A BUSCA – Por Frederico Dantas Ramalho Cavalcanti

22/09/2009

Ouso pensar que estamos sempre em busca de algo ou alguém. Esta procura pode ser um acontecimento construído com nossa consciência ativa, ou sem que tenhamos a noção do caminho sob nossos pés e do destino para o qual nos dirigimos.

Antoine de Saint-Exupéry uma vez escreveu: “Só se vê com o coração. O essencial é invisível aos olhos”. Acho que podemos dizer que todas as verdades mais autênticas, isto é, aquelas que estão muito além de jogos de consoantes e vogais difíceis de se contradizer, enfim, essas genuínas verdades, só podem ser compreendidas e absorvidas pelo Amor que nos permitimos sentir  e manifestar.

Eu acrescentaria que: só se vê, realmente, com a alma de nossa alma… e o essencial é intocável pelas palavras…

As nossas buscas, se possuírem um quê de universal, incluem, necessariamente, o Amor e, conseqüentemente, a Verdade, mas, acima de tudo, os Relacionamentos em Harmonia.

Uma pessoa muito amada pelo meu coração me trouxe a mensagem de que eu encontraria (ou deveria encontrar) o Aikidô e eu logo senti que me reencontraria comigo mesmo, enquanto estivesse também me encontrando com muitas das pessoas mais doces que eu viria a conhecer. A minha busca, então, deveria ganhar um novo sentido e um palco mais verdadeiro na minha vida.

Penso que, no fundo, não há nome para o que buscamos. Não há nome para quem somos. Não há nome para o que pensamos ou sentimos. Tudo em nós é tão infinito e grandioso que as palavras são, meramente, uma roupa que vestimos em nós mesmos ou nas coisas do mundo. Quando muito, e se bem utilizadas, as palavras podem vir a ser um simples pretexto para as revelações que dormem dentro de nós.

Olhei nos olhos de muitas pessoas. Senti muitas vezes encontrar e reencontrar muito daquilo que não tem um nome. Mas deverei continuar a minha busca, pois a própria busca já faz parte do que buscamos.

O Aikidô, portanto, na minha concepção, não tem realmente um nome. Chamamos de Arte, de Terapia, de Caminho da Harmonia, mas a Academia Central de Aikidô de Natal, as pessoas que fazem aquele mundo que apresenta o Aikidô e o desperta em Nós, realiza e ensina algo que não poderia jamais ser contido em uma palavra, ou em todas elas.

Meus Professores: Sensei James, Sensei Sérgio, Sensei Vinicius, Sensei Marco, Sensei Gabriel e Sensei Rodrigo trouxeram para minha vida um imenso brilho que não faz parte de mim ainda, mas que venho tentando compreender e abraçar o máximo que posso. Eles ensinam imagens, sentimentos, saberes, filosofia e tudo que é inominável, e não tão-somente técnica. Me ensinaram como fazer a minha parte para construir melhor meus relacionamentos com o mundo e, principalmente, com as pessoas.

Para quem é sensível a sua própria busca, o Aikidô é uma Verdadeira Busca. E a Academia Central de Aikidô de Natal é um jardim cheio de pessoas maravilhosas capazes de ajudar em nossa busca, ou ser a própria busca.

Pelo menos para mim, se surge um problema, isto não é um problema, é uma chance para alimentar e fortalecer a harmonia dentro de nós. Não resistiremos, mas sim, concordaremos. Com compaixão e sinceridade, sentiremos o nosso lugar no mundo, agiremos da maneira mais correta e condizente com a harmonia que desejamos para Nós mesmos, e compartilharemos o melhor que existe em nosso Ser. Desse modo, tudo se resolve, tudo é um caminho em direção a um destino que é um recomeço e um novo caminho.

Sempre que as coisas dão certo para mim, alguém me elogia, eu sinto gratidão e tranqüilidade, sou feliz e o bem acontece em minha vida e nos meus relacionamentos, sempre que sirvo a algo de bom, percebo que estou praticando Aikidô.

Tenho que agradecer, com todas as minhas forças, a meus Mestres, a todos os Mestres do Aikidô e a todos que foram e são a Academia Central de Aikidô de Natal, pois eles me ajudaram e ajudam na minha tentativa de ser alguém cada vez melhor e na minha procura por tudo aquilo de belo, que não se acha nos nomes, mas sim na alma de cada um de nós.

FREDERICO DANTAS RAMALHO CAVALCANTI – Advogado – Faixa verde de Aikidô – Aluno da Academia Central de Aikidô de Natal – www.aikidorn.com.br

 

Colaboração: www.impressione.wordpress.com

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O Ki

24/07/2009

Na China é chamado Chi ou Qi. No Japão é chamado Ki. Podemos definir o Ki como Força Vital, ou Essência vital da pessoa, que também está presente em animais, plantas, e todos os seres vivos.

Na filosofia chinesa, originalmente, Chi era aquilo que diferenciava as coisas com vida das coisas sem vida. Com o desenvolvimento dessa filosofia, o conceito de Chi foi ampliando, cada vez mais, sua gama de significados e aplicações. Por isso desenvolveu-se o trio Jing, Chi, Shen: Essência, substância, e energia espiritual. Assim, pode-se dizer que o corpo físico (Jing) contém o Chi (que poderia ser um campo elétrico ligando o físico ao espiritual) e que o Chi contém o espírito, que é sem forma e intangível.

Note que o Chi é a ponte entre matéria e espírito, mais ou menos como o conceito de perispírito no Espiritismo. Outro conceito é que o Chi seria o “material” básico do qual todas as coisas são feitas. As diferenças não seriam que algumas coisas tinham Chi e outras não, mas sim um princípio (Li; em japonês, Ri) que determinava como o Chi estava organizado e funcionava (similar à metafísica grega de forma/matéria).

Pode-se detalhar ainda mais o Ki (Chi) em quatro tipos:

1 – Yuan ChiChi original, verdadeiro. É o mais importante para o corpo, pois é formado pelo Chi essencial, inato, produzido a partir dos alimentos pelo Estômago e pelo Baço/Pâncreas, e também pela inalação do ar límpido (ver Prana). É a força motriz para as atividades vitais do corpo.

2 – Zhong ChiChi principal. Constitui a força motora que promove a respiração do Pulmão e circulação do sangue e do coração. A voz e a respiração, a temperatura e a capacidade de movimento do corpo estão relacionadas com esse Chi, que se obtém principalmente do ar.

3 – Yong ChiChi da nutrição. Produzido a partir da água e dos alimentos, está distribuído nos vasos sanguíneos, realizando o papel de nutrição.

4 – Wei ChiChi defensivo ou protetor. Produzido principalmente pelo estômago e pelo baço/pâncreas, esse Chi é a parte mais forte convertida a partir de alimentos, e possui a característica de ser ágil e rápido nos movimentos. Ele está livre do controle da corrente sanguínea, circulando livremente por todo o corpo, até mesmo exteriormente pela pele. As funções de Wei Chi são defender a superfície corpórea contra fatores patogênicos exógenos, controlar o abrir e fechar dos poros cutâneos, regular a temperatura, umedecer e dar brilho à pele e aos pêlos. A insuficiência de Chi no estômago, baço e pâncreas pode levar o paciente a sentir frio e facilidade em apresentar secreção pulmonar.

A origem etimológica do ideograma (Kanji) Ki (気) é o Chi tradicional chinês (氣), que representa o arroz (米) emanando de si o vapor (气) enquanto cozinha. É interessante, porque a energia vital da pessoa pode ser vista por um sensitivo como a aura (em diferentes cores) que rodeia seu corpo.

Também é interessante notar que no dicionário há 31 significados associados ao ideograma, os mais comumente usados sendo ar, sopro, essência, espírito, coração, éter, atmosfera, temperamento, sabor, etc, enquanto “energia“, tão comumente associado a Ki no ocidente, tem outro ideograma e nome: “Seiryoku“.

O Ki na atividade Imunológica

A atuação do Ki e seu efeito na atividade imunológica recentemente começou a ser estudado em laboratório, quando o Dr. Tsuyoshi Ohnishi, do Philadelphia Biomedical Research Institute, procurou obter evidências científicas objetivas da existência ou não do “Efeito Ki” inibindo o crescimento de células cancerígenas.

Foram usadas células cultivadas de fígado humano com câncer, HepG2, separada em três grupos com a mesma contagem de células. Um especialista japonês em Ki emitiu sua energia através dos dedos sobre as vasilhas de um grupo por 5 minutos e 10 minutos em outro, deixando um grupo sem exposição alguma. Após 24 horas, foram feitas novas contagem de células e estudo de proteínas. Foi percebido que o número de células cancerígenas nos grupos expostos ao Ki era muito menor do que o do grupo não-exposto, na faixa de 30.3% e 40.6% (com 5 a 10 minutos de exposição ao Ki, respectivamente). E a quantidade de proteína por célula era muito maior nos grupos expostos ao Ki, na faixa de 38.8% e 62.9% (5 e 10 min., respectivamente).

Como todos os grupos tinham o mesmo número de células no início do experimento, a diferença entre os dois se deu por conta do “Efeito Ki“. Os resultados foram significantes estatisticamente.

Referências nos links abaixo:

O conceito de Chi;

Qi e Energia: Tradução, Tradição, Traição;

Confusão do chakra esplênico com o sacro;

A Importância do Musubi

 

Colaboração: www.saindodamatrix.com.br


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