04/03/2013
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O texto que segue foi enviado pelo aikidoca Frank Düesberg. Frank é aluno da Academia Central de Aikidô de Natal .
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Existe uma tendência muito forte de valorizar a aplicação da técnica. Entende-se neste sentido como técnica uma sequência de movimentos padronizados. Para conseguir executar os mesmos, requer-se um esforço, principalmente dos braços, para levar o corpo do uke de acordo com a exigência da técnica. Sendo assim, eu questiono se ainda se trata de Aikido no sentido como eu o compreendo, porque a partir do momento que o nage usa sua força, além do necessário para desviar o ataque, ele mesmo se transforma em agressor e o uke em vítima. O critério vital para discernir um do outro é exatamente a quantidade de força que o nage aplica. Um dos pontos chaves para mim para saber da qualidade de um nage é o uso minimizado de força.
Nessa perspectiva o ataque do uke ganha outra dimensão quase totalmente ignorado devido ao papel dominador da aplicação padronizada dos movimentos. Quais são os erros mais comuns nos ataques? Aqui cabe uma comparação com a vida na nossa sociedade. As pessoas que encontramos no dia-a-dia não vêm com intenções claras, diretas e sem reservas. A falta de honestidade é prática comum, as pessoas não são como querem ser vistos. São cheios de subterfúgios, maliciosos, e em qualquer mudança das circunstâncias imediatamente mudam de atitude de acordo com seus interesses.
No ataque do uke isto significa que ele não é efetuado com 100% de intenção direcionada, o que pode ser observado nos ataques mais comuns pelos seguintes critérios:
– no quadril recuado e no tronco inclinado para frente;
– no peso do corpo nas duas pernas ou até na perna de trás;
– no braço retesado na hora do arremesso nos golpes;
– na falta de direcionar a intenção para o centro do nage no caso das pegadas;
– na pouca precisão do local pretendido do ataque e
– na reação antecipada sabendo a técnica a ser aplicada.
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Para um bom ataque então, o uke precisa:
– definir antes do início do ataque o local preciso que quer atingir e manter este objetivo o máximo de tempo possível;
– arremessar o braço nos golpes para conseguir o máximo de potência;
– soltar a musculatura do braço nos golpes após alcançar o local pretendido do ataque;
– manter uma pressão contínua para o centro do corpo do nage nas pegadas;
– colocar o peso do corpo na perna da frente mantendo o quadril e tronco alinhado;
– evitar a antecipação da técnica;
– manter o ataque numa velocidade adequada até o final do movimento;
– após o término do ataque ficar numa posição equilibrada;
– não cair sozinho;
– evitar a antecipação do movimento do nage.
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Colaboração:
www.impressione.wordpress.com
www.aikidorn.com.br
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17/08/2009
Aikijujutsu, arte marcial praticada antigamente pelos nobres japoneses, por sua riqueza de conhecimento e dificuldade. Perde-se na história a época ou período do surgimento da arte, já que o Japão antigo não exercitava a prática da escrita, restringindo o conhecimento passado apenas entre os familiares das aldeias. Diz-se que sua origem vem da arte da espada, o Kenjutsu, quando nas batalhas não havia outras soluções para a defesa que não o conceito do Sukima (vazio).
O Sukima representa um fundamento básico do Aikijujutsu, e simboliza fazer com que um adversário (inicialmente portando a espada Katana) não consiga atingir seu objetivo, apenas usando os conceitos dos quatro elementos, água, fogo, ar e terra. A partir deste princípio surgiu o primeiro movimento que hoje constituí o Aikijujutsu.
Arte muito antiga, baseada na harmonia e na utilização da energia interior, conhecida como Ki. O Ki é o princípio que rege o universo do Aikijujutsu, focalizando os estudos em sua condução e direcionamento. Bastante usada por velhos e mulheres, por sua riqueza e eficácia da utilização da não-força; alguns a consideram como a arte de lutar sem lutar. É baseada na utilização de chaves, torções e imobilizações, de modo a invalidar o inimigo buscando a harmonia do corpo.
O nome da arte pode ser traduzida para o português da seguinte forma:
Ai: harmonia,amor
Ki: energia, força vital
Ju: flexibilidade
Jutsu: arte
O AikiJuJutsu, desde a organização por Minamoto no Yoshimitsu, e até mesmo antes, teve muitos caminhos distintos, que resultaram em diferentes estilos, como o Daito Ryu Aiki JuJutsu, fundado por Sokaku Takeda, e também o Aiki JuJutsu estudado no Kaze no Ryu, que se difere daquele em muito pela influência das artes de guerra nos povos antigos, os Ainos, que originaram o povo Shizen.
O Aikijujutsu de Takeda veio da linhagem dos Minamoto, que organizaram as técnicas Aiki e o fundaram, aproximadamente no séc.XV. A arte se desenvolve através da circularidade, tal como no universo, pois o praticante é um “sol”, que mantém seus inimigos em sua órbita, sem jamais deixar de iluminá-los. Porém, sempre após o dia, vem a noite, que esconde as práticas mais fortes e rígidas voltadas à guerra, onde se encontra o que chamamos Hidoi.
A complexidade de seu sistema a consagrou como uma arte de nobres costumes. Sua dificuldade se encontra exatamente na harmonia interior do praticante, não se deixando levar por qualquer sentimento ou emoção que afetasse a sua técnica.
Colaboração: www.bugei.com.br
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Aikidô, Cultura, Textos Interessantes | Marcado: Adversário, Aiki, Aikidô, Aikidô Natal, Aikijujutsu, Ainos, Aldeia, Amor, Ar, Arte, Arte Marcial, Água, Batalha, Círculos, Chaves, Circularidade, Conhecimento, Daito Ryu Aiki JuJutsu, Defesa, Dia, Emoção, Energia, Energia Interior, Espada, Flexibilidade, Fogo, Força Vital, Harmonia, Hidoi, Imobilizações, Japão, Katana, Kaze no Ryu, Ken, kenjutsu, Ki, Minamoto, Minamoto no Yoshimitsu, Nobre, Noite, Praticante, Shizen, Sokaku Takeda, Sukima, Técnica, Terra, Torções, Universo, Vazio |
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