte, há vinte anos.

Estou muito animado em poder rever e treinar com todos que compartilharam, não somente dessa história comigo, mas rever os princípios que nos reuniu então, e continuou a nos reunir por esses 20 anos.

Forte abraço e até logo!

Rodrigo.

Programação:

Treino 1 – Misogi: A sensação de dor e o purificar da mente (Katame Wasa).

  • Dor e Reação: Elementos de separação;
  • A estabilidade da mente e sua tradução no corpo;
  • Padua Sensei: “Não há vida sem dor”;
  • Kawai Sensei e o conceito de konjo;
  • Kawai Sensei: “Por fora, suave como algodão; por dentro, forte como Ferro”.

Treino 2 – Conexão e o estender da energia (Kokyu Nage Wasa).

  • O Sentir como Instrumento de conexão;
  • Percepção sem escolha;
  • Apego a estratégias: A semente da violência;
  • Fatores psicológicos e emocionais que dificultam a conexão;
  • Samadhi: A qualidade da mente no Aikido;
  • Poder com os outros X Poder sobre os outros;
  • Percepção sem escolha.

Treino 3 – O estado de fluxo no Aikido (Katame/Nage Wasa).

  • Rei: O alicerce na nossa prática;
  • Ikeda Sensei e a “Chaleira Fervente”;
  • Jay Lindholm Sensei: “A energia deve sempre conduzir ao centro”;
  • Saotome Sensei: “Um convite ao seu coração aberto” .

Treino 4 – (Rogério Sensei – João Pessoa/PB)

Treino 5 – (Rogério Sensei – João Pessoa/PB)

Treino 6 – Dor, conexão, fluxo e impermanência (Nage Wasa, Jiu Wasa).

  • Marco Antônio Sensei e a questão da impermanência”;
  • James Sensei  (Treino e Encerramento).

“Aquele que está fora da esfera do controle, por estar livre do desejo de controlar, não pode ser controlado”.

– Do livro “A Semente do Infinito”, por Marco Antônio Rocha.

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