20/09/2012
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As regras de prática do Aikidô de Ô-Sensei Morihei Ueshiba, foram postadas no Hombu Dojo por muitos anos, e têm sido traduzidas por diversas vezes e de maneiras ligeiramente diferentes. Esta versão foi publicada originalmente no livro “Aikidô”, de Kisshomaru Ueshiba, 2º Doshu, em 1974, livro este que foi um dos primeiros livros sobre o Aikidô traduzidos para o inglês. Abaixo das regras, as elucidações do 2º Doshu.
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Regras Durante a Prática
1) Um golpe no Aikidô é capaz de matar um adversário. Na prática, obedeça ao seu professor e não faça do período de prática, um tempo para testes desnecessários de força;
2) O Aikidô é uma arte em que um homem aprende a enfrentar muitos adversários simultaneamente. Por isso, exige que você aperfeiçoe a execução de cada movimento, de modo que você possa ter controle sobre, não apenas aquele que vem diretamente a você, mas também aqueles que se aproximam de todos os lados;
3) Pratique todas as vezes com um sentimento de alegria e prazer;
4) Os ensinamentos de seu instrutor constituem apenas uma pequena fração do que você vai aprender. Seu domínio de cada movimento vai depender quase que totalmente da sua prática individual e séria;
5) A prática diária começa com movimentos leves do corpo, aumentando gradualmente de intensidade e força, mas não deve haver excesso de esforço. É por isso que mesmo um homem idoso pode continuar a praticar com prazer, sem danos físicos, e vai atingir a meta de sua formação;
6) O propósito do Aikidô é treinar o corpo e a mente para fazer um homem sincero. Todas as técnicas do Aikidô são segredos da natureza e não devem ser revelados publicamente, nem ensinada para malandros que irão utilizá-las para fins malignos.
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Primeiro, é bom obedecer ao instrutor e lembrar-se de suas instruções, acima de tudo. Não importa o quanto você possa estudar, se você se apegar a si mesmo, você não vai desenvolver a sua capacidade.
Em segundo lugar, budô é para combater qualquer ataque de qualquer direção a qualquer momento. Quando você está pronto apenas para um adversário, sem estar preparado para os outros, será apenas uma luta comum. Postura em guarda, com um espírito inamovível é a base de todo exercício de budô. As pessoas geralmente dizem: “O homem se comporta irrepreensível“, ou “Um excelente artista marcial vive completamente em guarda.” Aqueles que estudam o Aikidô devem, portanto, passar a vida diária em guarda, mesmo se eles não estão conscientemente observando todas as direções ao redor.
Mas se você mantiver a disciplina de budô sem se cansar, você vai finalmente chegar a um estágio realmente agradável. Algumas pessoas não entendem que é melhor sofrer enquanto estuda, para não sofre depois. O verdadeiro estudo é agradável em todos os momentos. Aikidô tem alguns milhares de variações técnicas. Alguns estudantes querem apenas ir atrás de um acúmulo de quantidade de técnicas e não da qualidade delas. No entanto, quando eles olham para trás, eles vem a saber que não ganharam nada e assim logo perdem o interesse. Como há inúmeras variações de cada técnica, é necessário que os instrutores sempre enfatizem a importância da repetição para os iniciantes. Quando você praticar cada técnica básica, uma e outra vez, você domina-a e, em seguida, serás capaz de usar as variações.
Quando o Mestre veio pela primeira vez a Tóquio, entre os seus alunos mais fervorosos estava o Almirante Isamu Takeshita. Ele escreveu todas as técnicas que ele aprendeu com o Mestre. Eles ascenderam a mais de duas mil, e ainda havia mais. Ele estava num beco sem saída pois não poderia fazer todas elas. Após cuidadosa consideração de vários dias, ele entendeu o significado do cuidado do Mestre, “Você deve estudar, usando o exercício sentado como base.” Ele praticou e, então, finalmente tornou-se capaz de gerenciar as técnicas tão bem que ele pode entender as técnicas que ainda não tinham sido ensinadas por seu instrutor. Para um idoso de 60 anos, é o mesmo: A repetição do exercício é o segredo de melhoria, não importa quão inábeis possam vir a ser.
A quinta regra é não contradizer a natureza. Deve ser evitado o excesso em qualquer coisa. Moderação é a chave. Não importa quão pouco o excesso é, toda a postura e a condição do corpo estarão desequilibradas. O exercício natural cria a verdadeira força. Por esta razão, foi possível para o Dr. Niki, um homem de mais de 80 anos de idade, praticar o Aikidô.
Por fim, o objetivo do Aikidô não é apenas produzir um homem forte, mas criar uma pessoa integrada. Qualquer pessoa educada sabe que a força bruta não tem sentido nos dias de hoje de civilização avançada. Por esta razão, o Mestre proibiu que o Aiikidô fosse mal utilizado e severamente advertia a todos caso acontecesse. Ele não permitia a publicação de suas técnicas de arte marcial e suas apresentações sem as necessárias garantias para cada aluno.
Em resumo, aqueles que desejam estudar o Aikidô deveriam ter a mente correta e justa, obedecer aos instrutores, e estudar naturalmente. Por uma questão de consequência, as técnicas serão cultivadas com a habilidade de cada um e um caráter nobre será criado neste ambiente.
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Colaboração:
www.impressione.wordpress.com
www.Aikidosphere.com
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11/03/2012
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Há dois tipos de ensinamentos. Um consiste em ensinar o que os alunos querem aprender, e o outro consiste em ensinar o que os alunos precisam aprender. O primeiro decorre de uma atitude de auto-serviço, o segundo a partir de um senso de responsabilidade.
Aqui vamos nos concentrar no segundo tipo de ensino, uma vez que é baseado no princípio de “bem-estar mútuo e prosperidade”, como ensinado pelo Sensei Minoru Mochizuki Kancho através de suas palestras e exemplo.
Primeiro temos de colocar os exames em seu próprio contexto: temos um caminho marcial cujo objetivo é proporcionar aos seus discípulos uma forma de transformar-se em sábios e fortes seres humanos. Com esse entendimento em mente, devemos pensar sobre a finalidade dos exames. Essencialmente, o exame deve ser educativo, ou seja, é uma oportunidade para os alunos aprenderem. Um professor não deve usar das faixas como um meio de estimular ou recompensar os seus alunos. Esta prática pode funcionar temporariamente, mas abre um precedente perigoso. Logo, logo, o professor fica sem “cenouras” e começa a concentrar sua energia no sentido de desenvolver um arsenal de truques para poder manter os alunos interessados. Eu acho que a quantidade de energia gasta não difere muito caso o professor tivesse escolhido a pensar e agir de forma mais responsável. Graduações nunca devem tornar-se um propósito.
Então, qual é o propósito dos exames de faixas?
Pelo que entendi, a classificação é a medida do nível de um estudante de proficiência e do progresso na sua formação com base nos três critérios seguintes: Shin-gi-tai (mente-técnica-corpo), com a expectativa de que o aluno continue a estudar e praticar diligentemente. O objetivo do teste (exame de faixa) é dar aos estudantes uma oportunidade de avaliarem-se sob stress. Uma vez que o aikidô não tem competição, o exame é uma parte importante do treinamento. Este teste deve ser completado por períodos de prática intensiva, como kangeiko (treinamento de inverno) e shochugeiko (treinamento de verão).
Como um caminho marcial, o aikidô fornece maneiras para treinar-nos a gerir a vida diária. Apenas quando somos expostos a um stress é que podemos aprender a lidar com ele. Se esse conceito for claro na mente do professor, será fácil de explicar para os seus alunos. Devido à natureza do aikidô, este atrai pessoas que pensam com profundidade ou querem aprender como fazer. Na minha experiência, eu descobri que a maioria dos alunos entendem esse conceito e o mostram através do seu comportamento. É apenas uma questão de tomar o tempo necessário para explicar.
Aqui está como operamos: Budô é auto-defesa. Este estilo é muito rico em técnicas. A fim de dar o nosso máximo na exposição técnica aos alunos, podemos passar muito tempo em um certo tipo de técnica e suas aplicações, que é sempre precedida pela prática dos fundamentos. Cada aluno deve manter um caderno para registrar tudo o que ele acha importante. Nós não damos aos alunos um currículo escrito. Esta atitude é para desencorajar cursinhos.
Os requisitos básicos são cobertos durante as aulas regulares, os requisitos avançados durante as clínicas. O exame deve refletir a prática regular de um estudante. Isso incentiva o bom entendimento. No longo prazo, ele faz a diferença. Os alunos devem treinar-se no espírito de preparação. Se há um certo grau de incerteza, os alunos acabarão por se beneficiar. Os examinadores estão mais interessados na forma como o aluno lida com si mesmo em uma situação inesperada (o que revela seu caráter) do que em seu conhecimento técnico no momento específico. Quero dar os meus alunos a oportunidade de experimentar o valor educativo dos exames, algo que pode ser usado em outras áreas de suas vidas.
Deixamos todos os novos alunos saberem que podem ser testados uma vez por ano e que é preciso um mínimo de sete anos para shodan. Os candidatos são selecionados de acordo com o tempo, a frequência, o progresso e a sua atitude. À medida que subirem na classificação, os estudantes são esperados para mostrarem mais liderança através de seus exemplos dentro e fora do dojô.
Menos de uma semana antes do exame agendado, os candidatos selecionados são convidados a participarem de um pré-exame. Eles são lembrados da finalidade, etiqueta e procedimentos do exame.
Como no Japão, o exame normalmente ocorre no dojô principal, em um domingo, e pode durar o dia todo. Os estudantes são examinados e avaliados um por um por todos os professores presentes. O exame é gravado – Os candidatos a exames de dan devem escrever um ensaio sobre diversos temas -. Durante as semanas seguintes, os professores corrigem os alunos e enfatizam as áreas específicas que precisam ser melhoradas. Revejo a fita de vídeo e comparo as notas com os outros professores. Cerca de dois meses depois, os professores e eu nos encontramos, discutimos o caso de cada aluno, e decidimos quem deve ser promovido. Então eu faço os comentários para os alunos, geralmente durante uma clínica, e anuncio oficialmente os resultados. Os alunos são lembrados então que o teste é um processo contínuo e que não para com o resultado; que podem recusar a promoção, se eles não se sentem prontos para as novas responsabilidades; que a classificação só é boa enquanto os alunos permanecerem ativos (um estudante que se torna inativo por um ano terá que começar da faixa branca de novo se ele decidir voltar a treinar). Pode parecer radical, mas provou ser um bom tratamento preventivo contra absenteísmo crônico, uma doença comum em muitos dojôs. Temos de compreender que um estudante que retorna após uma longa ausência, e está autorizado a utilizar a faixa mesmo quando ele deixou de treinar, define um mau exemplo para os outros estudantes, especialmente se o grau dele era alto. Interrupção de treinamento de um indivíduo é a prova de sua incapacidade de manter as prioridades. Os alunos que voltarem depois de uma longa ausência sabem o que esperar. Utilizamos este caminho por mais de vinte anos, ele exige esforço por parte dos professores e dos alunos, mas vale a pena.
Em relação à pressão sobre a relação professor-aluno, eu acho que os professores devem tratar os alunos como os pais tratam seus filhos. Há muitas coisas que um pai sabe e que uma criança não consegue entender. Um pai responsável irá certificar-se que, não importa quão impopular sua decisão possa ser, é no melhor interesse da criança a longo prazo. Mais tarde a criança vai entender, e isso irá estabelecer sua fundação para educar seus próprios filhos. Esta é a razão pela qual as palestras do professor e as suas atitudes podem levar a um grande impacto em seus alunos, especialmente se eles deciderem se tornar professores mais tarde.
Um professor deve sempre pensar nas conseqüências de suas ações. Ele deve evitar desenvolver relações muito estreitas com alguns alunos, assim como um pai não deve mostrar uma preferência por uma criança em particular. Torná-los “animais de estimação” pode ser como um tiro que sai pela culatra no momento em que os “animais de estimação” precisarem ser disciplinados. Ele também cria ciúmes entre os alunos e prepara o terreno para as hostilidades, políticas e rompimentos. A história do Aikido está cheia desses exemplos. Se o professor tem medo de perder alunos e promove-os por medo de que eles parem, torna-se um padrão perigoso. Como esses alunos são promovidos para cargos mais elevados, sem realmente ganharem suas promoções, tornam-se cada vez menos dóceis. Sua atitude dá um mau exemplo para o grupo, e o professor tem que tomar uma decisão difícil para o bem de todos os alunos. É muito mais fácil não promover um estudante que vai sair com um mal resultado do que acreditar na esperança de que o tempo vá consertar tudo. Perder um estudante pode ser difícil, especialmente para um novo professor, mas vai ajudar a manter muitos estudantes sérios mais tarde. Um maçã podre num cesto vai contaminar todas as outras maçãs, é por isso que se deve jogá-la fora assim que notar.
Também do ponto de vista estritamente de ensino (e o mais importante, creio eu), se um aluno sai com o resultado de ter sido negada a sua promoção, é a melhor prova de que ele não estava pronto para ser promovido. Mochizuki Sensei é um homem de honra, e ele trata a todos como tal. Para ele, assim como para muitos professores de sua classe, uma posição significa: “Este é o nível que eu espero você chegar, estudar e treinar diligentemente. Se não o fizer, então a sua classificação não terá nenhum valor, e assim será óbvio para todo mundo”. No entanto, valores como a lealdade foram desaparecendo com a degeneração da ética (até mesmo no Japão!), e hoje em dia podemos até mesmo ver as crianças usando faixas pretas.
Como temos vindo a refletir sobre a nossa responsabilidade em continuar a missão de Mochizuki Sensei, temos também observado a degradação da qualidade em muitas organizações de artes marciais e do desaparecimento da mensagem original. Se considerarmos, por exemplo, que um aluno pode reter 80 por cento do que ele aprendeu com seu professor, que ensina apenas o que ele aprendeu, e que seu aluno retém 80 por cento do mesmo ensinamento e assim sucessivamente, onde é que vamos chegar depois de algumas gerações? À atividade recreativa? Entretenimento Olímpico? Certamente não ao budô.
Isto é o que acontece quando estamos principalmente preocupados com a promoção e com questões organizacionais, em vez de realmente ensinar o budô. É por isso que devemos fazer como Mochizuki Sensei e seus ensinamentos de professor, presente em nossas mentes e ações. Por esta razão, nós estabelecemos padrões elevados. Nós promovemos apenas os nossos próprios alunos. Nós nos esforçamos para se certificar de que as faixas refletem o nível real dos mesmos. Nos velhos tempos, os alunos que se juntaram a um dojô já haviam recebido o treinamento ético em casa, assim o professor poderia continuar nesse ritmo. Hoje em dia, um professor deve começar do nada e ensinar valores com que a maioria dos alunos não estão familiarizados. Esta é a razão pela qual os alunos Yoseikan sob a nossa liderança que receberam tais ensinamentos fizeram grandes progressos em shin-gi-tai. Nós cometemos erros quando promovemos alunos que deram a impressão de estarem prontos, mas que depois seguiram caminhos diferentes. No entanto aqueles que perseveraram, muito compensa este inconveniente. E nós estamos ficando cada vez melhores ao ver a verdadeira natureza dos nossos alunos.
Relativas ao tratamento de Mochizuki Sensei nos exames no Hombu Dojo, ele se certificou de que iria ver todos os alunos a serem examinados. Todos os exames de kyu e dan tinham de ser tomadas no Hombu. O Shinsa (exame) geralmente acontece em uma tarde de domingo. Todos os shihan (professores seniores) e professores assistentes participam como examinadores. Alunos de áreas distantes no Japão não se importavam de passar um tempo viajando para serem testados na frente de Kancho Sensei. Faz parte de sua shugyo (formação austera). Após o exame, uma clínica foi dada enquanto os shihan comparavam suas anotações. Então Sensei Kancho anunciou os resultados. Sensei tem uma excelente memória e lembra de detalhes que poucas pessoas notam. Cada aluno iria receber um comentário pessoal. Testes com Kancho Sensei tinha um valor especial. Seus comentários eram simples, mas muito profundos. Nós não poderiamos esquecê-los! Ele poderia dizer a personalidade do aluno pela maneira como ele atuou.
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*Patrick Augé (7º Dan, Shihan, Yoseikan Aikido) é o diretor técnico da Federação Budo Yoseikan Internacional para América do Norte. Ele começou a estudar artes marciais em 1962 no judô. Viveu por sete anos como uchideshi de Minoru Mochizuki sensei na década de 1970 e está atualmente em Los Angeles.
Link para o original: http://www.aikiweb.com/testing/auge2.html
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Colaboração:
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www.aikiweb.com
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24/04/2011
Shihan (師範) é um título japonês, normalmente usado em artes marciais. A palavra significa professor ou modelo.
Cada arte ou organização tem requerimentos diferentes para o uso deste título, mas em geral é uma graduação muito alta, que leva décadas para ser atingida. É às vezes associado a certos direitos, como por exemplo o de outorgar graduações dan em nome da organização.
O processo de tornar-se um shihan pode ser bastante obscuro no Japão. Por exemplo, no bujinkan diz-se que alguém torna-se shihan quando os outros shihans começam a chamá-lo assim. Entretanto, é comum chamar todos os mestres que atingiram o 10º dan de shihan – pelo menos os que forem japoneses.
No Aikidô, da organização Aikikai, mestres japoneses automaticamente tornam-se shihans ao atingir o 6º dan, mas durante muito tempo não ficou claro se ocidentais com a mesma graduação podiam usar o título. Finalmente, a sede Aikikai declarou que ocidentais precisavam, além do 6º dan, de uma autorização especial para tornarem-se shihans (alterado o termo Shihan, para o etmológico oriental, retirando citação de Shihan de uma arte específica).
Colaboração: http://pt.wikipedia.org/
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04/08/2009
Na índia, o Hara é conhecido como o Swadhistana (Morada do Prazer), em sânscrito, ou Chakra Sexual (sacro), no Brasil. Na verdade, a função desse chakra ultrapassa em muito a função genital. Ele também controla as vias urinárias e as gônadas (glândulas endócrinas: testículos no homem; ovários na mulher) e é responsável pela vitalização do feto em formação (função essa que divide com o chakra básico). Aliás, a ligação desses dois chakras é estreita demais. Isso se deve ao fato de que parte da energia Kundalini é veiculada do básico para dentro do chakra sacro. É por esse fator que alguns tibetanos consideram esses dois chakras como um único centro.
Devido à sua intensa atuação energética na área genital, o chakra sacro normalmente é suprimido por várias doutrinas espiritualistas ocidentais, muito presas à condicionamentos antigos sobre sexualidade. Muitas delas colocam o chakra esplênico (que fica na altura do baço) em seu lugar. O motivo disso é simplesmente o tabu em relação à questão sexual. Já os orientais não sofreram a repressão sexual imposta aqui no Ocidente pelo Cristianismo, daí não hesitaram em classificar o chakra sexual como um dos principais centros de força do campo energético, enquanto consideram o chakra do baço apenas como um centro de força secundário.
Osho, no livro The Golden Future, fala sobre a prática de reter o Ki ao “fechar o Hara”:
“O Hara é o centro por onde a vida deixa o corpo. É o centro da morte. A palavra Hara é Japonesa; eis porque no Japão, suicídio é chamado de Harakiri. O centro localiza-se a duas polegadas abaixo do umbigo. Isso é muito importante, e quase todo mundo já o sentiu. Porém, só no Japão eles se aprofundaram em suas implicações.
O Hara está muito próximo do centro sexual. Se você não se elevar em direção aos centros mais altos, em direção ao sétimo centro que está na sua cabeça, se você permanecer por toda sua vida no centro sexual, bem ao lado do centro do sexo está o Hara, e quando sua vida acabar, o Hara será o centro por onde sua energia da vida sairá do corpo.
Energia transbordando no centro do sexo é perigoso, porque ela pode começar a ser liberada pelo Hara. E se ela começar a sair pelo Hara, ficará mais difícil conduzi-la para cima. Então eu tinha lhe dito para manter sua energia dentro e não para ser tão expressivo: Segure-a dentro! Eu só queria que o centro do Hara, que estava se abrindo e que poderia ser muito perigoso, ficasse completamente fechado.
Você seguiu isso, e você se tornou uma pessoa totalmente diferente. Agora quando lhe vejo, não posso acreditar na expressividade que tinha visto antes. Agora você está centrado e sua energia está se movendo na direção correta para os centros mais elevados. Está quase no quarto centro, que é o centro do amor e que é um centro muito equilibrado. Três centros estão abaixo e três centros estão acima dele.
Por causa desses sete centros, a Índia nunca deu importância ao Hara. O Hara não está na linha; está apenas ao lado do centro do sexo. O centro sexual é o centro da vida e o Hara é o centro da morte. Excitação demais, muito descentramento, lançar demasiada energia por todo o lugar é perigoso porque isso leva sua energia em direção ao Hara. E uma vez que a rota é criada, fica mais difícil mover-se para cima. O Hara situa-se paralelo ao centro sexual, assim a energia pode se mover muito facilmente. O Hara deve ser mantido fechado. Eis porque eu lhe disse para ficar mais centrado, para segurar seus sentimentos dentro, e para trazer a energia para seu Hara. Se você puder manter seu Hara controlando conscientemente suas energias, este não as permite sair. Você começa a sentir uma tremenda gravidade, uma estabilidade, um centramento, o que é uma necessidade básica para que a energia se eleve.
Seu centro do Hara tem tanta energia que, se ela for corretamente direcionada, a iluminação não é um lugar distante.
Portanto, essas são minhas duas sugestões: mantenha-se tão centrado quanto possível. Não se perturbe com coisas pequenas: alguém está zangado, alguém lhe insulta e você fica pensando nisso por horas. Toda sua noite fica perturbada porque alguém disse alguma coisa… Se o Hara puder segurar mais energia, assim, naturalmente essa imensa energia começa a subir. Há somente uma certa capacidade no Hara, e toda energia que se move para cima move-se através do Hara; mas o Hara deve estar bem fechado.
Então uma coisa é que o Hara deve permanecer fechado.
A segunda coisa é que você deve trabalhar sempre pelos centros mais elevados. Por exemplo, se você fica zangado com muita freqüência você deve meditar mais sobre a raiva, para que essa raiva desapareça e essa energia se transforme em compaixão. Se você é um homem que a tudo odeia, então você deve se concentrar no ódio; medite sobre o ódio, e essa mesma energia se transforma em amor. Prossiga movendo-se para cima, pense sempre nos degraus mais altos, para que você possa alcançar o ponto mais elevado de seu ser. E não deve haver nenhum vazamento no centro do Hara.
Não deve ser permitido que a energia se mova através do Hara. Uma pessoa cuja energia começa através do Hara, você pode detectar muito facilmente. Por exemplo, existem pessoas com quem você irá se sentir sufocado, com quem você irá sentir como se elas estivessem sugando sua energia. Você descobrirá isso, depois que elas vão embora, você relaxa e fica à vontade, embora essas pessoas não estivessem fazendo nada de errado a você.
Você também encontrará o tipo oposto de pessoas, cujo encontro lhe torna alegre, mais saudável. Se você estiver triste, sua tristeza desaparece; se você estiver zangado, sua raiva desaparece. Essas são as pessoas cujas energias estão se movendo para os centros mais elevados. A energia delas afeta a sua energia. Estamos continuamente afetando uns aos outros. E o homem cônscio, escolhe amigos e companhias que elevam sua energia.
Um ponto está bem claro. Existem pessoas que lhe sugam, evite-as! É melhor ser claro quanto a isso, diga adeus a elas. Não há necessidade de sofrer, porque são perigosas; elas também podem abrir o seu Hara. O Hara delas está aberto, eis a razão de criarem tal sentimento de sugação em você.
A psicologia ainda não percebeu isso, mas é muito importante que pessoas psicologicamente doentes não deviam ficar juntas. E isso é o que está ocorrendo por todo o mundo. Pessoas psicologicamente doentes são colocadas juntas em instituições psiquiátricas. Elas já são psicologicamente doentes e vocês as estão colocando numa companhia que irá arrastar a energia delas mais para baixo ainda.
Mesmo os médicos que trabalham com doentes mentais já deram indicações suficientes disso. Mais psicanalistas cometem suicídio do que qualquer outra profissão, mais psicanalistas enlouquecem do que qualquer outra profissão. E todo psicanalista de vez em quando precisa ser tratado por algum outro psicanalista. O que acontece com esses coitados? Cercado de pessoas psicologicamente doentes, eles são continuamente sugados, e eles não têm a menor idéia de como fechar o Hara delas.
Existem métodos, técnicas para fechar o Hara, assim como há métodos para a meditação, para mover a energia para cima. O melhor e mais simples método é: tente permanecer tão centrado em sua vida quanto possível. As pessoas não podem sequer sentar em silêncio, elas ficam mudando de posição. Elas não podem deitar silenciosamente, por toda à noite elas ficam agitadas e revirando-se.
Você fez bem. Basta continuar o que você está fazendo, acumulando sua energia dentro de você mesmo. A acumulação de energia automaticamente a faz subir. E quando ela ficar mais elevada você irá se sentir em paz, mais amoroso, mais alegre, compartilhando, mais compassivo, mais criativo. Não está muito longe o dia quando você irá se sentir repleto de luz, e com o sentimento de ter chegado de volta em casa.”
Referências nos links abaixo:
• O conceito de Chi;
• Qi e Energia: Tradução, Tradição, Traição;
• Confusão do chakra esplênico com o sacro;
• A Importância do Musubi
Colaboração: www.saindodamatrix.com.br
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31/07/2009
O Tan t’ien está no centro do corpo. Os taoístas acreditavam que no útero o feto humano recebe um tipo especial de Ki pelo cordão umbilical. Era o chamado “Ki pré-natal“, que circulava livremente em sua órbita bem como em todos os 32 meridianos de energia. Depois do nascimento e com o passar do tempo este Ki perde seu controle sobre o corpo, não circula mais livremente, os meridianos ficam bloqueados e resultam em desequilíbrios emocionais, doenças físicas e fragilidade, na velhice.
Por outro lado, Tan t’ien é o nome dado aos três principais centros de energia localizados no eixo interno de nosso corpo:
1º) Tan t’ien Superior – Localizado atrás do ponto médio entre as sobrancelhas – Hipófise.
2º) Tan t’ien Médio – Localizado na região do Plexo – Coração.
3º) Tan t’ien Inferior – Localizado três dedos abaixo do umbigo.
É esse último ao qual nos referimos aqui, também chamado “Mar de Energia“. Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, estando cheio o reservatório, ele transborda para os oito vasos energéticos (“vasos maravilhosos“) e posteriormente flui para os doze canais (meridianos), cada um dos quais associados a órgãos específicos. Dessa forma o Ki circula por todo o corpo ao longo de canais (muitas vezes seguindo um percurso paralelo ao sistema cardiovascular), animando toda a matéria viva de nosso ser.
O Tan t’ien, portanto, é claramente a base de todo o sistema energético. Mas os órgãos de vital importância para o corpo, na medicina chinesa, são os rins (Shen), pois eles que regulam o armazenamento e distribuição de Ki para o corpo.
Sabedor disso (de alguma forma), os sacerdotes das diversas religiões usam uma cinta, faixa ou corda exatamente nesta altura (notem que não é uma questão estética, já que ela fica um pouco acima da cintura). Lutadores de artes marciais também costumam amarrar uma larga faixa bem apertada nesse local, para ativar e evitar dispersão da energia. A importância parece estar no judaísmo, também, pois no velho testamento os Salmos fazem várias referências ao coração e rins.
No ritual de iniciação ao Zoroastrismo o sacerdote pega três cordões, que simbolizam a essência filosófica dessa religião: boas palavras, bons pensamentos e boas ações. O iniciado beija as cordas, que são então levadas à altura da fronte (ou terceiro olho) e é então amarrado na cintura do iniciado, na altura dos rins, simbolizando um comprometimento com essas três bases Zoroástricas de uma forma muito parecida com o judaísmo, que usa um Tefilin no braço e na cabeça para simbolizar que se está intimamente “atado” a Deus.
Referências nos links abaixo:
• O conceito de Chi;
• Qi e Energia: Tradução, Tradição, Traição;
• Confusão do chakra esplênico com o sacro;
• A Importância do Musubi
Colaboração: www.saindodamatrix.com.br
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Aikidô, Cultura, Textos Interessantes | Marcado: Abdome, Acupuntura, Adversário, Aikidô, Artes Marciais, Área Vermelha, Órbita, útero, Barriga, Bases Zoroástricas, Boas Ações, Boas Palavras, Bons Pensamentos, Buda, Budista, Caligrafia, Céu, Círculo, Cóccix, Centro, Cerimônia do Chá, Cinta, Cintura, Coração, Corda, Cordão Umbilical, Desequilíbrio Emocional, Deus, Dispersão da Energia, Doença Física, Energia, Espada, Essência Filosófica, Estética, Faixa, Fluxo, Força, Fragilidade, Hadouken, Hara, Hipófise, Iniciado, Jen Mu, Judaísmo, Karatê, Kempo, Ki, Leigan, Lutadores, Mar de Energia, Medicina, Medicina Chinesa, Medicina Tradicional Chinesa, Meridiano, Microcosmo, Períneo, Plexo, Ponto Central, Professor, Religião, Resshu Gamae, Rins, Rito, Rito Inicial, Sacerdote, Sacerdotes, Saika Tanden, Samadhi, Shen, Tai Chi Chuan, Tan t'ien Inferior, Tan t'ien Médio, Tan t'ien Superior, Tan t’ien, Tanden, Tao, Taoísmo, Taoísta, Técnica, Tefilin, Terceiro Olho, Terra, Tu Mu, Umbigo, Velhice, Zoroastrismo |
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30/07/2009
Hara (腹) significa literalmente “barriga“. É na região abdominal onde o Ki se acumula, mas o ponto central de onde esta energia flui para todo o corpo é conhecido por Tanden (em japonês) ou Tan t’ien (丹田 em chinês), que significa literalmente “área vermelha“, um ponto 6 cm (três dedos) atrás e abaixo do umbigo. É nesse ponto que os praticantes de Kempô, Karatê ou do Tai Chi Chuan se concentram quando fazem as suas técnicas. É fechando o períneo e contraindo o cóccix que se fecha um circuito de energia (para não deixá-la escapar, nas meditações Taoístas) e assim unir os canais ímpares Jen Mu e Tu Mu, fazendo assim a órbita Microcósmica no interior do corpo. Sendo estes dois canais intensificados (energizados) os demais meridianos são também intensificados (os dois canais ímpares influem nos outros canais pares, na acupuntura).
Com a prática dessa técnica de retenção do Ki, pode-se fazer uma brincadeira que é usada em demonstrações de artes marciais, quando uma pessoa normalmente magra é levantada facilmente por outra mais forte, mas quando essa mesma pessoa se concentra e direciona seu Ki para baixo, “enraíza” no chão e aparentemente dobra de peso, só sendo levantada novamente com grande esforço físico.
Na verdade o que ocorre é o seguinte: quando alguém tenta nos levantar e concentramos no Tanden, nós dirigimos – mentalmente – o nosso Ki para baixo, para os pés e para a terra.
Assim, a força do nosso adversário é direcionada para baixo pela força do nosso fluxo – da nossa energia indo para baixo – então o nosso adversário está nos “empurrando” para baixo e não para cima, como ele pensa que está. Para ele superar este fluxo terá que desprender bem mais energia do que o necessário para nos levantar do solo. É um redirecionamento da força do oponente (a base do Aikidô).
Uma outra técnica que todos podem fazer diariamente para aumentar gradativamente o Ki é o Resshu Gamae, uma técnica de centralização de energia. Você assume essa postura ereta, com os joelhos levemente flexionados, como se estivesse abraçando o tronco de uma grande árvore. As palmas das mãos espalmadas, viradas para dentro, e cujos dedos apontam um para o outro, sem se tocar.
Comece fazendo isso por 5 minutos ao dia, por 15 dias. Depois passe para 10 min. ao dia por mais 15 dias, e depois 20 min. por mais 15 dias. Depois disso você já pode sair por aí soltando Hadouken, Leigan, etc.
No Japão, diz-se que os mestres em caligrafia, espada, cerimônia do chá ou artes marciais “atuam a partir do Hara“, ou seja, não precisam de esforço para fazê-lo (algo próximo ao nosso “saber de cor“). Professores budistas orientam seus estudantes a centrar suas mentes no Tanden, que ajuda a manter sob controle os pensamentos e as emoções. “Atuar a partir do Tanden” no budismo é o equivalente ao estado de Samadhi.
Referências nos links abaixo:
• O conceito de Chi;
• Qi e Energia: Tradução, Tradição, Traição;
• Confusão do chakra esplênico com o sacro;
• A Importância do Musubi
Colaboração: www.saindodamatrix.com.br
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14/07/2009
O que é mais importante em uma jornada, o ponto de chegada, a finalização da caminhada, a consolidação do sacrifício ou a própria jornada em si?
Quando se faz um curso, uma faculdade, uma arte marcial, é comum estabelecermos metas e, mais comum ainda, focarmos na conclusão desta empreitada como meta principal. Mas onde se esconde esta conclusão, num diploma universitário, num certificado de conclusão de curso, numa faixa preta?
Quando estamos para nos formar, seja em que área ou nível, é comum pensarmos que chegamos ao topo do que esperávamos. Estudamos, graduamos todas as etapas do curso e chagamos ao final. Sentimo-nos realizados e os deslizes que cometemos durante essa caminhada são esquecidos, assim como os sucessos. Tudo deixa de ser importante face ao júbilo da formatura, da última prova, da entrega do último trabalho acadêmico. Quando seguramos o certificado de conclusão, a euforia consome todo o esforço da caminhada. Pouco tempo depois, nos deparamos com um novo dilema, estamos no mercado de trabalho, sem experiência, estagiando. Deixamos o topo para ocupar nossos acentos na trajetória profissional, no fim do ônibus. Passado mais algum tempo, quando avançamos em nossas carreiras, nos damos conta de que não aproveitamos tudo o que aquele curso, professores ou instituições tinham a nos oferecer. Quem, ao elogiar a competência de um professor não concluiu ou apenas pensou: se tivesse perguntado mais, me dedicado mais…. .Isso porque visamos “passar de ano” e o estritamente necessário para isso passa a ser o bastante.
Se considerarmos que a conclusão de um curso é apenas uma das etapas deste, passamos a valorizar cada uma dessas etapas. Se dividirmos cada etapa dessas em outras e essas em outras mais, passaremos a nos dedicar a cada dia como se fosse o último, a cada exercício como se fosse à prova final, a cada nova informação como se fosse o conteúdo do nosso curso. Com isso, a meu ver, não criaríamos alunos bitolados e estressados, mas alunos apaixonados, alunos interessados todos os dias. A arrogância do veterano não existiria e sim a consciência de que este está apenas a alguns passos à frente de seu companheiro, mas também, a quilômetros atrás de seu professor. Teríamos profissionais conscientes da situação de sua profissão, da importância dela na sociedade e da necessidade de torná-la mais completa e digna, não importando qual fosse. Seriamos mestres e aprendizes com a responsabilidade de auxiliar a que sabe menos e com a humildade, a reverência e o respeito para com os que sabem mais.
Um monge, certa vez, convidou dois discípulos para uma jornada. Cada um a faria sozinho, a seu tempo e no final dela se revelaria o maior tesouro do mundo. O caminho não era definido, mas o ponto final era o topo de uma montanha. Quando o primeiro discípulo chegou ao final da jornada, três meses haviam se passado desde a sua partida e o monge estava a sua espera.
– Pronto mestre, cheguei o mais rápido que pude, onde está o meu prêmio? – Temos que aguardar o segundo discípulo chegar para concluirmos o teste, afirmou o monge. – Mas mestre, eu fui o mais rápido passei por todas as dificuldades que o terreno apresentou, lutei com sentinelas das cidades por onde passei, persuadi e subornei exércitos de fronteira para chegar o mais cedo possível aqui, e tenho que esperar pelo meu adversário? Mas o monge foi irredutível e os dois passaram a esperar pelo segundo discípulo.
Ao final do terceiro ano eis que chega o segundo discípulo, calmo com semblante cansado, mas infinitamente mais feliz, abraçou o seu igual, fez reverência a seu mestre e sentou-se sem pedir ou exigir nada. O primeiro discípulo então esbravejou: – Eu exijo receber o meu prêmio, fui o mais rápido, o mais esperto, o mais forte e cheguei aqui muito antes que meu adversário, desde então estou aqui sem fazer nada, impaciente, sem nem o aprendizado diário das tarefas do templo que deixamos antes desta competição. O monge levantou-se, calmamente, foi até uma tina d’água, encheu dois copos com água e se pôs em frente a seus dois discípulos. Encarou o primeiro discípulo, e perguntou: O que você deseja receber? O discípulo, impaciente se viu sem resposta, concentrou-se tanto no tesouro que não fazia idéia do que esperar deste. Diante da inatividade do primeiro discípulo o monge voltou-se para o discípulo que acabara de chegar e perguntou. O que você deseja receber? O discípulo abriu um sorriso e falou: – Não desejo nada, mestre, nada que não tenha conquistado nesses três anos de jornada. Consegui ajudar famílias inteiras com os conhecimentos médicos aprendidos no tempo de reclusão, fiz amigos em todas as cidades por onde passei, uni, com conselhos, povos que punham seus exércitos nas fronteiras de seus territórios a fim de intimidar seu vizinho, evolui fisicamente, pelas dificuldades dos caminhos trilhados e cataloguei recursos e terras até então desconhecidas. Toda a minha caminhada foi o crescimento que nunca poderia imaginar. Sou-lhe muito grato por essa oportunidade.
O Monge entregou o copo d’água ao primeiro discípulo e disse: – Seu tesouro já lhe foi entregue segue seu caminho e seja feliz. E entregando o copo d’água ao segundo discípulo disse: – Já não tenho mais nada a te ensinar, volta ao templo e assume sua função como mestre, com toda honra e mérito.
Colaboração: www.aikikaizen.com.br
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15/06/2009
Não importa qual direção você quer dar à sua vida. Seja o que for que decidir fazer, acima de tudo são necessárias a consistência e a regularidade para que possa chegar a seu objetivo.
Meu professor de tênis, Rodrigo Barbosa, sempre diz: o segredo do tênis é a regularidade. Regularidade nos treinos. Regularidade durante os jogos. Regularidade nos saques. Tudo é regularidade! Ele tem razão. Não adianta treinar oito horas por dia durante cinco semanas e depois ficar alguns meses sem ver a raquete. É melhor treinar duas vezes por semana, regularmente, porque o seu jogo ficará consistente. Não adianta você acertar um saque sensacional e errar um monte deles. É melhor dar um saque bem colocado e errar pouco.
A preocupação com a forma física tem levado muitas pessoas às academias, quadras e aos parques. O problema é que muita gente acha que pode ficar a semana inteira parada e, no sábado de manhã, correr para uma quadra de futebol, começar a jogar às 7 horas e só parar às 20 horas. Os resultados disso você já sabe: dores pelo corpo, lesões musculares e, até mesmo, um infarto.
Os cardiologistas são unânimes em afirmar que exercício físico bom é aquele feito com consistência e regularidade. Esse conselho vale para tudo. Na nossa jornada em busca do crescimento pessoal, as grandes vitórias vêm após ações consistentes e muito regulares. Nos estudos é a mesma coisa. Não importa se você estuda Direito, Literatura ou Marketing, se você reservar vinte minutos do seu tempo para estudar todos os dias, depois de um ano ficará impressionado com a sua evolução. Se você conseguir estudar uma hora por dia, então, vai ser sensacional. Pessoas que somente estudam para as provas podem até ser aprovadas, mas raramente aprendem.
Com a sua carreira profissional acontece a mesma coisa. Constância e regularidade são fundamentais. Se você pensa em ser engenheiro, presta vestibular, começa o curso e, no meio do segundo ano, decide que quer ser veterinário, tudo bem. É preciso entender que você mudou de idéia. Se você pensa em ter uma empresa de informática, prepara tudo, faz os empréstimos e os investimentos, mas depois de seis meses trabalhando decide que vai ser cabeleireiro, tudo certo. É preciso entender que você mudou de opinião.
Se você e sua namorada resolvem se casar, preparam a festa, arrumam uma casa para morar e cuidam de mobiliá-la, fazem planos para os filhos, e pouco antes da data do casamento você decide que vai ser padre, o que se pode fazer? Antes agora do que depois de casado, certo? Mas há algo muito errado nessas histórias todas. Como é que você consegue não terminar nada do que começa?
Tudo bem que exagerei um pouco nos exemplos. Mas a grande verdade é que é mais ou menos assim que muitos jovens se comportam. Mudam de idéia a toda hora, muitas vezes para direções que nada têm que ver com suas decisões anteriores. Dessa maneira, sua dedicação não constrói coisa alguma.
Lógico que não devemos ser rígidos como uma montanha, mas precisamos ter em mente que os resultados aparecem depois de algum tempo de dedicação. Infelizmente, muitas pessoas abandonam um projeto no momento em que ele iria começar a dar resultados. Peter Drucker, o grande professor de administração, dizia que a maioria dos projetos dá errado, não porque foi construída e administrada erradamente, mas porque as pessoas desistem deles antes mesmo de os resultados aparecerem.
Se as nossas decisões e os nossos atos não apresentarem consistência e regularidade, haverá um grande desperdício de nosso potencial humano, de dinheiro, de sonhos, de entusiasmo, de crenças. Significa perda de tempo, pois ficamos andando em círculos, podendo afundar cada vez mais no lodo. Não importa qual direção você quer dar à sua vida. Seja o que for que decidir fazer, acima de tudo são necessárias a consistência e a regularidade para que possa chegar a seu objetivo.
* Roberto Shinyashiki é psiquiatra, palestrante e autor de 13 títulos.
Colaboração: http://shinyashiki.uol.com.br
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[…] Os Cinco Espíritos do Budô – Por Dan Penrod […]