Aikidô – Técnicas Básicas – Kihon Waza – Por Morihiro Saito Shihan

20/02/2013

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A importância de uma sólida compreensão das técnicas básicas não pode ser deixada de lado. Muitas escolas de Aikidô ensinam principalmente Ki no Nagare, ou seja, técnicas com fluidez de Ki. Neste tipo de treinamento, as técnicas são executadas a partir de um movimento inicial dispensando totalmente a prática básica onde você permite ser agarrado firmemente. Este tipo de prática pré-arranjada é bem sucedida somente quando ambos os parceiros cooperam completamente. Problemas ocorrem, no entanto, quando estudantes acostumados somente com este tipo de treinamento são confrontados com um oponente forte e não cooperativo. Treinando-se somente Ki no Nagare fica-se totalmente despreparado para a força e ferocidade de um ataque real. Os ataques fracos e não diretos realizados neste tipo de treinamento são comuns no moderno Aikidô, no entanto este modo de treinamento é totalmente contrário aos princípios marciais ensinados pelo fundador.

Aqueles que praticam as técnicas básicas, opostamente àqueles que treinam exclusivamente as técnicas em Ki no Nagare, aprendem como lidar progressivamente com ataques fortes. A fim de realizar isto, você deve estar certo de que quando estiver agarrando seu parceiro de treinamento, esteja fazendo-o firmemente e com uma real intenção. Se seu parceiro é incapaz de mover-se, então diminua a força de seu ataque até que ele ou ela seja capaz de executar uma técnica apropriada. Sempre regule a intensidade de seu ataque ao nível de seu parceiro.

No treinamento básico, todas as técnicas começam a partir de um Hanmi, ou postura preparatória. O Hanmi no Aikidô é uma postura triangular com o pé da frente voltado para frente e o pé de trás perpendicular ao frontal e voltado para o lado. A capacidade de mudar de posição rapidamente mantendo-se estável e girando os quadris completamente, depende de um apropriado Hanmi. As duas posições mais comuns são: Gyaku Hanmi (posição invertida) e Ai Hanmi (posição igual). Em Gyaku Hanmi você e seu parceiro têm os pés opostos à frente, enquanto que em Ai Hanmi ambos têm o mesmo pé a frente. Esta distinção é muito importante e, na maioria das vezes, o sucesso na execução das técnicas do Aikidô dependerá de iniciá-las no Hanmi apropriado.

Uma deficiência comum no treinamento de hoje é a falta da prática dos Atemi, ou ataques em pontos vitais. Os Atemi são usados para enfraquecer ou neutralizar um ataque do oponente para criar-se assim uma situação favorável na qual se pode executar uma técnica. Em muitas situações é virtualmente impossível desequilibrar um oponente forte, suficientemente para aplicar uma técnica sem recorrer-se ao Atemi. Aqueles que afirmam que o uso de tais ataques (executados com o intuito de tirar atenção do oponente do objetivo principal da técnica) é muito violento ou “não é Aikidô” ignoram os conceitos do Aikidô ensinados pelo fundador que dava grande ênfase sobre a necessidade de tais movimentos durante o treinamento. Os Atemi são uma parte essencial das técnicas básicas e também avançadas, e não devem ser omitidos de sua prática.

O fundador sempre iniciava as sessões práticas com os exercícios de Tai no Henko e Morote Tori Kokyo Ho. Ele terminava cada prática com o treinamento de Suwari Waza Kokyu Ho. Os exercícios de Tai no Henko constituem a base dos movimentos Ura, ou movimentos girando, e os dois Kokyu Ho, ou métodos de respirar, ensinam como respirar corretamente, a coordenação apropriada do corpo e como estender o Ki intensamente.

No treinamento do Aikidô nós abrimos nossos dedos para estender o Ki através dos braços. Abrir os dedos é uma forma de aprender as técnicas básicas, um treinamento que permitirá a você executá-las sem usar qualquer força. Abrindo os dedos quando seu pulso é subitamente agarrado torna-o mais grosso, e dá a você uma vantagem. Para aqueles aprendendo defesa pessoal é dito para abrirem seus dedos quando agarrados porque o braço torna-se difícil de segurar.

O Ki é algo adquirido naturalmente através da correta prática dos fundamentos básicos. Se você se preocupar de mais com o Ki, você será incapaz de mover-se. O Ki se manifestará por si mesmo naturalmente se você estiver treinando corretamente. Uma vez que você tenha desenvolvido o Ki, este fluirá livremente através de suas mãos mesmo quando seus dedos estiverem relaxados.

O fundador considerava as técnicas de Ikkyo até Sankyo como sendo movimentos preparatórios ao Aikidô. No Ikkyo você treina seu corpo; no Nikyo você “dobra” seu pulso para dentro estimulando e fortalecendo as juntas; no Sankyo você move seu pulso para fora na direção oposta. Através da prática destas técnicas, você desenvolve um corpo capaz de derrotar um inimigo com um único golpe. Estas técnicas básicas são sua preparação, e o treinamento nas técnicas do Aikidô começa através delas.

Outra parte essencial do treinamento dos fundamentos do Aikidô é o domínio da entrada e dos movimentos de giro. Se você decide avançar, você deve avançar totalmente. Se você decide girar para trás deve fazê-lo completamente. É difícil avançar depois de desviar um golpe, a menos que você possua uma vantagem em força. Portanto, gire sempre que necessário, como quando estiver em uma situação onde você seja incapaz de bloquear. A prática de técnicas girando é também necessária para se aprender como mover-se livremente.

Recentemente, o Termo “Takemussu Aiki” tem sido usado bastante livremente, porém parece que poucas pessoas compreendem seu significado. Takemussu Aiki refere-se a um estado onde técnicas nascem infinitamente como resultado do estudo dos princípios do Aikidô.

No treinamento do Aikidô – que inclui técnicas de mãos vazias, Aiki Ken e – é importante fazer claras distinções. Estas incluem as distinções entre Ikkyo e Nikyo, Omote e Ura, técnicas básicas e Ki no Nagare, e técnicas aplicadas (Oyowaza). Em uma recente viagem à Itália, experimentei executar tantas técnicas quanto podia. Concentrando-me apenas sobre as técnicas básicas, Ki no Nagare, variações e técnicas aplicadas, acabei por realizar mais de 4 centenas de técnicas, e estou certo de que o número teria subido para mais de 6 centenas caso tivesse incluído técnicas partindo da posição sentada, Hanmi Handachi (Atacante em pé, defensor sentado), e técnicas de contra-ataque.

Não importa quão esplendidamente as pessoas escrevam sobre Takemussu Aikidô, eles devem ser capazes de executar estas maravilhosas técnicas por si mesmas, se eles estão sendo considerados como professores. Se vocês continuarem a praticar assiduamente de acordo com o método tradicional, alcançarão o estágio onde serão capazes de executar um número infinito de técnicas desde as básicas até as mais avançadas.

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Tradução: Sensei Rubens Caruso Jr.

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AIKIDÔ, Um Amor Maior – Por Odorico Martins

08/04/2010

Meu primeiro contato com o Aikidô, como muitas pessoas, foi através de um livro. As imagens e a proposta enunciada soou em minha mente como algo que sempre esteve em mim, apenas estava adormecido.

Minha primeira vivencia com o Aikidô trouxe o caos a todos os meus conceitos pré estabelecidos. Começou a cair por terra tudo o que eu conhecia.

Era o começo de uma nova vida. Vida que hoje eu não consigo conceber sem ele.

Passei por diversos lugares, pois a mudança sempre fez parte de minha vida e isto me fez conhecer diversos professores (Sensei), alguns com técnicas apuradíssimas, outros também. Mas não quero me deter a nenhum em particular pois estaria sendo injusto, visto que cada um deles contribuiu de alguma maneira para o meu crescimento pessoal.

Hoje quero me deter apenas em um lugar. Lugar este onde aprendi o AIKIDÔ em sua expressão máxima, expressão esta que eu denomino AMOR.

Este lugar é NATAL. Academia Central de Aikidô de Natal. Um lugar inesquecível.

Lugar onde realmente descobri o que é SER humano. Lugar onde a graça dos movimentos se funde a beleza dos seres humanos. Falo beleza em um plano maior que apenas a estética. Falo sobre a beleza da amizade, da compreensão, da honra e do respeito.

Lá conheci pessoas fundamentais para minha vida e estas eu nunca esquecerei. Mais uma vez não quero citar nomes, pois senão começaria uma genealogia bíblica, visto que a ACAN tem muitos alunos e não menos professores. Mas este grande número deve-se ao prazer que o local proporciona, pelo aprendizado responsável e humanitário, assim como pelo simples convívio entre os participantes.

Tudo lá me encantou, tudo foi HARMONIA.

Sinto-me honrado em ter feito parte deste meio, de ter convivido com pessoas de tamanha qualidade.

Hoje tenho dado vários shomen uti’s na saudade, sufocado com yonkyos a tristeza de não estar mais aí.

Dou aula no Rio Grande do Sul, na cidade de São Leopoldo, e tem sido muito difícil para mim treinar em virtude das distâncias que me separam dos dojôs .  Carrego comigo apenas os ensinamentos daqueles que saudei ONEGAISHIMASSU e treinei. Levo em meu coração a pureza dos sentimentos que o AIKIDÔ exige. Carrego em minha alma o AMOR que sinto por cada um de vocês.

DOMO ARIGATO GOZAIMASHITA.

*Odorico Martins é graduado em Aikidô (Faixa-Preta 1º Grau – Shodan) pela Academia Central de Aikidô de Natal 

Colaboração: www.impressione.wordpress.com


Aikidô e o Princípio da Mente Vazia – MUSHIN – Por Marcus Vinicius Andrade Brasil

31/03/2010

Aquele que se aventura aos estudos das artes marciais, seja ela qual for, se depara, na maioria das vezes, com termos até então estranhos ao seu cotidiano. O próprio termo DO (caminho), termo presente no nome da maioria das artes japonesas – marciais ou não – como Kyudô, Karatê-Do, Judô, Shodô e também no Aikidô, além de indicar caminho, senda, é indicação de algo muito mais amplo, que seja, a própria vivência, a busca, o espírito incessante de se chegar próximo à perfeição naquilo que se propôs a fazer. É na realidade uma situação mais espiritual que física.

No Aikidô, dentre os termos usados tem um, em particular, que é pouco falado na sua literatura específica, mas bem difundido nos escritos Zen e sempre citado nas classes de Aikidô durante os treinos – O Mushin.

O Mushin, em sua etimologia, nasce da união de dois kanjis – Mu, vazio ou nulo e Shin, coração ou mente. Em tradução livre pode-se dizer que Mushin é mente vazia. Quem, em classes de Aikidô, nunca ouviu o Sensei falar em deixar a mente vazia?  Na maioria das vezes o mestre explica que se deve deixar a mente vazia, não pensar em nada (bem difícil para os ocidentais); não se ater a partes e ao mesmo tempo ver o todo. Explica ainda que se deve aguardar a ação do colega de mente vazia (não esperar nada de forma pré-estabelecida) e que em vista de tal atitude vem a facilidade na aplicação da técnica, pois o praticante não se atém a determinada forma e nem a determinada atuação do outro, fazendo o movimento fluir assim como os pensamentos, ou seja, deixa passar o ataque e adequar a defesa.

Mushin foi definido pelos estudiosos do Zen como um estado de consciência inconsciente ou de inconsciência consciente, o indivíduo está presente e ausente ao mesmo tempo. O vazio é o não apego, é a concentração no todo e não na parte, é o adequar-se, é, a grosso modo, o “fazer no automático”.

E como se chega ao Mushin? Como se chega ao ponto de fazer sem sentir o que faz? (Observe-se que não sentir o que se está fazendo não está ligado com a inconsciência pura, a consciência está adormecida, mas presente e sem interferir na ação). Como em todas as artes, é com o treino perseverante. Já disse em outras épocas o Guerreiro Espadachim Miyamoto Musashi: “tempere a si mesmo com mil dias de pratica e refine-se com dez mil dias de treinamento”.

Assim, partindo-se do pressuposto que não se deve, no Aikidô, separar a mente e corpo, e que o praticante deve estar integral na prática da arte, a percepção do Mushin vem a ser bem difícil.

Vê-se que o Mushin não pode se dissociar e passar para uma disciplina essencialmente mental ou essencialmente física. Não se pode atingir o Mushin através da razão pura e simples. No Mushin a mente não se prende a pensamentos, eles vêm e vão, a consciência passa a fluir livremente, de objeto a objeto, de sensação a sensação. Também não se deve controlar o corpo pela mente. O termo mente vazia determina que ela nunca está ocupada com uma determinada idéia, com concepção ou distinção, pelo contrário, por ela tudo passa e nada se fixa.

No Aikidô usamos o Mushin, e também podemos chegar ao Mushin através dele.  A fixação em pensamentos é uma tentação. Com o treinamento constante da arte do Aikidô podemos, com a prática, eliminar os pensamentos na aplicação das técnicas. O treinamento constante leva ao desprendimento e a simples atitude do fazer. É o “algo” que age, dogma difundido no Zen e no Cristianismo – “não sou eu que faço as obras, é o pai que as faz em mim; eu, de mim, nada posso fazer”. O treinamento constante da mente e do corpo leva o Aikidoca simplesmente a fazer o que deve ser feito e não conjecturar se deve fazer ou não.

No treinamento, cada ataque e cada defesa levam o praticante a se familiarizar com os movimentos e cada nova tentativa é uma chance de se não pensar em nada e agir. O praticante que fica a remoer uma técnica, seja bem ou mal aplicada e que poderia ter feito desta ou daquela forma, não está em conformidade com o Mushin. O Aikidoca que faz a movimentação de forma fraca e temerária vai levar esta fraqueza para a próxima tentativa; e se fez a movimentação de forma brilhante e objetiva também levará tal sensação para o próximo passo. De uma forma ou de outra será influenciado na aplicação da nova técnica que virá. Mas o Aikidoca que deixa a técnica, mal ou bem executada, de lado e parte para nova tentativa, livre de intenções e de definições, do início, e de mente limpa para a nova e única experiência, este sim, está no caminho do Mushin.

No Livro a Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen , o autor, Eugen Herrigel, descreve um estado que se observa, sem muito esforço, como sendo o Mushin:

Não se pensa em nada de definido, quando nada se projeta, deseja ou espera, e que não se aponta em nenhuma direção determinada… esse estado fundamental livre de intenção e do eu, é o que o mestre chama de espiritual

O Mushin “surge” quando o Aikidoca, que age, está separado do seu ato e os pensamentos não interferem no que ele faz. O ato (físico) inconsciente (mente) é o mais livre e descontraído de todos. Deixar a mente fluir, não se ater a partes ou pensamentos leva a respostas instintivas e prontas.

Na prática, quando se pensa em exibir perícia ou fazer uma bela apresentação diante dos mestres, o consciente do Aikidoca interfere no desempenho do físico e este vem a cometer erros. É necessário se eliminar da mente a sensação de que se está fazendo aquilo. A mente precisa mover-se entre as técnicas e suas passagens de forma que não se atenha nem nelas, nem na platéia e nem no colega que junto está na apresentação. No instante em que o Aikidoca está consciente do que está tentando, a fina força, fazer, o equilíbrio se desfaz e este simples momento de desarmonia interrompe o fluxo da movimentação. A atenção demasiada em algum ponto fará o Aikidoca se fixar naquilo que é apenas passageiro e assim travar o movimento.

O Mestre Zen Takuan Soho, em sua obra a Mente Liberta – Escritos de um Mestre Zen ao um Mestre de Espada – fala sobre o poder negativo de se prender a mente em um ponto.

“Se a pessoa situa sua mente na ação do corpo do oponente, sua mente será capturada pela ação do corpo do oponente”. 

Então, onde situar a mente? O próprio Takuan responde:

“Se não a situares em lugar nenhum, ela irá todas as partes do teu corpo e o preencherá inteiramente”.

E continua:

“Se tu te decidires por algum lugar e lá situares a mente, ela será capturada por este lugar e perderá sua função. Se a pessoa pensar, ela será capturada por seus pensamentos. Portanto, deixa de lado os pensamentos e a discriminação, lança a mente para fora do corpo inteiro e não a fixe nem aqui nem lá; então, quando ela visitar os vários lugares, ela realizará a função própria e agirá sem erro”

A mente presa é a uma das maiores armadilhas em que o artista marcial pode cair. Para não se prender nisso ou naquilo, em movimentos ou técnicas, em platéias ou no ego, além do treinamento árduo e a prática constante, há de se haver o desprendimento da mente na ação – O Mushin.

Por fim, observamos que o Mushin, além de importante princípio a ser seguido é atitude difícil de ser adquirida, é um princípio importante na prática marcial do Aikidô, mas, em contrapartida, atitude rara de ser observada. O treinamento constante, a prática reiterada das técnicas e o desprendimento na execução são formas de deixar a mente fluir e que podem levar ao Mushin. E você, já atingiu o Mushin?

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HERRIGEL, Eugen – A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen – Tradução do Inglês para o Português por J. C. Ismael – Ed. 23ª, 2009 – Editora pensamento – São Paulo/SP.

HYAMS, Joe – O Zen nas Artes Marciais – Tradução do Inglês para o Português por Cláudio Giordano – Ed. 1ª, 1992 – Editora pensamento – São Paulo/SP.

KUSHNER, Kenneth – O Arqueiro Zen e a Arte de Viver – Tradução do Inglês para o Português por Paulo César de Oliveira – Ed. 2ª, 1992 – Editora Pensamento – São Paulo/SP.

SOHO, Takuan – A Mente Liberta – Escritos de um Mestre Zen a um Mestre da Espada – Tradução do Japonês para o Inglês por William Scott Wilson – Tradução do Inglês para o Português por Marcelo Brandão Cipolla – Ed. 1ª, 1998 – Editora Cultrix – São Pulo/SP.

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* Marcus Vinicius Andrade Brasil é graduado em Aikidô (Faixa-Preta 4º Grau – Yondan) pela Academia Central de Aikidô de Natal

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Aikidô – Por Israel Félix de Lima Júnior

26/03/2010

Em certo momento da minha vida, onde já tinha treinado por alguns anos algumas artes marciais, soube de uma nova arte que havia feitos mirabolantes e de tamanha maestria e elegância, comecei a pesquisar cuja arte poucos sabiam em Natal/RN. O tempo passa e o universo conspira e, em um dia qualquer me deparo com panfletos informando sobre cuja arte havia iniciado a busca em outrora, logo, de prontidão vou ao dojô, assisto ao treino e de imediato decido treinar. O Sensei Rodrigo, observando minha ansiedade me pede para fazer um treino experimental primeiro, porém, decidido como uma flecha lançada, já me matriculo e começo a treinar.

A idéia de força física e a resolução de problemas através da pancada foi logo frustrada nos primeiros treinos, começo a observar que haveria sempre alguém mais habilidoso e mais forte que eu e, isso não seria propriamente força física, então, comecei a experimentar a sensação de fraqueza e tais sentimentos me mostraram que eu estava estudando algo completamente diferente e grandioso, me apaixono pela arte em que outrora ansiava tanto em conhecer.

A dedicação desprendida no decorrer dos treinos e do tempo, me fizeram ver que a força sugerida pela filosofia do Aikidô era espiritual, nesse momento descubro o quanto sou fraco e o quanto o caminho é longo e árduo. As experiências galgadas com mestres e colegas diferentes me fizeram ver o tamanho da riqueza do Aikidô e fortaleceu a minha compreensão sobre a filosofia, a força espiritual, mesmo o caminho sendo individual há necessidade da cooperação dos colegas, pois o individuo só existe porque há o todo.

Ao chegar aos dez anos de treino e ao 3º Dan, sinto como se eu tivesse dado o primeiro passo para essa longa jornada, pouco conheço sobre minha pessoa, a cada treino a cada novo colega, a cada Sensei, observo que pouco sei e que muito tenho a aprender.

* Israel Félix de Lima Júnior é graduado em Aikidô (Faixa-Preta 3º Grau – Sandan) pela Academia Central de Aikidô de Natal

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Projeto Aikidô – Escola Municipal São Francisco de Assis – Yasugi Aikidô Dojô

21/03/2010

Na manhã do sábado, 20/03/2010, a Escola Municipal São Francisco de Assis esteve mais uma vez em festa; aconteceu a primeira Troca de Faixa do Projeto Aikidô. Oito Aikidocas do Projeto, dentre os participante, foram avaliados e receberam promoção à faixa-amarela (5º Kyu).

A Banca Examinadora foi composta por 04 (quatro) membros graduados Faixa-Preta em Aikidô do Estado do RN: Sensei Sérgio Pellissari (3º Dan Aikikai) representando a Academia Central de Aikidô de Natal; Israel Lima Jr. (3º Dan Aikikai); Paulo Wanderley (1º Dan Aikikai) e Vinicius Brasil (3º Dan Aikikai) e responsável pelo Projeto Aikidô da Escola Municipal São Francisco de Assis.

Aproveitando as festividades do evento de Troca de Faixa foi divulgado aos presentes o nome e a logomarca do Dojô responsável pelos treinamentos de Aikidô na Escola Municipal São Francisco de Assis, YASUGI Aikidô Dojô.

Ainda na festividade, foram homenageadas com certificados de reconhecimento, os participantes da Banca Examinadora, bem como, a Diretora da Escola Municipal São Francisco de Assis, Maria da Natividade Moura Rodrigues e a Vice-Diretora, Roselane Praxedes, pelo bom trabalho e pelo apoio ao Projeto Aikidô e seus Voluntários.

YASUGI Aikidô Dojô

Nome em homenagem ao Mestre em Aikidô, o Sr. Reishin Kawai (conhecido no meio do Aikidô Nacional por Kawai Sensei), pessoa que foi designada pelo Hombu Dojo – Central de Aikidô no Japão – para difundir o Aikidô no Brasil e na América do Sul.

Nascido no Japão, na cidade de YASUGI, prefeitura de Shimane e falecido em janeiro deste ano em São Paulo/SP, Kawai Sensei representou no Brasil o Aikidô de Morihei Ueshiba durante 46 anos.

Assim, em reconhecimento e respeito ao Mestre Reishin Kawai, ficou determinado que o Dojô teria o nome de sua cidade natal, Yasugi, e se chamaria YASUGI AIKIDÔ DOJÔ.

Projeto Aikidô

Trabalho Voluntário, em prol das crianças do bairro de Nazaré e Bom Pastor (Natal/RN), nas dependências da Escola Municipal São Francisco de Assis, promovido por Marcus Vinicius Andrade Brasil, Advogado no RN, 3º Dan de Aikidô e Guilherme Augusto da Silva Lemos, Universitário, 1º Kyu (Faixa-Marrom) de Aikidô.

Promovidos para 5º Kyu – Faixa Amarela – no 1º Exame de Faixa do YASUGI Aikidô Dojô.

Alan Gustavo Pessoa Machado

Alyson Augusto Pessoa Machado

Josemar Veríssimo da Silva Júnior

Joyce Karoline dos Santos Hermógenes

Manoel Rafael da Silva Gomes

Maria Luiza Silva da Costa

Wesley Mateus da Silva

Weslley Leandro da Silva Freire

Para Informações sobre o Projeto Aikidô – YASUGI Aikidô Dojô, entre em contato com Vinicius Brasil e Guilherme Lemos pelo e-mail: mvabrasil@yahoo.com.br

Colaboração: www.impressione.wordpress.com


O Aikidô na Minha Vida – Por Giovanni Nóbrega de Paiva

17/03/2010

Sou professor de Educação Física (Judô e Aikidô) e pratiquei algumas artes marciais como: Karatê Shotokan, Kung Fu Shaolin, e atualmente pratico além do Aikidô, o Jiu-Jitsu.

Foi através do convite de uma aluna do Judô, que conheci a Academia Central de Aikidô, na época o Sensei da academia era Rodrigo Martins que foi uchideshi do Sensei Kawai. A empatia foi imediata, iniciei os treinos vivenciando no dia a dia toda etiqueta dessa arte, técnicas e um ambiente de muita harmonia, tudo muito parecido com os ensinamentos do judô.

Ao realizar as técnicas de Aikidô, percebi a sutileza e suavidade com que elas são aplicadas, e que é através dos movimentos circulares que os movimentos tornam-se ainda mais eficientes.    

Certa vez, um grande mestre estava meditando e observando a neve cair sobre as árvores, duas delas lhe chamaram a atenção: o salgueiro e o carvalho, quando a neve caía sobre os galhos do carvalho, acumulavam-se em grande volume, visto que, os galhos eram robustos e suportavam por um determinado tempo o peso da neve, mas rompiam-se bruscamente promovendo conflito, já o salgueiro era diferente ao receber a neve, por menor que fosse a quantidade, dobrava-se com flexibilidade, deixando a neve cair sem nenhum esforço e depois retornava ao estado inicial.

Com isso, o mestre verificou que ceder é mais interessante que se opor, ser flexível e adaptar-se sem confronto é melhor e gera menos conflitos, a partir dessa reflexão criou-se a primeira academia, a do coração do salgueiro.

O Aikidô por se tratar de uma arte mais sutil e suave não precisa da neve, mas da suavidade do vento para ceder sem conflito e promover uma nova perspectiva de caminho ou direcionamento, em que ambos (sem conflito e resistência) resolvem percorrer harmonicamente.

* Giovanni Nóbrega de Paiva é graduado em Aikidô (Faixa-Preta 3º Grau – Sandan) pela Academia Central de Aikidô de Natal

Colaboração: www.aikidorn.com.br


A Prática do Aikidô na Infância Constrói Cidadãos de Bem – Por Hellen Suely dos Santos Lima Paiva

11/03/2010

Por se tratar de uma arte marcial não competitiva, o Aikidô tem sido procurado por muitos pais, que desejam que seus filhos pratiquem esportes que tenham essa filosofia, já que as modalidades oferecidas nas escolas são direcionadas para definição de um vencedor e um perdedor, o que expõe essas crianças ao estresse, problemas físicos e muitas vezes psicológicos.

No momento em que vivemos, sempre estamos sendo cobrados à competitividade, quer seja no ambiente familiar, escolar e nos mais variados grupos sociais, daí a necessidade da procura de “válvulas de escape” para encontrarmos o equilíbrio. É aí que entra o Aikidô, uma arte marcial que busca a cooperação, a harmonia e a necessidade do outro para concretização da técnica. Dentre tantos benefícios para as crianças e adultos, o Aikidô também trabalha o condicionamento físico, a coordenação motora fina e ampla, a concentração, disciplina, respeito e socialização.

O ambiente harmônico onde se pratica o Aikidô favorece à aquisição de todos esses benefícios, pois é nesse momento que minimizamos a agitação do dia a dia, nos concentrando na respiração e na busca da paz interior.

Nas aulas com crianças não podemos esquecer de incluir o lado lúdico, que sempre são praticados ao final dos treinos, através da inclusão de jogos cooperativos, onde o trabalho em grupo é bastante focado, dentre as brincadeiras podemos citar: coelho na toca, bandeirinha, tica corrente, tica ajuda, estafetas, entre outras.

Na Academia Central de Aikidô de Natal, além das aulas em si, também são oferecidas oficinas de Educação Ambiental e Sustentabilidade, onde além das crianças, os pais também são convidados a participar. Nesses encontros, inicialmente temos um bate-papo inicial, onde vivenciamos experiências pessoais relacionadas às questões ambientais, sobre a atual situação do planeta e o que a falta de cuidado com a nossa casa (a Terra) pode ocasionar para as futuras gerações. Logo após confeccionamos objetos, utilizando como matéria prima o resíduo descartado (o lixo) e posteriormente fazemos um lanche coletivo.

Enfim, a prática do Aikidô além do trabalho marcial e corporal, contribui também para construção de cidadãos de bem, responsáveis e produtivos para sociedade.

* Hellen Suely dos Santos Lima Paiva é graduada em Aikidô (Faixa-Preta 2º Grau – Nidan) pela Academia Central de Aikidô de Natal

Colaboração: www.aikidorn.com.br


A Respiração no Aikido – Um Caminho para a Harmonia – Por Maria Cristina Cuono Pereira

08/03/2010

“Para viver, precisamos respirar – em japonês ’kokyu’. Podemos sobreviver durante semanas sem comida, durante dias sem água, mas não podemos deixar de respirar por mais que alguns minutos.” – Mitsugi Saotome

Quando se inicia na prática do Aikido sempre se ouve do Sensei que tudo é fluido e que se deve trabalhar a circularidade para se obter energia e proteção… Esse aspecto, à primeira vista tão contraditório quando se fala em Artes Marciais – o que sempre recorre à idéia de ataques violentos em pontos vitais, reveste-se de importância capital.

Numa visão inicial, tem-se a sensação de que tudo isso não faz parte da realidade dessa arte marcial e que o necessário é, realmente, atacar o nosso oponente. Ledo engano.

Depois de alguns anos de prática, pode-se perceber toda essa circularidade, incansavelmente citada desde o início dos treinos e que mais importante do que atacar é esperar, controlar-se, buscar o equilíbrio e reforçar a proteção. Para proteger, é necessário respirar e se encher de energia qualificada, purificando cada célula do corpo.

Outrossim, com o benefício da respiração controlada, aprende-se a trabalhar a ansiedade de querer estar sempre tomando decisões precipitadas, interrompendo, com isso, o ciclo natural da energia dentro de cada um.

Quando se praticam atos violentos ou impensados, as conseqüências são logo notadas pelo excessivo desgaste, perdendo-se muito tempo e energia para, novamente, alcançar a harmonia e o equilíbrio, algo inacessível quando não se recupera a respiração e o autocontrole.

Os limites que podem ser atingidos em estados alterados, bem como a técnica que se deve utilizar para retornar ao estado de equilíbrio, dependem, antes de qualquer coisa, de se possuir conhecimento de suas próprias características. Quando se busca esse autoconhecimento, pode-se entender melhor toda a dinâmica dos movimentos que ocorrem, sempre, num macro e micro cosmos.

Nas técnicas do Aikido, todo o movimento se inicia a partir de nosso centro (micro) e se expande até envolver o outro praticante (uke) no mesmo caminho ao qual a energia vai se moldando (macro).

Dentro de todo o movimento de Aikido, sempre acontece esse pequeno e grande deslocamentos, envolvendo a capacidade de concentração na respiração. Quanto mais concentrados no fluxo respiratório dentro de si mesmos, mais se pode relaxar e ter uma consciência cada vez maior da cinemática envolvida nas técnicas.

Kokyu (respirar) é a palavra que define todos os movimentos dentro das espirais de energia trabalhadas através dos chakras e expandidas no movimento de cada técnica praticada no Aikido.

A respiração é extremamente importante para todo e qualquer movimento. Sempre que se esquece a forma correta de respirar, cansa-se mais rapidamente e se torna mais comum se desconcentrar no movimento.

Quando entendemos melhor o caminho percorrido pela respiração no nosso próprio corpo, entendemos o que é relaxamento. Se nos concentrarmos na nossa respiração e relaxarmos em cada movimento, conseguimos uma melhor desenvoltura nas técnicas e, consequentemente, um melhor condicionamento físico.

Quando não se entende o caminho percorrido pela energia da respiração no corpo, limita-se o seu desempenho, expõe-se às contusões e fraturas, além de não se aproveitar o melhor de todo o treinamento, que é o alongamento.

Ao oxigenar-se todo o corpo através de uma melhor respiração, relaxamento e alongamento em cada técnica praticada, sente-se uma sensível melhora na saúde.

Sentimo-nos mais dispostos, atentos e preparados para o dia a dia, as vicissitudes da rotina e para se vencer os maiores inimigos de qualquer um: suas próprias limitações e imperfeições.

No Aikido busca-se encontrar a verdade interior e somente se pode conhecê-la, por meio da busca incansável da perfeição. Superando cada vez mais os próprios limites, e através da respiração, expandindo a consciência para níveis cada vez mais elevados da compreensão do Universo.

Com uma maior concentração no caminho que a energia da respiração percorre no nosso interior, consegue-se superar os próprios limites, evoluindo e aprendendo cada vez mais intensamente. Nosso corpo fala e, através da respiração, consegue-se ouvi-lo e tudo ao seu tempo vai se modificando e melhorando.

Quando se percebe a necessidade de se estar atento à respiração, pode-se, realmente, começar a aprender o quê é o AIKIDO.

* Maria Cristina Cuono Pereira é graduada em Aikido (Faixa-Preta 3º Grau – Sandan) pela Academia Central de Aikido de Natal.

Colaboração: www.aikidorn.com.br


Aikidô Natal – 10 Anos de Aikidô – Novos Graduados da Academia Central de Natal/RN

24/11/2009

Conforme prometido, segue a lista dos novos graduados da Academia Central de Aikidô de Natal (em ordem alfabética). Os novos graduados receberam seus títulos na presença do Mestre Reishin Kawai, 8º Dan de Aikidô, introdutor e representante do Aikidô no Brasil e do Sensei Rodrigo Martins, Fundador da Academia de Aikidô de Natal em 1999.

O evento foi parte da comemoração dos 10 anos de Aikidô em Natal/RN. Participaram também do evento o Sensei Rogério Paudejuenas (PB), Sensei Henrique (PE), e o Sensei Daniel (BA).

Atualmente Sensei Rodrigo reside nos EUA e a Academia Central de Aikidô de Natal está sob a direção de seus seguidores mais antigos: Marco Antonio Rocha, James Araújo, Sérgio Pellissari e Gabriel Lopes.

NOVOS GRADUADOS

Shodan – Faixa-Preta 1° Grau

Alberto Sérgio G. Chagas

Beethoven Feitosa Gouveia

Cristiana Silva Barbosa

Cristiano Baia F. Araujo

Diego Fernandes Sales

Francisco A. Feitosa Junior

Francisco Laurentino Pontes

Frank Düesberg

José Francisco Cosme Silva

Leonardo Carneiro Ventura

Louise Leiros F. Siqueira

Luiz Augusto O. Souto

Marcos José Nascimento

Marcos William Pontes

Paulo Wanderley Sá Leitão Neto

Roberta Macedo Xavier

Nidan – Faixa-Preta 2° Grau

Hellen Suely dos S. L. Paiva

Marcelo Murilo G. dos Santos

Sandan – Faixa-Preta 3° Grau

Cristos Xenophon Aravanis

Israel Felix de Lima Junior

Marcus Vinicius Andrade Brasil

Maria Cristina Cuono Pereira

Maroni Costa Leitão

Giovanni Nóbrega de Paiva

Colaboração: www.aikidorn.com.br


Kawai Shihan em Natal/RN – 10 anos de Aikidô em Natal – Exames de Dan

09/11/2009

No final de semana dos dias 31/10/2009 a 02/11/2009, ocorreu na cidade Natal, estado do Rio Grande do Norte, as comemorações pelos 10 anos de Aikidô Kawai Shihan naquela capital. O evento deu-se na Academia Central de Aikidô de Natal com a presença do Sr. Reishin Kawai, 8º Dan de Aikidô e introdutor da arte no Brasil.

Dentre os convidados, além do Kawai Shihan e de sua filha Cristina Kawai, o evento contou com a presença de Rodrigo Martins Sensei, responsável pela Academia Central de Aikidô de Natal e pela introdução do Aikidô da linhagem do fundador Morihei Ueshiba na cidade do Natal e dos demais Sensei(s) da Academia de Natal (Marco Antonio, James Carlos, Sérgio Pellissari e Gabriel Lopes).

De outros estados vieram: Rogério Sensei, representando o estado da Paraíba; Henrique Sensei, representando Pernambuco e Daniel Sensei, representando a Bahia e colegas da Academia de Natal em outras cidades (São Paulo/SP, Parnamirim/RN, Mossoró/RN). Além dos ilustres convidados, alunos dos respectivos mestres compareceram ao evento.

O evento teve início no dia 31/10/2009 com um treino de abertura ministrado por Rodrigo Sensei. Após o treino, os participantes saíram em comitiva ao aeroporto da cidade do Natal (em Parnamirim) para fazer as boas vindas ao Mestre Reishin Kawai e sua filha Cristina.

No dia 01/11/2009, domingo, logo às 07:00h da manhã, os candidatos a aquisição de grau e mudança de grau já estavam perfilados no tatame da Academia Central de Aikidô de Natal para receber o avaliador Kawai Shihan. O exame se deu, como de costume, em uma atmosfera de confiança, alegria e descontração.

Após os exames, aqueles que participavam, foram prestigiar a presença do Mestre Kawai em um almoço no restaurante Sal e Brasa e depois, outra comitiva o levou ao aeroporto para seu retorno a São Paulo.

No final da tarde do mesmo dia, às 16:00h, os alunos da Academia Central de Aikidô de Natal e seus convidados participaram em peso do último treino do dia ministrado por Rodrigo Sensei.

Na noite do referido dia, por volta das 19:30h, deu-se a festa do evento comemorativo aos 10 anos de Aikidô em Natal com a participação no palco da Academia Central de Aikidô da violonista e aluna da Academia, a Srta. Mariana; apresentação da cantora e também aluna da Academia Central, Srta. Themis; da apresentação de Rodrigo Sensei, Leonardo (Ex Tricor), e Aleksej também alunos da Academia Central e Marco Antonio Sensei e seu filho Yuri.

Por fim, em 02/11/2009, segunda-feira, ocorreu às 08:00h da manhã, o treino de encerramento do evento com a presença dos alunos e dos convidados dos vários estados para encerrar as festividades dos 10 anos de Aikidô Kawai Shihan em Natal/RN.

Em breve será publicada a lista com os novos graduados da Academia Central de Aikidô de Natal.

 

Conheça o aikidô

Aikidô Kawai Shihan – União Sul Americana: www.aikidokawai.com.br

Aikidô em Natal: www.aikidorn.com.br

Aikidô em Pernambuco: www.aikidope.com.br

Aikidô na Paraíba: www.aikidopb.com

Aikidô na Bahia: www.aikidobahia.com.br

 

Colaboração: www.impressione.wordpress.com


Aikidô: luta japonesa desenvolve habilidades profissionais – Uol Economia

05/10/2009

O maior motivo para a tensão dos profissionais de TI (tecnologia da informação) é a instabilidade, típica da profissão. Para combater este mal, que leva ao estresse, os executivos da área apostam em atividades diferenciadas.

O Aikidô, arte marcial criada no Japão em 1942 e que ensina o espírito japonês de amor às forças da natureza, é um exemplo destas atividades. Além de promover o bem-estar, ela ainda capacita o profissional para o ambiente corporativo.

Vantagens da prática

Para o diretor comercial da CSF Storage – empresa de tecnologia – Moacir Ladeira, é uma luta essencialmente defensiva, baseada em movimentos fluidos e circulares que ajudam a desenvolver a disciplina e organização, por meio de técnicas que podem incluir armas como espadas, facas de madeira e bastão.

Para ele, é um verdadeiro exercício de autocontrole. “Aprendemos com paciência e com concentração a controlar os atos e avaliar os caminhos que queremos seguir e onde devemos chegar“, explicou.

Colaboração: http://economia.uol.com.br


Aprender com o Espírito – Por Makoto Nishida Sensei

30/09/2009

Existem vários estilos no Aikidô. Nos dojôs e em demonstrações, podemos ver que cada praticante possui um estilo diferente: movimentos lentos, movimentos rápidos, movimentos vigorosos, movimentos que parecem uma dança e muitos outros.

Mas, por quê? Isto porque o Aikidô é uma arte de grande amplitude. O objetivo do Aikidô não é impressionar os outros com a força física, mas sim expressar os movimentos do espírito através do corpo. Além do que os movimentos do Aikidô são relativos ao parceiro, ficando mais lento se o parceiro for lento ou mais rápido se o parceiro for mais rápido, e mais, os movimentos dependem das características físicas e dos pensamentos de cada um.

O fundador Morihei Ueshiba pregava severamente sobre a importância do espírito, mas parece que ele não enquadrava detalhadamente os movimentos. Entre as palavras do fundador existe uma que diz: “No Aikidô não existem formas. Não existindo formas, é tudo um aprendizado do espírito. Não se pode apegar às formas. Isto porque impossibilita a execução de movimentos delicados. A partir do corpo, tudo o que possui uma forma é chamado de “HAKU”. O espírito de tudo o que existe é chamado de “KON”, e nosso objetivo é aprender o aperfeiçoamento do “KON”. Hoje tudo é centralizado no “HAKU”, mas “KON” e “HAKU” sempre devem estar juntos. O “KON” é que deve controlar o “HAKU” “. Isto nos mostra que o ideal do Aikidô é de que o espírito é o principal, devendo o corpo se movimentar de acordo com o movimento do espírito.

Assim, todo o movimento oriundo do espírito do “Aiki” seria Aikidô. O problema é que sem uma forma determinada, é impossível aprender. Sendo assim, foram criadas técnicas básicas (KIHON), por exemplo: dai-itikyo, dai-nikyo, shiho-nague, etc. para que se possa treinar metodicamente. A partir do KIHON, devemos aprender os movimentos esféricos e por meio deste, sentir o Ki, para atingirmos a essência do Aiki. Este é o caminho indicado pelo fundador.

Vendo as demonstrações dos alto-graduados, apesar dos estilos diferentes, sempre existem movimentos circulares, o que nos impressiona. Os movimentos circulares são a manifestação do espírito do Aiki, sendo isto o princípio do Aikidô.

Existem vários dojôs de Aikidô, mas o importante é que o instrutor consiga ensinar os movimentos circulares através dos treinos básicos. O mais importante é aprender os movimentos circulares através do treino persistente do KIHON. O fundador disse “Eu sou o que sou hoje, pelos 60 anos que treinei o KIHON“. São palavras que advertem os que, sem saber o KIHON, tentar apenas imitar superficialmente as técnicas.

*Makoto Nishida – 6o. Dan de Aikidô – Representante de FEPAI

 

Colaboração: www.linseidojo.com.br  


O Aikijujutsu

17/08/2009

Aikijujutsu, arte marcial praticada antigamente pelos nobres japoneses, por sua riqueza de conhecimento e dificuldade. Perde-se na história a época ou período do surgimento da arte, já que o Japão antigo não exercitava a prática da escrita, restringindo o conhecimento passado apenas entre os familiares das aldeias. Diz-se que sua origem vem da arte da espada, o Kenjutsu, quando nas batalhas não havia outras soluções para a defesa que não o conceito do Sukima (vazio).

O Sukima representa um fundamento básico do Aikijujutsu, e simboliza fazer com que um adversário (inicialmente portando a espada Katana) não consiga atingir seu objetivo, apenas usando os conceitos dos quatro elementos, água, fogo, ar e terra. A partir deste princípio surgiu o primeiro movimento que hoje constituí o Aikijujutsu.

Arte muito antiga, baseada na harmonia e na utilização da energia  interior, conhecida  como Ki. O Ki é o princípio que rege o universo do Aikijujutsu, focalizando os estudos em sua condução e direcionamento. Bastante usada por velhos e mulheres, por sua riqueza e eficácia da utilização da não-força; alguns a consideram como a arte de lutar sem lutar. É baseada na utilização de chaves, torções e imobilizações, de modo a invalidar o inimigo buscando a harmonia do corpo.

O nome da arte pode ser traduzida para o português da seguinte forma:

 Ai: harmonia,amor 

 Ki: energia, força vital

 Ju: flexibilidade

 Jutsu: arte

O AikiJuJutsu, desde a organização por Minamoto no Yoshimitsu, e até mesmo antes, teve muitos caminhos distintos, que resultaram em diferentes estilos, como o Daito Ryu Aiki JuJutsu, fundado por Sokaku Takeda, e também o Aiki JuJutsu estudado no Kaze no Ryu, que se difere daquele em muito pela influência das artes de guerra nos povos antigos, os Ainos, que originaram o povo Shizen.

O Aikijujutsu de Takeda veio da linhagem dos Minamoto, que organizaram as técnicas Aiki e o fundaram, aproximadamente no séc.XV. A arte se desenvolve através da circularidade, tal como no universo, pois o praticante é um “sol”, que mantém seus inimigos em sua órbita, sem jamais deixar de iluminá-los. Porém, sempre após o dia, vem a noite, que esconde as práticas mais fortes e rígidas voltadas à guerra, onde se encontra o que chamamos Hidoi.

A complexidade de seu sistema a consagrou como uma arte de nobres costumes. Sua dificuldade se encontra exatamente na harmonia interior do praticante, não se deixando levar por qualquer sentimento ou emoção que afetasse a sua técnica.

Colaboração: www.bugei.com.br


Ukemi e a função do medo – Por Rubens Caruso Jr.

17/07/2009

Normalmente enxergamos a função do Uke como sendo simplesmente ser imobilizado, arremessado ou ferido. Nada poderia estar mais distante de sua verdadeira função durante o treinamento. Aprender a receber corretamente uma determinada técnica, proporcionando ao parceiro a possibilidade de estudá-la corretamente é algo realmente difícil.

Geralmente cedemos com relutância nosso corpo ao parceiro, esperando somente nossa vez de executar a técnica. Agindo dessa forma impedimos o crescimento de nosso parceiro e o nosso próprio, e pior ainda, acabamos por cultivar os sentimentos mais baixos como o ódio, o rancor e a vingança. . . Acabando por passá-los também ao parceiro, criando assim um círculo vicioso que somente terá fim com a destruição de ambos.

Muitas vezes durante o treinamento colocamos o fardo de nossa própria segurança excessivamente sobre os ombros do Nague, culpando-o por nossa falta de naturalidade e capacidade que muitas vezes vem de uma total falta de vontade em doar-se.

Aprender a receber um Ukemi leva muito tempo, mas certamente levará uma eternidade se o Uke não aprender a doar-se completa e construtivamente à sua função. Quando digo doar-se, quero dizer que você deve ir além do conceito que tenha sobre suas próprias limitações, e somente conseguirá isso cultivando a modéstia e a sinceridade além de uma atitude de cooperação.

O medo faz parte de nosso dia a dia, o Ukemi ensina não como extingui-lo, mas sim visualizá-lo como realmente é, nos possibilitando usá-lo de uma forma construtiva em nossa vida. Normalmente o receio de nos ferir faz com que acabemos por agir de uma maneira destrutiva para com os outros, utilizando como ferramentas os sentimentos como o ódio, rancor, repulsa e inveja. O verdadeiro estudo do Ukemi cultiva valores mais elevados, que nos conduzem à uma compreensão da verdadeira função do medo em nossa vida.

Abaixo coloco algumas indicações que consegui nos últimos anos, que podem ajudar à aprimorar sua arte do Ukemi e conseqüentemente seu Aikidô:

1) Enquanto iniciante esforce-se para aprimorar as qualidades físicas de seu Ukemi. É através dele que você alcançará uma compreensão melhor do coração do Aikidô.

2) Logicamente existem barreiras físicas e psicológicas difíceis de serem superadas mas não impossíveis, confie em seu instrutor, aprender a doar-se também significa aprender a confiar.

3) Quando mais experiente, aprimore-se a ponto de não opor uma resistência negativa ao Nague, mesmo que ele tente ferir-lhe aprenda a envolver-lhe no calor de seu coração transformando sua atitude de destruição em uma atitude de crescimento mútuo.

4) Cultive a entrega de si mesmo ao aprimoramento não seu, mas de seu parceiro. Isso lhe abrirá portas que jamais sonhou existirem.

* Rubens Caruso Júnior – 4° Dan de Aikidô – Aikidô Nova Era

Colaboração: www.aikidonovaera.com.br


Ouyouwaza e Henkawaza – Por Hiroshi Ikeda

16/07/2009

“Isso realmente funciona?” O ideal de qualquer budoka é ser capaz de executar técnicas eficientes.

Na desafiante busca pela técnica eficiente, há duas palavras japonesas – ouyouwaza e henkawaza – que descrevem conceitos essenciais para que “a técnica realmente funcione”.

Em termos simples, ouyouwaza é o estudo de como tornar uma técnica efetiva, ou como conseguir realizar o trabalho. É parecido a usar um copo de bebida para guardar uma flor, quando não há um vaso disponível; ou como temperar um prato com molho de soja, quando o saleiro está vazio. O aspecto de adaptação e/ou mudança está inerente à definição de ouyouwaza, e uma certa intenção está implícita. 

Henkawaza é de certa forma mais claro e refere-se ao estudo de como uma técnica muda para outra – ikkio em nikyo, por exemplo, ou ikkio em shihonague. Henkawaza entra em nosso treinamento quando começamos a aprender como mudar espontaneamente de uma técnica para outra, quando percebemos que a primeira técnica não é efetiva em certa situação. Por exemplo, podemos começar uma técnica, porém percebemos que nosso parceiro está resistindo – assim mudamos nossa técnica para usar esta resistência para transformar a técnica em outra.

Embora não possamos claramente recorrer à um destes dois conceitos durante nosso treinamento no budô, as chances são que todos os estudantes têm deparado-se tanto com o henkawaza como com o ouyouwaza durante a prática diária.

Pode-se dizer que ouyouwaza é a próxima fase depois do kihonwaza (técnica básica). É necessário anos para estabelecer nosso repertório básico, aprendendo a executar com confiança o passo a passo, movimentos básicos do kihonwaza – e no final alterar livremente estes e engajar-se na fascinante pesquisa de como “fazer o budô funcionar em uma situação real”.

Todos nós sabemos que em uma seção típica de treinamento, nosso parceiro está, na maior parte do tempo, cooperando e recebendo ukemi de nós. Porém, quando nosso parceiro ou oponente decide experimentar resistindo com força muscular ou o “centro,” aprendemos uma dura lição – “Isto não funciona.” Nesta situação, temos de ser capazes de extrair algo de tudo que aprendemos até então, a fim de tornar nossas técnicas eficientes com parceiros não cooperativos.

Ouyouwaza e henkawaza se misturam um pouco no significado, ambos significam técnicas que cultivam a habilidade de pensar livremente e mover-se sem restrição/força. Em nosso escolhido Budô, treinamos para conseguir esta abertura, fluida intenção/tendência através do treinamento de randori (estilo livre), kumite (disputa) e o treinamento de shiai (competição). O mérito destas práticas é que elas todas exigem e reforçam a consciência flexível, enquanto demonstram a ilusão das técnicas especificas pré-concebidas. 

Tradução: Rubens Caruso Jr. – Aikidô Nova Era – www.aikidonovaera.com.br

Colaboração: www.bujindesign.com


Shomenuchi Ikkyo – Contrário aos princípios do Aikidô? – Por Stanley Pranin

02/07/2009

Shomenuchi ikkyo é provavelmente a técnica mais praticada do Aikidô. Muitos instrutores vêem essa técnica como o pilar do Aikidô básico e frequentemente começam a prática em suas aulas com shomenuchi ikkyo omote. Além disso, é dito que o fundador ensinou muito essa técnica tanto antes como depois da guerra.

Como essa técnica é tipicamente praticada hoje em dia nos dojô(s) de Aikidô? O ukê inicia o ataque com um golpe shomenuchi contra o tori. O tori recebe o golpe, empurra o braço do atacante para trás ou para o lado enquanto dá um passo com o pé de trás para desequilibrar o atacante, e finalmente aplica o ikkyo. Esta é, claro, uma maneira muito simplificada de descrever o que é de fato um complexo processo físico, mas qualquer aikidoka reconhecerá o padrão de movimento que descrevi.

Eu tenho praticado esta técnica por anos, como está descrita acima, em aulas com diversos professores. Eu sempre considerei shomenuchi ikkyo omote difícil de ser executado com perfeição porque a coordenação do momento de se encontrar com o ataque shomenuchi é o ponto crítico. Se o praticante estiver um segundo atrasado ao responder o golpe de ataque, a técnica pode se tornar um choque de forças opostas que termina com uma batalha para se determinar quem tem o movimento de quadril mais estável ou maior força nos braços e ombros. Ela contrasta com outras técnicas básicas do Aikidô como yokomenuchi shihonage, munetsuki kotegaeshi, e várias outras, em que o objetivo é se retirar da linha de ataque, se unir à energia que se aproxima, e então aplicar uma técnica apropriada e depois uma imobilização. Nestas a força não é o mais importante porque a técnica não envolve confrontação direta. Estas técnicas são claramente do “tipo aiki” em suas manifestações físicas. 

Por muito tempo eu atribuí minha dificuldade em executar o shomenuchi ikkyo à minha inabilidade de compreender o conceito fundamental ou à minha técnica ainda fraca. Então, em 1973, 11 anos após começar no Aikidô, eu entrei em contato com um método diferente de prática. Passei um mês em Shingu, na prefeitura de Wakayama, treinando com Michio Hikitsuchi Sensei. A forma que o Sensei Hikitsuchi adotava se dava com o tori realmente iniciando a técnica, executando um atemi contra a cabeça do ukê. O ukê, apesar de ser quem seria arremessado, era forçado a proteger sua cabeça bloqueando o atemi, e então, estando desequilibrado, ele seria facilmente arremessado. Praticar dessa maneira era novidade para mim, e não gostei disso. O ritmo do treino era muito rápido, e, no papel de ukê, assim que me levantava de uma queda, a mão do meu parceiro já estava novamente no meu rosto. Eu pensei “como isso pode ser Aikidô, se eu, o atacante, estou sendo atacado”?

Alguns anos depois, em 1977, eu me mudei de vez para o Japão, e treinei no Dojô de Iwama com Morihiro Saito Sensei. Lá o shomenuchi ikkyo era praticado de maneira semelhante. O tori iniciava a técnica com um atemi, o ukê bloqueava e era então arremessado e imobilizado. Saito Sensei declarou que era assim que a técnica era ensinada pelo fundador Morihei Ueshiba nos anos que se seguiram a segunda Guerra Mundial. Finalmente eu me acostumei a praticar o shomenuchi ikkyo desta forma e não mais tive dificuldade em executar a técnica.

Mais tarde, em 1981, enquanto entrevistava um dos ushideshi de Morihei Ueshiba Sensei de antes da guerra, eu vi pela primeira vez o manual técnico Budô ao qual sempre nos referimos nas páginas do Aiki News. O Fundador descreve a execução correta do shomenuchi ikkyo com as seguintes palavras: “1) avance com a perna direita e ataque o rosto do parceiro com a mão direita. Seu parceiro bloqueia com a mão direita. 2) Segure o pulso direito do parceiro com sua mão direita e seu cotovelo firmemente com sua mão esquerda. 3) Movendo o quadril, traga o braço do parceiro de forma espiral para baixo na sua frente, então dê um passo largo com sua perna esquerda. 4) Puxe a sua perna direita em frente. 5) Pressione seu joelho esquerdo contra a área da axila direita do parceiro e com a mão direta segurando seu pulso, estenda o braço do ukê e faça a imobilização.” (AN#48, pp. 8-9).

É claro que o fundador praticava esta importante técnica básica em 1938 quando Budô foi publicado. Alguns dizem que as técnicas publicadas neste manual representam o aiki budô de antes da guerra, e que as técnicas do fundador mudaram após a guerra. Eles estão certos, mas só até certo ponto. Existem claras evidências de que Ô-Sensei ensinava muitas técnicas básicas de Aikidô de uma maneira muito semelhante ao seu estilo anterior à guerra mesmo depois, durante o período de Iwama e ao menos até meados de 1950. Nos filmes do fundador durante seus últimos anos, ele executa o shomenuchi ikkyo omote sem mover muito os pés, mas ele nunca espera muito pelo atacante para desferir um poderoso ataque sobre a cabeça. Ele está sempre à frente do ataque e nunca se choca com o ukê. Eu atribuo a falta de um claro trabalho de pés e de taisabaki neste ultimo estágio de sua vida à sua idade avançada e dificuldade de se mover livremente como antes.

Pessoalmente, eu considero as explicações do fundador sobre as técnicas básicas contidas nas páginas do Budô e como ensinadas no período de Iwama como sendo a “gramática” do Aikidô. O Aikidô pode agora ser raramente ensinado desta forma, mas nossa compreensão histórica da arte avançou a um ponto em que a técnica e a metodologia pedagógica de Morihei Ueshiba estão bem documentadas. E fica evidente que estes métodos ainda são considerados importantes, visto a recente autorização do Doshu Kisshomaru Ueshiba para a publicação de uma tradução para o inglês do Budô, pela prestigiosa editora Kodansha. Além disso, espera-se para breve uma reedição do livro em japonês.

O Aikidô, devido às suas características próprias como uma arte marcial ética, parece destinado a atrair muitas pessoas pelo mundo. Como tal, seu conteúdo técnico passará por uma análise detalhada e a arte será comparada às outras artes marciais. Se técnicas feitas como se fossem uma dança e praticadas de maneira descuidada, que contrariam as bases marciais fundamentais do Aikidô de Morihei Ueshiba, forem usadas como exemplo para tais comparações, temo que o Aikidô será considerado despido de um sentido técnico. Praticantes avançados de Aikidô, e particularmente quem tem um dojô sob sua responsabilidade, tem o dever para com eles mesmos e para com a arte de reavaliar o conteúdo de seu treinamento constantemente. Os ataques durante a prática são sinceros e fortes? O equilíbrio do atacante é quebrado antes que se aplique pressão ou antes da execução de uma queda? A queda é bem executada e seguida de um movimento de imobilização eficiente que impede qualquer fuga? Essas coisas devem sempre ser lembradas. E, finalmente, apesar de não podermos aprender diretamente do fundador, seu legado permanece para todos os que buscam explorar a genialidade de suas teorias e técnicas.

Tradução: Jaqueline Sá Freire – Hikari Dojo – RJ

Colaboração: www.aikidojournal.com


Quem foi KISHOMARU UESHIBA ?

18/06/2009

Kishomaru Ueshiba foi o filho caçula de Morihei Ueshiba, fundador do Aikidô. Nasceu na cidade de Ayabe no dia 27 de Junho de 1921.

Kishomaru começou a treinar seriamente enquanto era adolescente no ano de 1937 e, em 1938, já aparecia recebendo ukemi de seu pai no livro BUDÔ. Ele se tornou o diretor do Kobukan Dojô enquanto ainda estudava na universidade em 1942, logo após a retirada de seu pai para Iwama. Em 1946, se formou pela universidade de Waseda em Economia.

Depois da guerra, no começo de 1948, Kishomaru supervisionou o desenvolvimento do novo Aikikai Hombu Dojô. Ficou empregado por alguns anos em uma empresa de seguros até largar este emprego definitivamente em 1955 e dedicar-se totalmente ao crescimento da Aikikai. Em 1957, Kishomaru publicou seu primeiro livro sobre Aikidô que tornou-se um sucesso sendo editado diversas vezes. Desde então, ele foi autor de mais de 20 volumes sobre a arte.

Em 1963, Kishomaru fez sua primeira viagem internacional para os Estados Unidos e, subsequentemente, viajou em diversas ocasiões para a América do Norte, do Sul e Europa. Kishomaru Ueshiba teve papel fundamental na expansão e divulgação da organização Aikikai em torno do mundo. Sua influência técnica também foi muito grande.

Kishomaru gradualmente modificou o currículo técnico da Aikikai reduzindo o número de técnicas ensinadas e padronizando a nomenclatura. O seu estilo de movimentos fluídos ainda é utilizado em diversos dojôs.

Após a morte de seu pai em 1969, Kisshomaru herdou o título de Doshu que significa “O Guardião do Caminho.”

Kishomaru esteve em visita ao Brasil nos anos de 1978 e 1990.

No dia 04 de Janeiro de 1999, Kishomaru faleceu aos 77 anos.

Colaboração: www.aikidobr.com.br


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