Alguns Pontos Sobre Promoções e Exames – Yoshimitsu Yamada Sensei *

02/10/2012

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A atividade do Aikidô nesta parte do mundo (EUA)recentemente tornou-se muito excitante devido à presença de Osawa Sensei, que ministrou aulas no seminário anual de faixas pretas em Nova York.

Para os estudantes, o ponto alto deste tipo de seminário ou summer camp é o exame de faixa preta. Para ser honesto com vocês, este nem sempre é o ponto de destaque para mim. Às vezes – devido à performance dele ou dela – eu tenho que reprovar algum estudante, e, nenhum instrutor gosta de fazer isso.

Eu gostaria de discutir algumas coisas que percebi durante alguns exames recentes. Estou mencionando estes pontos porque acho que serão úteis a vocês em sua prática diária.

O que mais me surpreendeu foi que algumas pessoas que estavam fazendo os exames não eram capazes de executar de forma clara nem mesmo técnicas básicas, tais como shomenuchi ikkyo, yonkyo e shihonague. Alguns nem ao menos sabiam os nomes destas técnicas comuns. Eu entendo que devido à variedade natural do Aikidô – sua flexibilidade e criatividade – pode haver alguma dificuldade em nomear todas as técnicas. Porém, há nomes comuns específicos para as técnicas básicas. E eu acho que a familiaridade ou sua falta com estes nomes comuns depende da atitude na prática diária.

Outra coisa que notei foi que muitas pessoas estavam interessadas em executar movimentos ou técnicas exagerados, extravagantes, que haviam copiado de estudantes mais avançados. Por favor, se lembrem de que um estudante adiantado executando movimentos mais complexos ou extravagantes é totalmente diferente de um principiante executando estes mesmos movimentos. E esta diferença é óbvia para um Aikidoísta experiente. A técnica de um estudante avançado revela uma base rigorosa nos fundamentos e princípios do Aikidô – sua técnica tem uma estrutura bem definida; uma técnica mais complexa de um iniciante carece de base – é só uma técnica superficial, sem nada de interior.

É surpreendente para mim que existam alguns instrutores que ensinem somente movimentos complicados aos principiantes, se esquecendo de ensinar os elementos básicos das técnicas. Eu gostaria que estes instrutores percebessem como é importante para um estudante receber os elementos básicos para só então mais tarde, se ele ou ela assim o desejar passarem a executar os movimentos mais sofisticados. Para dar um exemplo desta falha no exercício do básico, eu notei, nos exames, que várias pessoas não conseguiam executar suwari wasa corretamente! Vamos todos certificar-nos de que praticamos o básico em nossas aulas diárias.

Obviamente as pessoas que fazem o exame para faixa preta são ou do primeiro (Faixa Marrom) ou do segundo kyu (Faixa Azul). A habilidade de um aluno do primeiro kyu deveria estar em nível quase igual à de um shodan. Eu penso que um exame para shodan é uma mera formalidade, no qual se demonstra o quanto as habilidades do primeiro kyu foram aprimoradas. Eu gostaria então de pedir aos instrutores que aplicam exames de kyu que sejam um pouco mais rigorosos nos exames de primeiro kyu, para que seus estudantes não venham a embaraçar a si e aos seus instrutores quando forem prestar exame para shodan. Isto fará com que os exames se tornem o ponto alto dos seminários para mim também.

Falando sobre outro aspecto do exame, às vezes eu ouço pessoas comparando os mérito de um exame ou outro, ou tagarelando sobre as promoções de outras pessoas. Eu escuto coisas como: “Como ele conseguiu passar?” ou “Eu jamais o teria aprovado!”, etc. Antes de entrar em mais detalhes sobre os fatores determinantes que nós usamos para promover as pessoas, quero dizer o seguinte: a atitude expressa neste tipo de observação é absolutamente errada, não importando em que circunstâncias aconteçam. Nós, como Aikidoístas, devemos ter muito sentimento, e congratular cada um por suas realizações.

Desnecessário dizer que para ser aprovado no exame um estudante deve estar apto a mostrar certo nível no teste. Mas, o julgamento de um examinador também deve se basear em um ou mais dos seguintes fatores:

1) tempo de dedicação ao Aikidô;

2) atitude na prática;

3) limitação física;

4) esforço – todos nós temos diferentes habilidades físicas, mas é realmente o esforço o que conta mais.

Então, por favor, tenham sempre em mente que há muitas coisas a considerar na decisão sobre promoções.

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* Instrutor Chefe do New York Aikikai – Chairman of the Board of the United States Aikidô Federation (USAF).

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Colaboração:

www.impressione.wordpress.com

Aikidô On-line

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Nafudakakê. Você sabe o que é?

25/08/2011

Nos dojo tradicionais do Japão é comum encontrar Nafudakakê; um quadro com pequenas tábuas de madeira onde os nomes dos alunos e instrutores são escritos e ordenados por graduação. Os alunos listados no Nafudakakê receberam estas graduações através do treinamento constante e dedicação, donde assimilaram com sucesso as técnicas de cada nível.

Pode-se dizer que Nafudakakê (名札 掛け – Hiragana:な ふ だ かけ な ふ だ かけ) é um grupo de “etiquetas” ou “tabuletas” dispostas no dojo de artes marciais japonesas e outras artes no Japão (como a cerimônia do chá japonês, por exemplo) que mostra os membros do dojo, e às vezes suas classes e graduações.

Normalmente, cada nome está escrito em uma placa de madeira separada de outras por níveis ou graduações e esta fica pendurada em um gancho de metal pequeno, ou mantida no lugar por vigas de madeira. No Nafudakakê, onde o nível é indicado, a tábua de uma pessoa é movida a cada obtenção de um grau superior.

Nafudakakê também são usados em santuários xintoístas, para exibir os nomes dos benfeitores. Não é diferente com os alunos de um dojo, pois não só dependem de suas graduações, mas eles sobem também em um esquema, as vezes, semelhante a uma pirâmide, de acordo com a integração do aluno com o dojo, incluindo nisso a assiduidade, participações extras na organização, divulgação ou qualquer ação extra no dojo, que vise sua contínua manutenção e crescimento.

A desagregação do Kanji para o termo Nafudakakê revela o seguinte:

Na / Mei: nome, fama;

Fuda / Satsu: etiqueta; placar; placa de identificação;

Kake / Kakai: suspender; instalar.

Na essência, os Nafudakakê representam a “conexão” entre o dojo e o aluno, e simbolizam que o indivíduo não é apenas um estudante, mas um valioso membro que faz parte de uma organização. Este método de organização dos membros serve como uma fonte de motivação e inspiração, além de criar um forte sentimento de ligação entre os membros e o dojo.

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Colaboração: www.gansekidojo.org




Consistência e Regularidade – Por Roberto Shinyashiki

15/06/2009

Não importa qual direção você quer dar à sua vida. Seja o que for que decidir fazer, acima de tudo são necessárias a consistência e a regularidade para que possa chegar a seu objetivo.

Meu professor de tênis, Rodrigo Barbosa, sempre diz: o segredo do tênis é a regularidade. Regularidade nos treinos. Regularidade durante os jogos. Regularidade nos saques. Tudo é regularidade! Ele tem razão. Não adianta treinar oito horas por dia durante cinco semanas e depois ficar alguns meses sem ver a raquete. É melhor treinar duas vezes por semana, regularmente, porque o seu jogo ficará consistente. Não adianta você acertar um saque sensacional e errar um monte deles. É melhor dar um saque bem colocado e errar pouco.

A preocupação com a forma física tem levado muitas pessoas às academias, quadras e aos parques. O problema é que muita gente acha que pode ficar a semana inteira parada e, no sábado de manhã, correr para uma quadra de futebol, começar a jogar às 7 horas e só parar às 20 horas. Os resultados disso você já sabe: dores pelo corpo, lesões musculares e, até mesmo, um infarto.

Os cardiologistas são unânimes em afirmar que exercício físico bom é aquele feito com consistência e regularidade. Esse conselho vale para tudo. Na nossa jornada em busca do crescimento pessoal, as grandes vitórias vêm após ações consistentes e muito regulares. Nos estudos é a mesma coisa. Não importa se você estuda Direito, Literatura ou Marketing, se você reservar vinte minutos do seu tempo para estudar todos os dias, depois de um ano ficará impressionado com a sua evolução. Se você conseguir estudar uma hora por dia, então, vai ser sensacional. Pessoas que somente estudam para as provas podem até ser aprovadas, mas raramente aprendem.

Com a sua carreira profissional acontece a mesma coisa. Constância e regularidade são fundamentais. Se você pensa em ser engenheiro, presta vestibular, começa o curso e, no meio do segundo ano, decide que quer ser veterinário, tudo bem. É preciso entender que você mudou de idéia. Se você pensa em ter uma empresa de informática, prepara tudo, faz os empréstimos e os investimentos, mas depois de seis meses trabalhando decide que vai ser cabeleireiro, tudo certo. É preciso entender que você mudou de opinião.

Se você e sua namorada resolvem se casar, preparam a festa, arrumam uma casa para morar e cuidam de mobiliá-la, fazem planos para os filhos, e pouco antes da data do casamento você decide que vai ser padre, o que se pode fazer? Antes agora do que depois de casado, certo? Mas há algo muito errado nessas histórias todas. Como é que você consegue não terminar nada do que começa?

Tudo bem que exagerei um pouco nos exemplos. Mas a grande verdade é que é mais ou menos assim que muitos jovens se comportam. Mudam de idéia a toda hora, muitas vezes para direções que nada têm que ver com suas decisões anteriores. Dessa maneira, sua dedicação não constrói coisa alguma.

Lógico que não devemos ser rígidos como uma montanha, mas precisamos ter em mente que os resultados aparecem depois de algum tempo de dedicação. Infelizmente, muitas pessoas abandonam um projeto no momento em que ele iria começar a dar resultados. Peter Drucker, o grande professor de administração, dizia que a maioria dos projetos dá errado, não porque foi construída e administrada erradamente, mas porque as pessoas desistem deles antes mesmo de os resultados aparecerem.

Se as nossas decisões e os nossos atos não apresentarem consistência e regularidade, haverá um grande desperdício de nosso potencial humano, de dinheiro, de sonhos, de entusiasmo, de crenças. Significa perda de tempo, pois ficamos andando em círculos, podendo afundar cada vez mais no lodo. Não importa qual direção você quer dar à sua vida. Seja o que for que decidir fazer, acima de tudo são necessárias a consistência e a regularidade para que possa chegar a seu objetivo.

* Roberto Shinyashiki é psiquiatra, palestrante e autor de 13 títulos.

Colaboração: http://shinyashiki.uol.com.br


Aikidô e o Projeto Alongando o Amor – GACC/RN

19/12/2008

A realidade de quem vivencia o tratamento oncológico de uma criança ou adolescente é bastante complexa. São pessoas – a grande maioria, mães – que deixam casa, família, trabalho, enfim, grande parte de sua vida, para acompanhar sua criança ou adolescente. É grande a dificuldade em conciliar suas atividades e o tratamento: não podem mais fazer seus serviços domésticos, dar atenção ao marido e participar na educação dos demais filhos.

 

Com o intuito de trazer um momento de relaxamento, diminuindo as tensões acumuladas e criar novas oportunidades de socialização, foi elaborado o projeto ALONGANDO O AMOR, trabalho idealizado pela Assistente Social e voluntária do GACC, Cecília Cortez, contribuindo assim para a melhoria dos aspectos psico-social e físico dos responsáveis pelas crianças cadastradas no GACC-RN.

 

Inicialmente, o projeto será realizado semanalmente, com calendário elaborado com intuito de atender o maior número possível de acompanhantes, visto que se trata de um grupo com presença aperiódica, já que dependem do tratamento de suas crianças e adolescentes.

 

Assim, ontem (18/12/2008 – 15:30h), foi dada a largada ao referido projeto com a primeira reunião na presença dos voluntários Vinicius Brasil e Guilherme Lemos (Responsáveis pela parte do Alongamento – Aikidô) e Cecília Cortez, idealizadora do projeto.

 

Neste primeiro encontro, de muitos que virão, os voluntários apresentaram às mães e acompanhantes alguns exercícios de alongamento baseados nos princípios e técnicas que ocorrem nos treinos de Aikidô.

 

Os alongamentos do Aikidô têm o objetivo de trabalhar o corpo através de suas técnicas, trabalhar a respiração, o alongamento e o relaxamento do corpo. Em contra-partida observa-se, além dos benefícios físicos, a socialização entre os voluntários e praticantes e destes entre si, incentivando a interação, o diálogo e apoio mútuo. Incentivar a prática do alongamento leva ao relaxamento no dia-a-dia e ajuda a contribuir para a liberação do stress e tensões físicas e mentais acumuladas devido a vivência dos indivíduos ligados, de qualquer forma, aos problemas oncológicos.

 

O resultado deste primeiro encontro foi bastante positivo e prazeroso, tanto para os voluntários e idealizadores do projeto, quanto para as mães e acompanhantes das crianças do GAAC-RN. A harmonia e a integração tão presentes nos treinos de Aikidô contaminaram os participantes e levou a todos uma felicidade extra em estar vivenciando o momento.

 

Quer fazer alguma doação ao GACC?

 

GACC – Grupo de Apoio à Criança com Câncer

Rua Jundiaí, 453 – TIROL – CEP: 59020-120 – Natal/RN

Fone: (84) 3221.5684 – Fax: (84) 3611.9544

 

Colaboração: GACC –  www.gaccrn.org.br


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