30/03/2020
O verbo japonês “kuzusu ” pode significar “derrubar (um edifício), derrubar, destruir ou nivelar (como em uma colina). Pode sinalizar uma “quebra” ou uma “mudança” no status ou condição de um objeto ou conceito. No Jiu-Jitsu, Judo e Aikido, o substantivo ” kuzushi ” normalmente se refere à quebra do equilíbrio do oponente e, portanto, à integridade de seu posicionamento e, portanto, à sua estabilidade.
Não é segredo que o Aikido foi o terceiro de uma linha de artes marciais japonesas modernas que têm sua gênese no “koryu ” ou nas artes de estilo antigo. Logo antes do Aikido era o Judô, e embora possam existir semelhanças na filosofia, elas têm características muito distintas que lhes permitem se destacar. Depois, há o Jiu-Jitsu, do qual parece uma infinidade de estilos e interpretações, que existem há várias centenas de anos. Também se reconhece que Morihei Ueshiba utilizou como base para sua forma de arte, Daito-ryu Aikijujutsu , seu professor sendo o famoso Sokaku Takeda. Pode-se discutir se o Daito-ryu Aikijutsu da Takeda é um representante de um gendai (moderno) ou um koryuarte marcial (antiga). Deixo para os estudiosos modernos disputar.
Um representante genuíno de Kano do Judô e Ueshiba do Aikido, foi Kenji Tomiki, um estudante direto de ambas as lendas históricas, que mais tarde introduziu uma forma de Aikido no Kodokan. Tomiki Sensei foi citado como tendo dito que “o jujutsu da velha escola consiste em quebrar a condição do corpo que perdeu o equilíbrio. É chamado kuzure-no-jotai (estado de equilíbrio quebrado). Às vezes, o próprio oponente perde o equilíbrio e, outras vezes, você destrói positivamente o equilíbrio do oponente, levando-o a uma postura vulnerável. No judô, a preparação do oponente consiste em destruir o equilíbrio do oponente antes de executar uma técnica e colocá-lo em uma postura onde será fácil aplicá-la.”
Pela minha experiência, acho que a descrição acima de “kuzushi” se aplica à maneira como as técnicas de Aikido foram originalmente projetadas para alcançar sua autenticidade, validade e eficácia. No entanto, na prática do Aikido de hoje, a aplicação do “kuzushi” é muitas vezes mais sutil e “sugerida” ao invés de aplicada explicitamente. Não é tão incomum para o nage começar uma manobra de “kuzushi” e para o uke terminá-la. Obviamente, isso cheira a “conluio” e demonstra uma séria perda de credibilidade, além de ampla falta de conhecimento ou entendimento na comunidade de treinamento de Aikido sobre o que o kuzushi realmente tem tudo a ver. Infelizmente, ilustra o que esses estudantes sinceros de Aikido, infelizmente, carecem de ignorar o papel crítico do Kuzushi em tornar o Aikido convencional, real, credível e viável.
Os cavalos parecem ter deixado o celeiro, por isso não é mais uma questão simples de corrigir o curso de todo o aikido moderno com um retorno fácil e sem falta a ontem. No entanto, para aqueles que realmente se importam, podemos individualmente, e em grupos dedicados, comprometer-se a reintroduzir muitos dos componentes esquecidos ou ignorados de forma descuidada da criação original de O`Sensei. É uma tarefa assustadora, mas se a sinceridade e a vontade de fazer o que for preciso ainda existirem, encontraremos tempo.
Pessoalmente, posso atestar o fato de que locais como o recente e inovador workshop de Stanley Pranin em Las Vegas, os Seminários da Ponte da Amizade popularizados por Hiroshi Ikeda Shihan , tentativas regionais de reunir talentos de estilos distintos de aikido, como em Seattle, Flórida e Nova Jersey, para citar alguns, uma nova onda de pensamento fora do tatami começou definitivamente. Que exemplo excelente de aplicação do kuzushi adequado ao equívoco desatualizado de “por que se preocupar, nosso aikido é bom o suficiente?” Como proclamou o Fundador, estamos apenas no início de uma busca indefinida do verdadeiro Aiki do Aikido escolhido, melhor definido e praticado por qualquer pessoa como um indivíduo soberano. No devido tempo, seremos capazes de atingir nossas metas individuais sem qualquer exigência ou necessidade de estilo estabelecido, afiliação organizacional ou prova de autenticidade a partes irrelevantes.
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Original em: https://aikidojournal.com/2012/10/19/kuzushi-an-aiki-perspective-by-francis-takahashi/?mc_cid=32978bcccd&mc_eid=3e12389011
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09/09/2016
(Revisão: Suzana Mafra)
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Sábado, fim de tarde, fui atender a um pedido da minha mestra de reiki: regar as plantas do interior de sua casa apenas neste dia, já que breve retornaria de viagem. As plantas da área externa ficaram a cargo de outro colega, por coincidência, também aikidoca.
Fui com uma certa preguiça, confesso… Estacionei o carro em frente ao portão e me deparei com um gato deitado em uma das duas cadeiras que ela mantém na pequena área que dá acesso à porta de entrada da casa. Já fiquei chateada, pois não gosto muito de gatos. Abri o portão e fui atravessando o pequeno jardim em direção à porta da casa, sob o atento olhar do felino. No entanto, o maai entre ele e eu não era suficiente para que ambos não se sentissem ameaçados. Ele, então, rosnou e eu, num misto de medo e raiva, recuei.
Resolvi então fazer a tarefa do outro aikidoca, regar o jardim externo e, claro, molhar o gato. Afinal, todos dizem que gatos não gostam de água…
Com a mangueira ligada e vigorosos “SAI GATO!” joguei pequenos esguichos em sua direção (pois se o molhasse totalmente, danificaria o forro da cadeira), mas para minha infeliz surpresa o gato só se encolhia, com um olhar nada amistoso.
Foi então que vi uma canaleta para fios elétricos – de mais ou menos um metro e meio – jogada no jardim. O material ideal: leve e flexível. Eu poderia enfim cutucar ou mesmo bater no tal gato sem machucá-lo, e o mais importante, com uma distância segura. Agora vai dar certo! Com outros “SAI GATO!!! SAI GATO!!!” eu cutucava o gato dos infernos que cada vez mais se fechava em pokémon… Tive que apelar e bati em sua cabeça, mas a leveza e flexibilidade da canaleta acabaram por fazer “carinho” no gato e foi justamente isso que ele entendeu, pois começou a esticar o pescoço para receber o “afago”. Percebendo esta oportunidade, comecei de fato a acariciá-lo com a canaleta, é claro, e com ele totalmente rendido em seu trono, consegui com a outra mão abrir o cadeado da grade e, em seguida, a porta, torcendo para que ninguém estivesse vendo a ridícula cena.
Entrei rapidamente com minha espada em mãos e fechei a porta. Cumpri minha tarefa e o que temia aconteceu: o gato havia saído da cadeira e estava literalmente colado à porta, pronto para entrar, rosnando seu pedido de licença. Fechei, então, a porta novamente e peguei minha espada para aplicar o mesmo golpe: carinho. Atraído pela necessidade do golpe, o gato prontamente aninhou-se sob a ponta da canaleta, rendido aos afagos, permitindo que eu saísse e fechasse a porta e a grade. Fugi rapidamente para o portão do muro, abandonei minha espada e deixei o gato carente aos miados.
Entrei no carro ainda chateada, mas com um certo ego inflado, por ter utilizado o Aikido na situação. Na segunda-feira cheguei contando o grande feito para os alunos da turma das seis horas. Relatei a minha sensível percepção ao movimento do gato, que viu como carinho a minha agressão inicial, fazendo-me transmutar minha intenção e controlá-lo: puro Aikido.
Ao terminar o relato bateu uma grande dúvida… quem foi o nage e quem foi o uke dessa história? Eu percebi a sutil mudança e a necessidade do gato por carinho, e ele transformou minha agressão em afago: quem de nós foi nage e quem foi uke? E no tatame? Até que instante de um movimento técnico nós somos nage ou uke? Estamos sendo sinceros em nossos objetivos ou a espada é apenas uma banda de canaleta leve e flexível? Em uma aula magistral sobre ukemi, o Sensei James nos fez perceber que somos os dois: quando o uke ataca, está sendo nage, e ao receber este ataque, o nage se torna uke – a alternância entre esses papéis se faz presente até a conclusão do movimento.
Acredito que – dentro ou fora do tatame – buscar, perceber e viver (DO) esta constante troca nage/uke é o movimento (KI) em equilíbrio (AI).
Esqueci de dizer: eu estava à paisana, mas o gato vestia dogi e hakama, ele era preto e branco… Domo Arigato Gozaimashita Gato Sensei.
*CrisB – faixa-preta 3º Dan da Academia Central de Aikidô de Natal
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Glossário
REIKI – Técnica criada em 1922 pelo monge budista japonês Mikao Usui, onde os praticantes acreditam ser possível canalizar a energia universal – manipulável através da imposição de mãos – a fim de restabelecer um suposto equilíbrio natural, não só espiritual, mas também emocional e físico.
MAAI – Momento em que os dois aikidocas se encontram na distância ideal, física e psicológica prontos para a prática da forma ou da técnica livre.
POKÉMON – É a contração de duas palavras em inglês: pocket, que significa bolso; e monster, que significa monstro. Assim, um pokémon é um”monstro de bolso”, uma criatura fictícia popular em videogames e desenhos. Criado por Satoshi Tajiri em 1996, essas criaturas se transformam em esferas.
UKEMI – É um termo composto de duas palavras: uke, de ukeru – receber; e mi – o corpo. O ukemi é o comportamento do uke, como absorve e dissipa uma projeção de forma que não se machuque.
UKE – Praticante que faz o ataque e recebe a técnica do nage.
NAGE – Praticante que recebe o ataque e o redireciona através da técnica o ataque ou a contenção do uke.
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23/05/2014
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É engraçado como no começo da prática de Aikido nos deparamos com conselhos tão valiosos, mas para os quais não dispensamos muita atenção. Desde a primeira vez que coloquei os pés no tatame, tenho ouvido meus Sensei(s) dizerem: “Olha a postura, preste atenção na respiração, movimente o centro, Aikido é jeito e não força”… Eu até tentava dispensar a atenção que eles me solicitavam, mas por algum motivo isso não passava, se muito, dos primeiros minutos da prática – quem já treina há algum tempo, sabe exatamente ao que me refiro. Não se trata de ignorar a ordem de nossos mestres, mas ao vermos a energia de uma intenção dirigir-se a nós, automaticamente nosso senso de autopreservação fala mais alto, e quando não ficamos paralisados, com medo de sermos pegos pela energia contrária que pode se manifestar na forma de um golpe frontal (tsuki, atemi, shomen, etc.) ou um aprisionamento (katadori, morotetori, etc.), tentamos impor nossa força física sobre nossos colegas, tentando conduzir por meio da força, o que deveria ser conduzido por meio da leveza.
E foi justamente pensando nessas coisas que nos meus últimos treinos decidi mudar a abordagem. Tentei me manter presente durante todo o treino, tanto quando estava no papel de Uke, como quando estava no papel de Nage. Comecei a prestar atenção na respiração, mesmo durante a prática do aquecimento que antecede o treino e tentei expandir meus sentidos para conseguir registrar as mínimas sensações em meu corpo. O resultado não poderia ser mais gratificante.
Pela primeira vez, durante esses quase quatro anos de treino, eu pude registrar uma experiência de aprimoramento pessoal e extrassensorial. Pela primeira vez eu estava totalmente presente durante a prática e o mais incrível de tudo, foi o despertar de uma consciência que até então eu apenas tinha ouvido falar a respeito. Enquanto realizávamos uma prática de Sankyo, eu senti minha consciência se desdobrar e se separar da própria ideia de unicidade física – já não era apenas o Uke ou Nage, mas ao mesmo tempo uma terceira entidade que era capaz de observar tudo, sentir tudo. Ao passo em que a prática ia se desenrolando e a mente objetiva tentava entrar em grau de relaxamento automático (você já viu esse movimento centenas de vezes, já o executou umas mil, então pra quê prestar atenção nisso?) essa terceira entidade que ao mesmo tempo era e não era eu, me questionava: “onde você está agora?”. Devido a esse nível de atenção, toda a movimentação alcançou um novo aspecto, de repente eu sabia exatamente como e quando me movimentar. Sabia exatamente quando meu colega estava com o braço no ponto exato de tensão necessário e podia registrar tudo o que ocorria a minha volta, sem precisar ficar olhando diretamente para as coisas, inclusive lembro-me de ter comentado com ele: “é incrível como as coisas ficam quando nos dispomos a fazer algo com toda a força de vontade, a prática se torna totalmente diferente e tudo vira uma verdadeira explosão sensorial”.
Repito, nunca havia experimentado algo assim e espero nunca mais perder essa capacidade. A caminhada será longa, tenho certeza que esse foi apenas o insight inicial, mas mesmo assim me sinto grato por conseguir alcançar o ponto primeiro daquilo que sempre desejei conseguir após ingressar no Aikido.
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*Rafael Jhonata – Faixa-amarela, Aluno da Academia Central de Aikidô de Natal.
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06/03/2014
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Penso que treinar Aikido é uma forma de diálogo. Cada um tem seu ponto de vista individual, que pode diferir de um dia para o outro, que depende com quem está se comunicando e outros fatores, mas que tem uma linha de raciocínio e ação característica.
Num diálogo, duas pessoas se encontram, estão presentes fisicamente, se percebendo, quando um, o uke (o agressor), propõe um argumento. A primeira ação do outro (o nage – quem aplica a técnica) então é captar isso. A partir do primeiro momento cada um já tem uma série de opções de como agir ou reagir.
Primeiro vamos considerar que existem muito mais maneiras de um diálogo não se constituir, o que é muito frequente na sociedade moderna. Por exemplo, o nage está tão preocupado consigo mesmo, que não tem capacidade de perceber o outro. Então antes mesmo de um diálogo começar, o nage precisa estar tranquilo, relaxado e sensível ao que acontece nele e ao redor dele. Melhor o nage, mais atencioso ele é. Não só se percebe, mas olha além da aparência do outro, entende seus motivos, antecipa seus desejos, prevê seus movimentos.
Lembrando que estamos falando aqui de um paralelo entre os movimentos de palavras e os movimentos físicos mesmo e é exatamente nisso que reside uma das belezas do Aikido, porque você aprende a transpor diálogos físicos para os orais e vice versa.
Uma vez estabelecido a condições básicas de um diálogo, precisamos dar atenção aos preconceitos. Vamos usar a metáfora da folha branca. Aprendemos muito rápido e é mais fácil de usar padrões: A é de um jeito, B do outro, já sei o que A vai dizer e já sei o que B vai fazer. Apesar de parecer simples, é difícil limpar a mente, relaxar o corpo, porém, como ensinava Sensei Marco (Marco Antonio Rocha – Academia Central de Aikidô de Natal), continuar com atenção em tudo. E este processo não só deve existir no início, mesmo durante o diálogo precisamos, de vez em quando, esvaziar a mente.
O próximo passo é a harmonização. Precisamos entender o outro, não só ouvir as palavras, mas olhar o corpo, perceber os motivos, ir além do texto falado. Isso feito, podemos começar cuidadosamente a aplicar os nossos argumentos/movimentos. É difícil se expressar bem, porém mais difícil ainda é continuar com a atenção no outro enquanto você apresenta seu ponto de vista. Não é porque estamos aplicando nossos argumentos que devemos deixar de ouvir o outro. Precisa existir uma troca contínua até chegar numa conclusão ou encerrar o diálogo. Um dos erros comuns é achar que estamos certo e o outro errado e que isso nos dá o direito de nos impor. É a hora quando o ego cresce e o outro nos serve apenas para confirmar nossa opinião e é quando perdemos contato com o outro e não há mais diálogo, mas só um monólogo.
Importante é entender que mesmo sem conclusão podemos aprender muito, o que interessa de fato é muito mais o processo do que o resultado e dentro deste processo aprendemos mais ouvindo do que falando. Isto me lembra do processo de ensino de meu professor de Tai chi chuan de Recife, Jaaziel Campos, que, se baseando no método do seu professor chinês, ensinava mostrando e pedindo para os alunos olharem e repetirem, sem comentar nada. Acredito que seja uma característica oriental de valorizar mais o processo do que o método ocidental que trabalha muito mais com resultados.
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*Frank Düesberg é aluno da Academia Central de Aikidô de Natal .
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17/02/2014
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Nas primeiras aulas de Aikido, recebemos várias explicações básicas sobre o funcionamento dos treinos, técnicas, etiqueta no tatame, entre outras. É natural que, ao longo da permanência do aluno nos treinos, a curiosidade comece a aumentar e que passemos a ler sobre aquilo que aplicamos nas práticas. Sensei fala – Aikido é para o dia-a-dia, exercício para o corpo e disciplina para a mente. Esta frase parece mais um simples jargão clichê que poderia ser aplicado a todas as formas de se exercitar ou mesmo outras artes marciais, mas nos parece que esta máxima é um pouco mais profunda na bela arte do “caminho para a harmonização das energias”.
Para sustentar esta afirmativa lembramos que, dentre muitos princípios que doutrinam a arte aikidoca, há um que nos dias de hoje nos parece um dos mais importantes, inclusive para o aprendizado e desenvolvimento dos outros princípios. Este é chamado Missogui, que significa: “a prática para remover a poluição (Kegare) do corpo, da mente e do espírito (…). Missogui é o primeiro conceito do Xintoísmo esotérico. É o Missogui aquilo que cria espaço dentro do indivíduo para que ele possa entrar em conexão (Mussubi) com o mundo divino.”[1]
Abrir espaço para algo dentro de nós nos dias hoje é tarefa muito difícil, principalmente na sociedade ocidental, cada vez mais capitalista, consumista e desumana. E é neste ponto onde encontramos o maior presente que a prática do Aikido oferece. Um bom sensei irá levar o aluno à pratica do missogui no tatame mesmo sem que ele perceba. No entanto, quando o fazemos de forma consciente ele é muito mais proveitoso e eficiente. “Aikido é o exercício de estarmos sendo ensinados pelos Kamisama (divindade), sobre as vibrações da criação universal (tamashii)”.[2] É preciso estar aberto a estes ensinamentos para recebê-los em sua plenitude.
Para entrarmos no estado onde possamos nos harmonizar com a energia universal e ao aprendizado do Aikido, precisamos nos abrir e sermos propensos a receber. É aí que começa o exercício interno verdadeiro.
A prática do Missogui pode ser realizada de diferentes formas e ao longo de todo o dia. Algumas formas são mais ritualísticas, ligadas à religião e outras mais mundanas. Neste texto, não entraremos em detalhes sobre a ritualística Xintô, pois o nosso objetivo é justamente dar uma pincelada no que a segunda prática pode gerar de benefícios ao praticante de Aikido.
A etiqueta cobrada dentro do tatame e a presença do sensei, já nos convidam a doutrinar a mente para fazer uma pausa no nosso dia e descansar das preocupações. A “ritualística” da aula, o respeito pelas explicações e o treino do que é ensinado buscando imitar os movimentos da forma demonstrada nos leva a um estado de concentração que começa a limpar nossa mente de outros pensamentos, problemas, preocupações, etc.. A concentração “forçada” nas técnicas de queda, principalmente quando estamos como Uke, leva a aflorar nosso instinto de autopreservação que acaba por ajudar a retirar de nossa mente pensamentos ruins. Então o Missogui acontece. Começamos a retirar de nós tensões, asperezas e preocupações e, ao fim de um bom treino, começamos a ver tudo de forma diferente, com a mente mais tranquila e o corpo mais relaxado. Somos até capazes de julgar melhor os motivos de nossas apreensões e tomar decisões mais centradas.
Qual a mágica? Não há mágica, há perseverança, disciplina, disposição para o aprendizado e consideração mútua. Para que ocorra uma aula proveitosa que nos permita praticar o Missogui, é preciso que estejamos dispostos a ceder e a se por no lugar do outro enquanto nage, respeitando as condições físicas e mentais dos nossos colegas de treino. É necessário também que quando Uke, estejamos prontos para sermos flexíveis e perceber a condução do nage, condução esta que pode ser encarada como uma analogia para as formas que a vida nos apresenta as mais variadas situações.
De nada servem as correções e as explicações individuais se não houver espaço mental e humildade para recebê-las. A limpeza interna abre espaço para o aprendizado e para os bons sentimentos de todos aqueles que partilham o dojo conosco. Devemos nos sentir gratos pelas oportunidades e por toda a doação que encontramos no sensei e nos colegas de treino.[3]
Concluindo esta exposição, lembro a frase de Kisshomaru Ueshiba parafraseando o Fundador, “a ressonância do corpo deriva da unidade mente-corpo que se harmoniza com a ressonância do universo”[4]. Para que esta ressonância seja positiva e possamos nos beneficiar dela, precisamos estar no estado adequado para dar e receber. O Missogui é uma prática que nos leva a purificar-nos e abrirmos espaço para aprender a receber, sabendo conscientemente o que e como. E para nós, este é um grande diferencial da prática do Aikido das demais atividades físicas e artes marciais e um grande exercício para toda vida.
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*Daniel Nicolau é Arquiteto, Servidor Público e faixa-preta 1º Dan (Shodan) da Academia Central de Aikidô de Natal.
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Referências:
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[1] BULL, Wagner José. Aikido-caminho da sabedoria. A Teoria.Editora Pensamento, São Paulo. Pg 181 e 182.
[3] SUNADOMARI, Kanshu. A iluminação através do Aikido. Ed. Pensamento. São Paulo 2006. Pg. 107 a 109.
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13/02/2014
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Esse não é um texto sobre Aikido, é um texto sobre mim e como cheguei ao Aikido.
Tudo começou com uma leitura de um livro chamado A Arte Cavalheiresca do Arqueiro ZEN de Eugen Herrigel, que recomendo fortemente a leitura, nesse livro aprendi um pouco mais sobre a mentalidade oriental e principalmente sobre o caminho do Arco e Flecha, o Kyudo. Vi nessa prática marcial e de meditação um refúgio para os dissabores do dia-a-dia e, por consequência, decidi que tentaria me realizar nessa “entediante” prática de arco e flecha. Como um bom quase nativo da era digital, a minha busca começa pela internet e todo material que encontrava me instigava ainda mais a curiosidade, as perguntas surgiam como um turbilhão: “como podem esses oito passos para atirar uma flecha possuírem tanto conteúdo?”, “Como alguém pode passar quinze anos praticando os mesmos movimentos e ainda ser um aprendiz?”, “Porque um treino de arco e flecha não está focado em atingir o alvo?”, muitos outros questionamentos surgiram e nem me recordo deles agora. Pois bem, após assistir alguns vídeos no Youtube e pesquisar a presença do Kyudo no Brasil, descobri, para minha surpresa, que temos Kyudo em Natal. Fui me informar com pessoas conhecedoras de Arte Marciais e para minha decepção, havia sido enganado por um texto ou post qualquer na internet, e o Kyudo em Natal se tornou uma lenda urbana: todo mundo sabe que existe, mas ninguém nunca viu.
Um certo dia, conversando com amigos praticantes de Kung Fu, lembrei que em um prédio próximo a empresa onde trabalho existe uma academia de Aikido, aquela arte que os caras usam uma saia para lutar. Também não me perguntem como liguei o Kyudo ao Aikido: nosso cérebro trabalha mais por associação do que por lógica, e acredito que nesta ação empregamos também nossa alma. Decidi fazer uma visita, e numa terça-feira cheguei a ACAN juntamente com minha esposa e assistimos o treinamento até o fim*. A partir desse dia assisti aos treinos da terça e quinta por duas semanas até que decidi-me por começar a treinar, e assim o fiz.
Hoje, com três meses de academia, sinto-me em casa, sinto-me integrado ao Aikido. Encontrei no Aikido resposta para várias perguntas que havia feito ao Kyudo. Aprendi que uma arte marcial pode não ser violenta e não ter como objetivo ferir o adversário, na realidade até o conceito de adversário não se aplica ao Aikido. Em uma conversa após o treino fui informado que não treinamos Aikido até chegarmos a faixa preta e fiquei entusiasmado com o entendimento que essa informação me trouxe, afinal, eu tenho até a faixa marrom para aprender Aikido e na preta eu começarei a praticar e aperfeiçoar o que aprendi durante essa jornada. Veja como esta é uma reposta possível ao questionamento “Como alguém pode passar quinze anos praticando os mesmos movimentos e ainda ser um aprendiz?”.
Outro exemplo que considero importante é a resposta para o questionamento “Porque um treino de arco e flecha não está focado em atingir o alvo?”, essa resposta nenhum livro de Aikido poderia me proporcionar, apenas o treino e o compromisso com o treino me trouxe essa resposta. A prática do Aikido me fez transcender a ideia de graduação, me fez participar do treino pelo treino, o corpo treinando, a mente em descanso**, é não querer ferir o UKE é simplesmente conceder o que ele me pede, e ele me pede com a energia dele e devolvo para ele uma energia equivalente e nos harmonizamos***, desta forma não posso feri-lo, pois ele está preparado para receber o que me dá.
O Aikido está mudando a minha vida, me trouxe novos amigos e uma nova família. Alguns eu nem conheço ainda, mas estou unido com todos pelos elos e princípios que estão apresentados no Hakama, que aprendi que não era uma saião. E vamos juntos aprendendo diariamente a receber e devolver a energia do mundo, da sociedade, dos amigos e familiares que são os grandes UKEs de nossas vidas.
Obrigado.
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* O Sensei Vinicius nos explicou muito sobre o Aikido nos dias em que estávamos visitando a ACAN.
** Fiquei muito feliz em ver o Ono Sensei afirmando que no treino a mente deve estar longe.
*** Esse esclarecimento teve como pivô um comentário do Sensei James durante um treino.
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*José Diego Marques é Analista de Requisitos de Softwares e faixa-branca da Academia Central de Aikidô de Natal.
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06/02/2014
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Por algum tempo questiono-me sobre a quantidade e localização da força usada pelo nage na aplicação da técnica. Vamos tentar analisar qual é o princípio que rege o uso da força, além de como, com que parte do corpo e com que intensidade ela deve ser usada.
No final de 2013 fiz a seguinte pergunta a Max Eriksson, Sensei alemão, com 25 anos de Aikido, cujo Dojo eu já visitei várias vezes, que treinou junto com Sensei Gabriel no Japão e que esteve mais de um mês na Academia Central de Natal acerca de dois anos atrás:
Pergunta: Quanto menos força o nage usa, melhor é seu Aikido?
A resposta foi bem clara: Sim.
A questão é, de acordo com Max, que é muito mais fácil ensinar uma técnica do que um princípio!
Como devemos entender esta resposta e a justificativa?
O “Ai” de Aikido significa harmonia. Num ataque correto (ver meu artigo anterior) uma força vem ao encontro do nage. Inexoravelmente, para que seja Aikido, é preciso se harmonizar com esta energia que vem na direção do mesmo.
A pergunta então é quanta energia o nage precisa para se harmonizar com o ataque? Como ele apenas precisa direcionar seu corpo para que se alinhe na mesma direção vetorial do ataque, a energia necessária é pouca já que na forma ideal não tem nenhum impacto, comparado com, por exemplo, uma defesa de karaté, que tenta bloquear ao máximo o ataque com os vetores de força indo um contra o outro.
O segundo estágio da aplicação da técnica é do desvio. O nage precisa desviar a energia do ataque para não ser atingido e para colocar o atacante em desequilíbrio. Aqui alguma energia é necessária, porém é aqui que se mostra a qualidade do Aikidoista. A técnica impõe um movimento do nage, quando o princípio ensina o uso inteligente do desequilíbrio, respeitando o tempo do atacante (Sensei Gabriel sempre alertava para treinar também com o ouvido, percebendo, por exemplo, quando o uke pisa no chão). Ao invés de querer impor uma sequência de movimentos, o nage precisa captar o eixo do atacante, torná-lo fraco e tomá-lo para si próprio, para levar o atacante para a terceira fase, a finalização.
Nesta, o atacante encontra-se desequilibrado e o nage precisa dirigir e acompanhar sua queda para finalizar a técnica, novamente observando o mínimo de uso de força. Isto é muito diferente do nage agressor, que nesta hora usa sua força para a técnica aparentar ser eficiente e desvia o atacante da sua queda natural ou reforça-a além do necessário.
É nesta hora que aparece o ego, a vontade de mostrar eficiência, a capacidade de dominar o outro e isto se expressa pelo uso excessivo de força ou pela vontade de infringir dor no outro. Isto é outro ponto fundamental, infringir dor no outro não é o objetivo do verdadeiro Aikidoista. Se uma técnica envolve dor, ela é apenas um meio para causar desequilíbrio ou imobilização, mas nunca é um fim em si.
Outra questão desta fase crítica e sempre alertada pelo Sensei Gabriel é a alteração da velocidade da aplicação da técnica, o que demonstra também um uso errado da força: a primeira fase de se proteger, sair da linha de ataque e a harmonização pode ser feita muito rápida, porém a partir do momento do desequilíbrio, quando acontece o momento mais frágil do uke, a técnica deve ser executada com muito cuidado. O uke coloca seu corpo a disposição e deve ser respeitado. É proibido então de começar devagar e acelerar durante o processo, já que a aceleração prova que o nage usa sua força ao invés de usar a do ataque.
Comparamos agora detalhadamente a aplicação de um shihonage com um ataque gyaku hammi. Neste exemplo quero demonstrar também a segunda questão inicial, a da localização da força. Para ser mais claro usarei dois extremos, um típico faixa branca e a forma ensinada por Sensei Gabriel, que aprendeu este formato de shihonage com Takeshi Kanazawa Sensei do Hombu Dojo.
Fases |
Faixa branca |
Sensei Gabriel |
Preparação |
Olhar fixo na mão do atacante;Braços tencionados; |
Percepção geral do atacante;Braços relaxados; |
Pegada gyaku hammi |
Opõe-se ao vetor de energia; |
Recebe a pegada movendo o corpo com o braço na mesma direção do ataque; |
Desvio |
Puxa com força para o lado e para baixo;Põe o polegar por cima do pulso do atacante; |
Com o braço na mesma posição forma um U com o movimento do corpo, primeiro recebendo a energia, depois a desviando e em seguida devolvendo-a; |
Aplicação |
Sobe com força os braços (já que acabou de puxar para baixo) agarrando o pulso com duas mãos abrindo ainda os cotovelos; |
Na posição exata de ombro com ombro, deixa a mão que foi segurada vir até a testa, com os cotovelos juntos como se tivesse segurando uma espada e a outra mão só de segurança, caso o atacante solte a pegada; |
Finalização |
Gira em desequilíbrio, com os braços tensos e fora do eixo, recua e puxa o atacante para baixo e para frente tendo que usar toda força nos braços. |
Gira equilibrado no eixo terminando novamente ombro com ombro e sem tencionar os braços, em seguida solta o peso do corpo no giro do quadril levando o atacante ao chão usando praticamente só a força da gravidade. |
No exemplo acima podemos observar que o Sensei Gabriel quase não usa força nos braços, a técnica é executada na maior parte pelos movimentos do corpo com as mãos e braços sempre o mais relaxado possível e sempre na frente do corpo.
Eu entendo então que o Aikido é melhor:
- quanto menos força é usada em geral;
- quanto menos força é usada nos braços e nas mãos;
- quanto mais a força é usada vindo do centro do corpo.
A grande dificuldade é de não interromper a energia do atacante. Ele cai com a mesma intensidade com que ele atacou, sem que o nage precise acrescentar a força dele. Ao contrário, quanto mais forte o ataque, menos força o nage usa.
Tendemos a querer resolver tudo com nossas mãos e braços e esquecemos a força do nosso corpo. Mas porque Aikido funciona também para mulheres? Treinei na Alemanha com a colega de Max, a senhora Ulrike, magra e baixa, porém com 10 anos a mais de Aikido que Max. Ataquei, a pedido, com toda minha força e fui derrubado sem esforço da parte dela. Como? Usando os princípios básicos do Aikido!
Lembro-me também de um faixa colorida me atacando e depois reclamando que caiu muito forte. O que ele não tinha entendido, é que foi o ataque dele que definiu a força da queda. Ele se surpreendeu porque não estava acostumado a treinar com o entendimento dos princípios.
Um motivo comum disso é uma inversão dos papéis durante a execução da técnica. O ataque é parado e o nage se transforma em agressor através da tentativa de aplicar alguma técnica. É de extrema importância entender que a partir do momento que a energia do ataque é interrompida, não há mais Aikido!!!
São as palavras do Max: aplicando uma técnica de Aikido não transforma você em Aikidoista, somente o uso dos princípios o faz. Ser Aikidoista significa então entender os princípios e treinar este entendimento, muito mais do que saber uma técnica.
Para finalizar quero acrescentar mais um pensamento nesta linha de raciocínio. De acordo com o supracitado devemos trazer a força na aplicação da técnica para o centro do nosso corpo. Sendo assim, como fica a comparação entre uma aplicação em uma pequena articulação com um desequilíbrio do corpo todo?
Exemplificamos com um Kote gaeshi. A finalização pela pequena articulação é pela dor que o atacante sente quando seu dedo indicador é empurrado contra o pulso. O ataque já foi parado, o nage agressor domina o atacante pela dor na articulação do dedo indicador e o atacante (que já não é mais, agora é apenas vítima) é obrigado a se deitar no chão. Precisamos entender que a dor acontece quando não tem para onde a força do ataque escapar (aqui já me refiro ao nage agressor).
Na técnica Kote gaeshi ensinada pelo Sensei Gabriel (1. tração, 2. mão fora do ombro e 3. giro do quadril), a pouca força usada passa da articulação do dedo, para o pulso, daí para o cotovelo e para o ombro e finalmente causando um desequilíbrio completo do corpo, sem infringir dor. O ataque foi desviado, o nage se preservou e preservou o atacante.
Desta forma os princípios do Aikido são preservados e podemos pensar em um mundo melhor.
(Revisão de Sensei Gabriel Lopes)
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*Frank Düesberg é aluno da Academia Central de Aikidô de Natal .
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www.impressione.wordpress.com
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03/02/2014
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Em meus primeiros contatos com o Aikido, principalmente através dos filmes de Steven Seagal, a técnica que mais me chamava atenção era o irimi nage (a qual só soube a denominação muitos anos depois). A maneira como o braço ia de encontro ao pescoço do oponente, a forma de projeção ao chão, a aparente efetividade marcial, eram pontos que me encantavam nesta técnica e me entusiasmavam a aprendê-la.
Muitos anos depois, quando iniciei meus estudos como aluno na Academia Central de Natal, ainda me entusiasmava pela questão “incisiva” da técnica. Agora também animado não apenas pela sua aplicação, como também pela graça na forma de recebê-la, quando os ukes caiam em yoko ukemi ou em variações de ushiro hanten.
Firmeza, força, forma, poderio de efetividade, coisas deste tipo me atraiam na técnica. Eu nem imaginava como a minha visão estava mais do que limitada. Ela estava completamente errada, sobre o irimi nage. Eu não sabia nada sobre a técnica e quanto mais me voltava a estes aspectos, mais me impossibilitava de aprendê-la de verdade.
Após alguns anos de treino, modificando minha visão não apenas sobre o Aikido, mas também sobre diversos aspectos da vida, comecei a ter uma pequena compreensão sobre a realidade desta técnica. Estudos e formas de ver a técnica de maneira mais branda, conduzindo o uke e não contundindo o mesmo, me levaram a começar a ver que a harmonia do Aikido é muito mais interessante de ser aplicada, do que a simples intenção de ser incisivo e “forte”.
Se na prática do Aikido sempre buscamos nos harmonizar com o universo e, obviamente, com o uke, o emprego das técnicas de forma contundente está totalmente em desacordo com a filosofia da arte. A aproximação do uke, seja com um atemi waza, seja com um katame waza, não necessariamente precisa ser entendido como uma tentativa de agressão, mas como um ponto de vista diferente do seu.
Em vários momentos da minha vida, não apenas na prática das artes marciais, mas também na vida profissional e pessoal, eu compreendi que conflitos, principalmente de opiniões, podem ser resolvidos quando ambas as partes estão dispostas a olhar pelo ponto de vista do outro, a compreender o ponto de vista do outro, para que então possa apresentar o seu ponto de vista. É lógico que como alguém que está ainda iniciando seu estudo no Aikido, eu teria grandes dificuldades para compreender, sozinho, esta questão aplicada às técnicas isoladas.
Estudando o irimi nage nos treinos mais recentes, tendo a técnica sido apresentada de uma maneira um pouco diferenciada, sem interferir no braço do uke que se aproxima, buscando um posicionamento não apenas nas costas do uke, mas também olhar para a onde ele está olhando, para que só então eu possa completar o movimento conduzindo ele a olhar para onde eu estava olhando. Começo a compreender que ele nada mais é do que, olhar o conflito sob a ótica de quem me confronta e mostrar a ele o meu ponto de vista, para que só então possamos chegar a um entendimento.
Ao olhar na direção que o uke está olhando, somos capazes de enxergar e até mesmo compreender o seu ponto de vista. Mas a boa resolução de um conflito passa pelo ponto em que ambas as partes compreendam o ponto de vista do outro. Ainda falta que o uke compreenda o seu ponto de vista e cabe ao nage apresentar este ponto, conduzir o uke a enxergá-lo. Mas esta condução não precisa ser violenta, ou contundente, ela pode ser feita de maneira harmônica, suave e, até mesmo, gentil. Lembrando palavras de O Sensei:
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Assim que a
Cobra Demônio
Ataca
Eu já estou atrás dela
Guiando-a com amor
(Ensinamentos secretos de Aikido, 2010)
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Vejo como uma referência exata ao conceito aplicado aqui. Mas que não pode ser limitado apenas ao irimi nage, muito menos ao Aikido, existe a necessidade de observarmos muito mais do nosso dia-a-dia sob essa maneira de resolver casos conflituosos. Outras técnicas, outras artes, outras situações. Nem sempre será possível aplicá-la de forma tão direta como posta aqui, mas a intenção, a maneira de enxergar a situação, essa sim poderá ser sempre aplicada.
É interessante como uma técnica que é repetida com grande frequência, quando praticada de um modo diferente, pode nos mostrar que o conhecimento sempre esteve presente e claro, nós apenas não estávamos prestando a devida atenção a ele. Em estudos mais abrangentes, encontrei algumas referências que podem ser analisadas sob esta mesma intenção.
Richard Moon, em seu livro Aikido em três lições simples (2006), fala sobre duas questões que se mostram bem aplicadas ao assunto que se trata aqui. Ao tratar sobre o item Fora da linha de choque ele diz: Fique fora da linha de choque. Não deixe que a interação com outra pessoa se torne uma questão pessoal. Opte por aceitá-la e compreender seu significado como uma expressão do modo como ela se sente. Se não tomar a reação do outro como uma afronta, você ficará livre para iniciar um diálogo genuíno. Que ainda pode ser completado pelo que é dito logo após em O poder do questionamento: Não se oponha aos seus sentimentos ou aos sentimentos das outras pessoas. Investigue as origens desses sentimentos e procure por uma mensagem, um senso de orientação.
Assim como essas citações, encontramos várias outras que refletem a intenção da boa resolução de conflitos. De Sun Tzu à Confúcio, de textos sobre Aikido à textos sobre Karate. A orientação sempre esteve presente, mas muitas vezes precisamos de uma aplicação prática, uma técnica, por exemplo, para que a compreensão aconteça de maneira real. Para que possamos identificar que o sentido daquelas palavras pode ser aplicado em nossa vida.
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*Marcio Henrique é arquiteto, professor universitário e Shodan (faixa-preta 1º Dan) formado pela Academia Central de Aikidô de Natal.
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Colaboração:
http://www.aikidorn.com.br
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30/10/2013
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AWASE
O conceito de “unir-se” com seu oponente no aikido é frequentemente usado quando os professores descrevem a mecânica de uma técnica. O que geralmente se quer dizer com isso é que o movimento deve ser coordenado para coincidir com a velocidade e a direção do ataque do uke. Após isso ter sido alcançado, como a ideia prossegue, o nage coloca o uke em uma posição desequilibrada e executa o arremesso.
Na verdade, essa é uma explicação muito superficial do conceito da união como era vista pelo Fundador. A razão é que, neste cenário, é o uke quem controla o tempo e a direção do ataque enquanto o nage “reage” em uma tentativa de se unir ou se igualar aos movimentos do uke. Contra um oponente hábil e capaz de movimentos muito rápidos, simplesmente não há tempo suficiente para responder desta maneira.
Em um nível bem mais alto, o nage toma a iniciativa forçando o uke a reagir à “direção” psíquica indicada pelo nage. O uke não consegue coordenar um ataque significativo contra a pressão psicológica aplicada pelo nage. Exemplos desta estratégia aqui descrita pode ser uma postura natural acompanhada por uma sutil mudança do corpo, metsuke ou contato visual, ou a alteração do ritmo da respiração, para listar algumas poucas possibilidades. Sob tais condições, o uke deve lidar com um campo de energia que se altera e mudar seu ataque para compensar.
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KIAI
O kiai é um “grito de combate” usado para interromper ou neutralizar o ataque de um oponente. O uso desta poderosa técnica de vocalização corresponde à exalação de ar e concentra o corpo e o espírito do nage em um ponto específico. O resultado final de um kiai bem executado é a interrupção do fluxo do ki do uke e a inutilização de seu ataque. Frequentemente o movimento do uke será congelado por um breve instante, dando ao nage uma excelente oportunidade para aplicar uma técnica.
O-Sensei frequentemente usava o kiai como um instrumento para controlar seu uke. Ele o usava com maior frequência ao fazer demonstrações com a espada. Ironicamente, o uso que o Fundador fazia desta técnica era tão eficiente que os ataques de seus uke costumavam parecer fracos, porque eles eram interrompidos por seu kiai bem sincronizado.
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ATEMI
O Fundador podia ser visto aplicando atemi ou “golpes antecipados” até o fim de sua vida. Mas, atualmente, o atemi caiu em desuso no aikido. Acredito que isso se deve à falta de compreensão quanto ao seu propósito. O atemi é uma ação usada para antecipar a intenção agressiva do uke através de uma manobra de distração na forma de um golpe. O uso do atemi não é para o propósito de ferir ou “enfraquecer” o uke antes de se efetuar uma técnica. Seu papel é semelhante ao do kiai, pois ele interrompe a concentração do uke.
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04/09/2013
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No Aikido estilo Aikikai não há combates, só aplicações de técnicas em katas e no Ju-waza.
A execução das técnicas, tanto numa quanto noutra realidade dentro do Dojo, dá-se a partir de um estado mínimo de colaboração do uke para com o nage ou tori, esse estado de espírito ou de colaboração pode denominar-se como ki-no-nagare.
Ele deve possuir uma dosagem mínima, a ponto de não vir a causar uma descaracterização da técnica aplicada, como também não impedir a sua realização.
Não é concebível, dentro do ambiente de treino, uma postura rígida que venha a dificultar a realização de uma técnica, posto que não há nenhuma forma de combate no Aikido Aikikai, e tal atitude demonstra, quando não desconhecimento dos princípios básicos da arte, um gesto de descortesia do uke para com o nage.
O Aikido é herdeiro, assim como o Judô, das tradições samurai, a partir dos diversos estilos de Jujutsu, arte desenvolvida pelos samurais e utilizada em campos de batalha, em situações de vida e morte. Tem-se notícia de que uma das antigas escolas de Jujutsu, ainda hoje ativa no Japão, é a Takenouchi, criada pelo samurai Takenouchi Hisamori, em 1532, e que antes da existência do Jujutusu já havia outras formas de combate semelhantes, como Yawara e Kogusoku, entre elas.
Quando o Jujutsu tornou-se uma forma de combate aplicado ao modo de vida urbano, à vida civil, na segunda metade do século XIX, alguns de seus praticantes inconformados com o declínio do poder samurai e ainda muito apegados ao passado recente não acreditavam apenas no treino e pugnavam pelo teste real da efetividade das técnicas, provocando desordens das mais variadas na sociedade japonesa da época, entre elas desafios na rua com outros Dojos.
Era uma crença entre esses praticantes que a única maneira de testar a efetividade de uma técnica era o combate real, descrendo dos treinos realizados nas academias de então. Ainda podemos encontrar traços desse comportamento na história recente das artes marciais, mais ou menos acentuados.
Pode-se valer, por analogia, para o exame do assunto, o exemplo do Judô, que é, em um de seus aspectos, sem que não o único como muitos crêem, a existência do combate com ou sem árbitro, respectivamente, shiai e handori.
Nos treinos de técnicas, entre eles há o uchi-komi, que se constitui em repetição de técnicas tanto pelo lado direito ou esquerdo, e ele pode ser realizado parado ou em movimentação nas mais variadas direções.
No treino de uchi komi, há um uke e um tori. O uke não resiste à movimentação feita pelo tori ou nage, da mesma forma que não dificulta os seus movimentos, também não os facilita em demasia, descaracterizando uma movimentação pretendida, como também não lhe opõe resistência, pois esta só acontece no momento do handori ou do shiai.
Há também no Judô o treino de henraku-henka-waza e henzoku-henka-waza, combinações de técnicas, em que o nage inicia uma técnica e, a depender da combinação usada, pode haver uma discreta resistência do uke, que faz mesmo parte do treino, estando prevista, integrando a movimentação, mas ainda assim ela não é tão real quanto acontece em combate efetivo.
Desta forma, compreende-se que é descabível, por completo, haver resistência do uke ao que pretende realizar o tori, dentro do ambiente do Aikido Aikikai, postura totalmente equivocada, quando não deseducada ou desrespeitosa para com o parceiro de treino, uma vez que o espírito que norteia é o de cooperação, não havendo motivo para testar-se a técnica do outro, que não é um oponente, um adversário.
Assumir tal postura demonstra desconhecimento dos princípios elementares e quando parte de um menos graduado para o mais graduado é desrespeito, que pode ser relevado se parte de um iniciante, ainda não informado sobre o assunto, e se parte de um mais graduado para um menos graduado, ainda que ostente o título de Yundansha, demonstra que a sua preocupação é com a técnica (Jutsu) e não com o Do (caminho), e ainda se encontra imbuído do mesmo espírito que havia do século XIX para trás na história do Jujutsu.
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Marcos José do Nascimento – Servidor Público Federal e faixa-preta em Judô pela Higashi e de Aikidô pela Academia Central de Aikidô de Natal.
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21/06/2013
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Todo principiante de Aikidô aparece motivado por alguma razão em particular, e um conjunto de objetivos. Entre os mais comuns estão os de autodefesa, desenvolver a forma física, ou travar relacionamentos. Com o passar do tempo os objetivos vão mudando e a pessoa vai percebendo que o Aikidô está provocando transformações em sua vida. Considerando que o Aikidô, assim como outras artes marciais de um modo geral ensinam técnicas capazes de machucar e mesmo matar um adversário, todas têm que ser praticadas com seriedade e atenção a detalhes por força dos riscos naturais, inerentes à atividade.
Treinar assim, respeitando a concentração, vai-se alcançando passo a passo o aperfeiçoamento do que pode ser descrito como um “espírito de marcialidade“. O termo marcial é aqui empregado no mesmo sentido em que o Fundador do Aikidô usava a palavra japonesa “bu“, normalmente traduzida por “arte marcial” (de guerra).
“Bu” comporta duas interpretações distintas: primeiro serve para distinguir um sistema que engloba técnicas de lutas de origem clássica dirigidas originariamente para o ensino de auto defesa. E “Bu” acaba abrangendo o conceito de uma atividade ou prática destinada a conduzir o indivíduo através de um caminho de crescimento espiritual.
QUANDO O TREINAMENTO OBJETIVA A LUTA EM SI
O elemento marcial – ou “bu” é um componente tão vital do treinamento de Aikidô que removê-lo totalmente significaria reduzir a arte a um conjunto de meros exercícios visando saúde física. Acaba ficando implícita uma consciência de existência de perigos inerentes que acaba produzindo uma ultrassensibilidade ao pensamento. Eis a seguir alguns comportamentos que auxiliam no desenvolvimento desse espírito de marcialidade.
A ETIQUETA
A etiqueta é um dos pilares do comportamento adequado a um dojô. É comum menosprezarem a importância das formalidades adotadas em um dojô. Os padrões observados antes, durante e após os treinos têm o objetivo de gerar um ambiente em que técnicas perigosas possam ser praticadas com segurança.
A etiqueta também possui grande significado fora do dojô, servindo como um lubrificante nas relações interpessoais. Pessoas bem educadas raramente fazem inimigos, e desenvolvem um caráter adequado à prática de artes marciais.
O PAPEL DO UKE
O Uke é aquele que simula o ataque e vai sofrer o movimento do Aikidô. O treino de Aikidô consiste no revezamento entre os parceiros: enquanto um simula o ataque (Uke) o outro (o Nague, ou Tori – Hitori) aplica a técnica de Aikidô.
No Aikidô a técnica a ser aplicada é sempre de prévio conhecimento de ambos, o que garante um treino seguro. De forma que também é importante que o Uke esboce o ataque de forma clara, sincera e segura, sem antecipar a reação do Nague baseados nesse conhecimento prévio. O Nague precisa de um ataque sincero a fim de absorver os conhecimentos de equilíbrio, coordenação motora e o fluxo da energia.
A atitude marcial adotada pelo Uke vai protegê-lo de ferimentos e promover seu próprio progresso e o do companheiro. O Uke será também recompensado por seus esforços adquirindo flexibilidade e condicionamento físico através das quedas – uma experiência perturbadora quando não perigosa para a maioria das pessoas.
O PAPEL DO NAGUE
Conforme descrito acima, conhecendo a natureza do ataque, o Nague pode se concentrar em sua postura, no distanciamento e no desequilíbrio a que irá submeter o Uke. O stress emocional, que normalmente existe em confrontos da vida real, passa a estar ausente do contexto básico do treino.
O movimento inicial do Nague deve ser no sentido de desequilibrar o Uke, que não oferecerá resistência aos efeitos da força da gravidade, pois estará sem centro. Os benefícios da prática contínua, para o Nague, é que as técnicas do Aikidô vão se tornar uma sua segunda natureza. Seus instintos serão reestruturados para evitar ataques iminentes de forma a adotar as posturas harmoniosas que caracterizam as técnicas do Aikidô. Ele aprende a manter o equilíbrio físico e mental diante de ataques que normalmente seriam desorientadores para pessoas sem treino.
Enquanto o processo de aprendizado se desenvolve (conscientemente ou não) o Nague amplia seu nível de sensibilidade ao mover-se em seu ambiente. Torna-se capaz de perceber o que possa ser ou não algum tipo de ameaça. Essa atitude de alerta constante é um componente fundamental da arte marcial e destaca as pessoas com esse conhecimento.
IDENTIFICANDO O OBJETIVO DO TREINO
Praticantes de Aikidô devem regularmente passar em revista suas atividades normais e as circunstâncias a fim de estar sempre identificando e dando atenção a situações de perigo ou fraqueza. Um exemplo: aikidocas costumam ver pontos fracos em sua arte, quando a comparam com outras artes marciais. Consequentemente ele passa a se sentir tentado a discutir situações hipotéticas com relação às técnicas de Aikidô do tipo “e se….?“
Na verdade não se treina Aikidô para se descobrir capaz de enfrentar o campeão mundial de karatê, ou de boxe ou de luta livre. A partir do momento em que eu canalizo minhas energias para esse tipo de pensamento, como se esse fosse o meu objetivo em treinar Aikidô, como poderei eu estar preparado para todo e qualquer outro tipo de ameaça ou ataque a que a gente se sente exposto o tempo todo durante o dia-a-dia, durante a vida? Pensar assim só é bom para discussões acadêmicas. Não há como hierarquizar as artes em termos de eficácia nem como ficar especulando sobre a relatividade de seus métodos. Quem pensa assim é melhor que nem comece a treinar Aikidô. A abordagem do Aikidô não é por esse lado.
O objetivo do Aikidô é proteger a vida, a saúde, a integridade física, a liberdade, a propriedade, e não para derrotar o semelhante como num torneio. Vamos supor que a gente se depare com algum ataque aleatório. A gente pode ser surpreendido caminhando pela rua, dirigindo o carro, e mesmo dentro de casa. No mundo real, assaltantes geralmente portam armas de fogo, facas e vêm acompanhados de comparsas. O elemento surpresa geralmente é o que dá sucesso a esse tipo de ataque aleatório. Não se trata de avaliar a qualidade, a sofisticação do ataque, mas sim o fato de que a vítima quase sempre é apanhada desprevenida, com a guarda baixa, no que vai resultar em sua derrota, ou morte. Aqui é quando se deve dar ênfase muito mais ao preparo psicológico do que ao conhecimento de qualquer técnica específica de defesa.
Temos que desenvolver um constante estado de alerta a fim de responder imediata e instintivamente a ameaças inesperadas. Temos que nos tornar saudáveis, flexíveis e bem preparados para nos adaptar rapidamente a qualquer mudança de situação.
POR QUE O AIKIDÔ?
Essa pergunta traz à mente uma dúvida razoável. Por que estudar Aikidô e não qualquer outra coisa que traga um resultado mais imediato em caso de violência urbana, como treinamento com armas e técnicas de brigas de rua?
Dependendo de cada um, talvez seja mesmo o caso de se praticar outras disciplinas. Nesse sentido há fortes argumentos quanto aos benefícios de se saber várias coisas ao mesmo tempo. Aqui é que entra o segundo componente da proposta inicial, mencionada acima, relativamente ao “bu“. Acontece que o Aikidô é também, e mais ainda, um caminho para o desenvolvimento espiritual da pessoa. Ele contém um imperativo moral de cultivo e respeito por todo ser vivo. O Aikidô propõe uma visão idealista de um mundo vivendo em harmonia e as técnicas da arte tornam essa visão abstrata em algo físico, concreto, tangível. Mais que qualquer outro princípio, as técnicas de Aikidô se baseiam no princípio da não resistência, conforme o ensinamento do fundador, Morihei Ueshiba, o que deve estar sempre presente na mente de todo praticante de Aikidô. O que não deixa de consistir em uma excelente fórmula de viver bem a vida em meio a esse mundo atemorizado pelo perigo e pela discórdia.
EPÍLOGO: TOMANDO DECISÕES EM TEMPOS DIFÍCEIS
A maioria dos desafios que enfrentamos no dia-a-dia não são os de embates físicos. A maioria dessas batalhas são de origem interior, são travadas num plano psicológico, posto que nossa vida consiste em uma luta constante e interminável contra problemas e incertezas. O espírito marcial cultivado durante anos de treinamento de Aikidô acaba se transformando em um acervo precioso, de valor incalculável nessas horas.
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Tradução:
Nereu Peplow – Fudoshin Dojo – Curitiba – www.aikidofudoshindojo.pro.br
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Escrito por IMPRESSÕES
07/05/2013
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Ínsita no ser humano, a agressividade provém, como uma herança atávica e gravada no seu inconsciente profundo, dos tempos mais primitivos da espécie humana, desde quando dela dependia para a sua sobrevivência e de sua espécie.
O dito homem civilizado que hoje vive nas grandes metrópoles dos mais diferentes continentes e países traz dentro de si esta herança, que pode despontar nos mais diferentes instantes e pelos mais diferentes motivos, alguns ostensivos, outros não, uns reais, outros imaginários, pois que o stress a que se submete nos dias de hoje, ainda que também uma herança do seu passado mais primitivo, é, em muitas ocasiões, fabricado pela sua mente.
Se no passado o homem mais primitivo, assim como os animais, somente se estressava diante de uma situação real, temo-nos hoje como criaturas que fabricamos, em diversas vezes, as nossas situações estressantes, sofrendo-lhes as diversas conseqüências, dentre elas as doenças psicossomáticas as mais diversas, despontando algumas tais como a hipertensão arterial e a gastrite.
Uma vez que esta agressividade está presente em nós e se não a direcionamos, de alguma forma, corremos o perigo de implodir tal qual um prédio que desaba sobre si mesmo, necessitamos, então, de canalizar, de alguma maneira, esta energia acumulada.
Neste aspecto, há diversas práticas que podem conduzir-nos um estado de maior equilíbrio físico e mental, acalmando-nos e poupando-nos de futuros achaques ou doenças.
O Aikido Aikikai, por envolver uma proposta de não competição, não agressividade, constitui-se em um desses caminhos, porque nele há um convite a uma harmonização entre o nage e o uke, ambos atuando a bem dos dois que se envolvem em uma movimentação técnica, enquanto um inicia a movimentação (uke) a partir de gestos corporais que reproduzem um ataque, embora não real, mas vivo, o outro (nage) conclui a movimentação, finalizando alguma técnica a partir da movimentação do seu parceiro de treino, que tanto pode ser um aprisionamento (katame ou gatame), quanto uma projeção (nage).
A colaboração mútua estabelece um espírito cooperativo e sem competição, pois que na prática não há vencedores, mas colaboradores. E de um gesto agressivo nasce uma dinâmica que propicia bem estar físico e mental aos praticantes, redirecionando a energia agressiva que todos possuímos, dando-lhe uma nova conotação, uma nova aplicação, ao mesmo tempo que meditando nos ensinamentos que as dinâmicas trazem, a par dos conhecimentos que são passados por Shihans (mestres) ou Senseis (professores) ou mesmo Kohais (alunos mais modernos com experiência de vida) estabelece-se uma direção, um roteiro de maior pacificação dentro de cada um, se assim pretender, se este for o móvel da procura real do praticante, porque, de outra maneira, também não importarão os muitos anos de treino sem a busca de uma internalização do universo de conhecimento e experiência que subjaz no ambiente do Dojo.
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*Marcos José do Nascimento – Servido Público Federal – Faixa-Preta de Judô e Aikidô – Aluno da Academia Central de Aikidô de Natal e da Judô Higashi
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Escrito por IMPRESSÕES
04/03/2013
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O texto que segue foi enviado pelo aikidoca Frank Düesberg. Frank é aluno da Academia Central de Aikidô de Natal .
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Existe uma tendência muito forte de valorizar a aplicação da técnica. Entende-se neste sentido como técnica uma sequência de movimentos padronizados. Para conseguir executar os mesmos, requer-se um esforço, principalmente dos braços, para levar o corpo do uke de acordo com a exigência da técnica. Sendo assim, eu questiono se ainda se trata de Aikido no sentido como eu o compreendo, porque a partir do momento que o nage usa sua força, além do necessário para desviar o ataque, ele mesmo se transforma em agressor e o uke em vítima. O critério vital para discernir um do outro é exatamente a quantidade de força que o nage aplica. Um dos pontos chaves para mim para saber da qualidade de um nage é o uso minimizado de força.
Nessa perspectiva o ataque do uke ganha outra dimensão quase totalmente ignorado devido ao papel dominador da aplicação padronizada dos movimentos. Quais são os erros mais comuns nos ataques? Aqui cabe uma comparação com a vida na nossa sociedade. As pessoas que encontramos no dia-a-dia não vêm com intenções claras, diretas e sem reservas. A falta de honestidade é prática comum, as pessoas não são como querem ser vistos. São cheios de subterfúgios, maliciosos, e em qualquer mudança das circunstâncias imediatamente mudam de atitude de acordo com seus interesses.
No ataque do uke isto significa que ele não é efetuado com 100% de intenção direcionada, o que pode ser observado nos ataques mais comuns pelos seguintes critérios:
– no quadril recuado e no tronco inclinado para frente;
– no peso do corpo nas duas pernas ou até na perna de trás;
– no braço retesado na hora do arremesso nos golpes;
– na falta de direcionar a intenção para o centro do nage no caso das pegadas;
– na pouca precisão do local pretendido do ataque e
– na reação antecipada sabendo a técnica a ser aplicada.
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Para um bom ataque então, o uke precisa:
– definir antes do início do ataque o local preciso que quer atingir e manter este objetivo o máximo de tempo possível;
– arremessar o braço nos golpes para conseguir o máximo de potência;
– soltar a musculatura do braço nos golpes após alcançar o local pretendido do ataque;
– manter uma pressão contínua para o centro do corpo do nage nas pegadas;
– colocar o peso do corpo na perna da frente mantendo o quadril e tronco alinhado;
– evitar a antecipação da técnica;
– manter o ataque numa velocidade adequada até o final do movimento;
– após o término do ataque ficar numa posição equilibrada;
– não cair sozinho;
– evitar a antecipação do movimento do nage.
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20/02/2013
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A importância de uma sólida compreensão das técnicas básicas não pode ser deixada de lado. Muitas escolas de Aikidô ensinam principalmente Ki no Nagare, ou seja, técnicas com fluidez de Ki. Neste tipo de treinamento, as técnicas são executadas a partir de um movimento inicial dispensando totalmente a prática básica onde você permite ser agarrado firmemente. Este tipo de prática pré-arranjada é bem sucedida somente quando ambos os parceiros cooperam completamente. Problemas ocorrem, no entanto, quando estudantes acostumados somente com este tipo de treinamento são confrontados com um oponente forte e não cooperativo. Treinando-se somente Ki no Nagare fica-se totalmente despreparado para a força e ferocidade de um ataque real. Os ataques fracos e não diretos realizados neste tipo de treinamento são comuns no moderno Aikidô, no entanto este modo de treinamento é totalmente contrário aos princípios marciais ensinados pelo fundador.
Aqueles que praticam as técnicas básicas, opostamente àqueles que treinam exclusivamente as técnicas em Ki no Nagare, aprendem como lidar progressivamente com ataques fortes. A fim de realizar isto, você deve estar certo de que quando estiver agarrando seu parceiro de treinamento, esteja fazendo-o firmemente e com uma real intenção. Se seu parceiro é incapaz de mover-se, então diminua a força de seu ataque até que ele ou ela seja capaz de executar uma técnica apropriada. Sempre regule a intensidade de seu ataque ao nível de seu parceiro.
No treinamento básico, todas as técnicas começam a partir de um Hanmi, ou postura preparatória. O Hanmi no Aikidô é uma postura triangular com o pé da frente voltado para frente e o pé de trás perpendicular ao frontal e voltado para o lado. A capacidade de mudar de posição rapidamente mantendo-se estável e girando os quadris completamente, depende de um apropriado Hanmi. As duas posições mais comuns são: Gyaku Hanmi (posição invertida) e Ai Hanmi (posição igual). Em Gyaku Hanmi você e seu parceiro têm os pés opostos à frente, enquanto que em Ai Hanmi ambos têm o mesmo pé a frente. Esta distinção é muito importante e, na maioria das vezes, o sucesso na execução das técnicas do Aikidô dependerá de iniciá-las no Hanmi apropriado.
Uma deficiência comum no treinamento de hoje é a falta da prática dos Atemi, ou ataques em pontos vitais. Os Atemi são usados para enfraquecer ou neutralizar um ataque do oponente para criar-se assim uma situação favorável na qual se pode executar uma técnica. Em muitas situações é virtualmente impossível desequilibrar um oponente forte, suficientemente para aplicar uma técnica sem recorrer-se ao Atemi. Aqueles que afirmam que o uso de tais ataques (executados com o intuito de tirar atenção do oponente do objetivo principal da técnica) é muito violento ou “não é Aikidô” ignoram os conceitos do Aikidô ensinados pelo fundador que dava grande ênfase sobre a necessidade de tais movimentos durante o treinamento. Os Atemi são uma parte essencial das técnicas básicas e também avançadas, e não devem ser omitidos de sua prática.
O fundador sempre iniciava as sessões práticas com os exercícios de Tai no Henko e Morote Tori Kokyo Ho. Ele terminava cada prática com o treinamento de Suwari Waza Kokyu Ho. Os exercícios de Tai no Henko constituem a base dos movimentos Ura, ou movimentos girando, e os dois Kokyu Ho, ou métodos de respirar, ensinam como respirar corretamente, a coordenação apropriada do corpo e como estender o Ki intensamente.
No treinamento do Aikidô nós abrimos nossos dedos para estender o Ki através dos braços. Abrir os dedos é uma forma de aprender as técnicas básicas, um treinamento que permitirá a você executá-las sem usar qualquer força. Abrindo os dedos quando seu pulso é subitamente agarrado torna-o mais grosso, e dá a você uma vantagem. Para aqueles aprendendo defesa pessoal é dito para abrirem seus dedos quando agarrados porque o braço torna-se difícil de segurar.
O Ki é algo adquirido naturalmente através da correta prática dos fundamentos básicos. Se você se preocupar de mais com o Ki, você será incapaz de mover-se. O Ki se manifestará por si mesmo naturalmente se você estiver treinando corretamente. Uma vez que você tenha desenvolvido o Ki, este fluirá livremente através de suas mãos mesmo quando seus dedos estiverem relaxados.
O fundador considerava as técnicas de Ikkyo até Sankyo como sendo movimentos preparatórios ao Aikidô. No Ikkyo você treina seu corpo; no Nikyo você “dobra” seu pulso para dentro estimulando e fortalecendo as juntas; no Sankyo você move seu pulso para fora na direção oposta. Através da prática destas técnicas, você desenvolve um corpo capaz de derrotar um inimigo com um único golpe. Estas técnicas básicas são sua preparação, e o treinamento nas técnicas do Aikidô começa através delas.
Outra parte essencial do treinamento dos fundamentos do Aikidô é o domínio da entrada e dos movimentos de giro. Se você decide avançar, você deve avançar totalmente. Se você decide girar para trás deve fazê-lo completamente. É difícil avançar depois de desviar um golpe, a menos que você possua uma vantagem em força. Portanto, gire sempre que necessário, como quando estiver em uma situação onde você seja incapaz de bloquear. A prática de técnicas girando é também necessária para se aprender como mover-se livremente.
Recentemente, o Termo “Takemussu Aiki” tem sido usado bastante livremente, porém parece que poucas pessoas compreendem seu significado. Takemussu Aiki refere-se a um estado onde técnicas nascem infinitamente como resultado do estudo dos princípios do Aikidô.
No treinamento do Aikidô – que inclui técnicas de mãos vazias, Aiki Ken e Jô – é importante fazer claras distinções. Estas incluem as distinções entre Ikkyo e Nikyo, Omote e Ura, técnicas básicas e Ki no Nagare, e técnicas aplicadas (Oyowaza). Em uma recente viagem à Itália, experimentei executar tantas técnicas quanto podia. Concentrando-me apenas sobre as técnicas básicas, Ki no Nagare, variações e técnicas aplicadas, acabei por realizar mais de 4 centenas de técnicas, e estou certo de que o número teria subido para mais de 6 centenas caso tivesse incluído técnicas partindo da posição sentada, Hanmi Handachi (Atacante em pé, defensor sentado), e técnicas de contra-ataque.
Não importa quão esplendidamente as pessoas escrevam sobre Takemussu Aikidô, eles devem ser capazes de executar estas maravilhosas técnicas por si mesmas, se eles estão sendo considerados como professores. Se vocês continuarem a praticar assiduamente de acordo com o método tradicional, alcançarão o estágio onde serão capazes de executar um número infinito de técnicas desde as básicas até as mais avançadas.
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Tradução: Sensei Rubens Caruso Jr.
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01/12/2012
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Fui à praia pela manhã dar uma caminhada, alongar, e tomar um banho para tirar as mazelas e relaxar. Quando eu menos espero me pego pensando em Aikido após levar vários caldos das ondas. Estava relaxado, só entrando no mar sem foco e levando porrada das ondas quando involuntariamente usei um movimento de furar a onda e ir para trás dela. Nada demais a princípio, até que junto com esta veio uma segunda e me derrubou.
Eu comecei a refletir sobre isso, e me lembrei do treino de ontem que o Sensei usou espada, e nós desviávamos do golpe saindo da frente da espada avançando para as costas do atacante. Vi que o movimento de furar a onda seria o mesmo princípio, você anteciparia a quebra desta, indo para trás dela para sair do caminho do fluxo e a onda acertar o vazio. Nisso eu me pego trocando e trocando de base, girando, indo, voltando e percebi que estava me harmonizando com o mar. O mar empurrava, ao invés de travar ou ir contra o fluxo deixava ele me empurrar quando ele perdia força eu avançava, quando a maré me puxava eu ia e quando ela subia para quebrar eu passava por ela. Se ela me fazia girar não resistia e apenas trocava a base e continuava de frente para ele. Vi que dessa forma eu permanecia praticamente no mesmo lugar e sem gastar energia, ao contrário de quando se quer brigar com o mar e quando se vê a maré levou vários metros e você se cansou em vão. Achei essa “viagem” muito interessante e comecei a pensar como se eu fosse um Uke recebendo as técnicas.
Eu por estar iniciando ainda me pego me movimentando pouco por estar querendo olhar a técnica enquanto ela é aplicada em mim ao invés de estar sentindo o movimento e ver pra onde está indo o fluxo. Lembrei do Sensei em seus treinamentos sensoriais nos treinos de Aikido Funcional e então continuei me harmonizando com o mar só que dessa vez com os olhos fechados explorando audição, tato e noção de localização. Gira, avança, volta, vai, gira de novo… Depois de um tempo resolvi abrir os olhos e notei que o meu deslocamento do ponto inicial para onde eu parei quando abri os olhos foi equivalente ao que eu tinha tido com os olhos abertos. Saí um pouco da água, fiquei olhando o mar e pensando: “Cara, to ficando doido, Aikido e mar? Nada haver.” E então lembrei do último texto da nossa querida CrisB analisando a gentileza do Aikido em um jantar de Yakissoba e vi que os princípios são aplicados em todos os momentos de nosso dia a dia, só precisamos nos abrir para perceber. E essa percepção é que enriquece nossa arte, mas para que ela enriqueça precisa ser dividida para que sejam somadas novas percepções.
Se alguém testar, por favor, divida com todos as suas impressões. Obrigado a todos e grande abraço.
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*Fernando Antonio Avelino – É faixa-branca (6º Kyu) da Academia Central de Aikidô de Natal.
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16/08/2012
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Algumas mulheres e homens podem apresentar resistência às práticas repetitivas das posturas básicas, mas é uma preliminar necessária para aprender as técnicas. Aprender a distanciar-se corretamente (ma-ai) ao enfrentar um oponente pode ser inesperadamente difícil, tanto quanto realizar os movimentos de pés de uma maneira fluente e contínua. O cultivo do poder da respiração ou ki, originando-se no centro e estendendo-se através dos braços e mãos, pode, inicialmente, se constituir num problema para algumas mulheres. O domínio do ukemi, as quedas, mantendo-se sempre o próprio centro e o equilíbrio, tem que ser praticado muitas e muitas vezes. As dificuldades encontradas pelas iniciantes, incluindo confusão, transpiração, contusões ocasionais, não parece detê-las. Segundo elas, as dificuldades são mais um desafio do que um desencorajamento, e realmente intensificam a motivação para dominar o Aikidô.
Os homens fazem comentários semelhantes, mas parece que as mulheres têm mais resistência, paciência e vontade de continuar no caminho, e isso, provavelmente está relacionado com os poderes criativos inconscientes que elas possuem. As mulheres que entram pelos portões do aikidô raramente abandonam o treinamento logo depois de terem começado. Pelo menos oito em cada dez continuam, e quando mais tempo e mais profundamente estudam mais elas se tornam encantadas com o aikidô. A razão disso não é sempre clara, mas uma ideia geral pode ser obtida dos comentários feitos em entrevistas em jornais e revistas, e em ensaios que aparecem de tempos em tempos nos artigos publicados pelo Hombu Dojô.
“Não podia nem mesmo dar uma cambalhota quando comecei o aikidô, então quando pela primeira vez caí rolando para frente, senti como se tivesse ganho meu dia.” “Em seis meses, meu corpo se tornou tão leve como uma bola, quando era arremessada. Acho que o aikidô me tornou mais forte como pessoa, e apesar de não pensar particularmente sobre o budô, acredito que estou aprendendo a apreciá-lo.” “Devido à prática constante do seiza, minha postura realmente melhorou. Meus professores de cerimônia de chá e de arranjos florais frequentemente mencionam o fato, e o de dança japonesa diz que meu movimento de pés e postura tornaram-se muito bons.” “Quando praticava judô, sempre sentia um complexo de inferioridade por causa dos homens, que eram mais fortes, e não gostava de algumas técnicas de chão. Com o aikidô, como a meta não é a exibição de mera força, e nenhuma das técnicas é ofensiva, eu realmente gosto dele.” “Agrada-me muito ser uke, porque quando sou arremessada, todo meu orgulho e vaidade desaparecem.” ” É quando sou capaz de tornar-me eu mesma através da prática, penso mesmo o aikidô é algo como Zen, um Zen dinâmico. ” “Uma das razões pelas quais continuo no dojô é sua atmosfera harmoniosa. Pratico com vários tipos de pessoas, e não há rivalidade, porque ninguém ganha ou perde. Isso afetou minha própria atitude em relação aos outros. Tento trabalhar com eles ouvir mais cuidadosamente o que têm a dizer.” “À medida em que comecei a dominar o princípio do movimento esférico, minha habilidade em lidar com minhas tarefas diárias melhorou. Não perco mais meu tempo, e o meu mundo tornou-se mais rico e completo. O aikidô é uma parte necessária da minha vida. Agora não poderia mais viver sem ele.”
Comentários como esses vêm de professoras, funcionárias públicas, donas-de-casa, estudantes, médicas, secretárias e outras de várias idades e profissões. Apesar das diferenças, percebo um tema comum. Todas captaram mais ou menos a essência do aikidô, intuitiva e experimentalmente, e os seus comentários, diferindo daqueles feitos pelos homens, são mais estreitamente relacionados com a vida diária. Isso significa que ao passo que não há discriminação entre homens e mulheres no conteúdo e prática do aikidô, uma distinção natural aparece nas respostas a ele. Isso é bom para o aikidô porque quebra os estereótipos que as pessoas têm sobre artes marciais.
No aikidô, a individualidade de cada pessoa é respeitada, e a força de cada indivíduo é desenvolvida e alimentada. Enquanto o treino e a filosofia do aikidô têm aplicação universal, cada reação, seja de homem ou mulher, depende do indivíduo. O Aikidô não é masculino nem feminino, nem deveria haver qualquer pressuposição sobre como homens ou mulheres devem atuar ou desempenhar no aikidô.
Um outro fenômeno recente no aikidô é o aumento no número de famílias que se tornam envolvidas na prática, como foi mencionado anteriormente. Muitos pais estimulam seus filhos a se dedicarem ao aikidô. Então na medida em que visitam regularmente o dojô, eles próprios se interessam e começam a praticar. Isso é especialmente verdadeiro em relação aos pais e avós que já haviam treinado aikidô na sua juventude e agora estão incentivando seus filhos e netos. Um impressionante número de mães que trazem seus filhos para praticar aikidô também se torna praticante regular.
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Trecho do livro “O Espírito do Aikido”.
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19/06/2012
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Tenho me referido em artigos recentes a respeito de nossas estimativas do grau de crescimento do Aikidô tanto no Japão quanto no exterior. Apesar de que nossas projeções relativas ao número de praticantes sejam inferiores a diversas estimativas oficiais, eu acredito que elas tampouco representem sólidas evidências da penetração do Aikidô nas maiores culturas mundiais. Com isso em mente, tenho alguns pensamentos sobre a forma de como o Aikidô é praticado em muitas escolas hoje em dia e suas implicações no desenvolvimento da arte no longo prazo.
O Aikidô é frequentemente referenciado como um esporte em conversas com não praticantes. Quando isso acontece por vezes nós nos opomos ao termo “esporte” e esclarecemos que o Aikidô é na verdade uma “arte marcial”. Mas se olharmos cuidadosamente perceberemos que as pessoas normalmente usam o termo “esporte” num significado mais livre da palavra, e na verdade o que querem realmente dizer é alguma coisa relacionada a passatempo ou atividade de lazer ao invés de uma atividade de competição. Se pararmos e refletirmos por um instante, muitos do que estão engajados na prática do Aikidô hoje em dia realmente a tratam-no como um passatempo, hobby ou uma forma de exercício.
Como essa atitude se expressa no treino? Uma ideia que imediatamente vem à mente é essa da forma como o Aikidô é praticado em muitos dojôs, o movimento do uke nada mais é que uma caricatura de um ataque. Isso se deve à ênfase na execução da técnica em oposição ao ensino básico de como executar ataque sincero e controlado. Ataques fracos e sem comprometimento são também a maior causa das críticas sobre o Aikidô por praticantes de artes marciais. Além de ser difícil ou mesmo impossível efetuar uma técnica adequadamente contra um ataque sem sinceridade, uma atitude de tamanho relaxamento contribui para o desenvolvimento de hábitos de treinamento frívolos e lânguidos da parte tanto do uke quanto do nage. Esses são, em troca, contraprodutivos ao desenvolvimento da força muscular e das juntas e do condicionamento geral necessário para a prática segura das poderosas técnicas do Aikidô. Eu acredito que a principal responsabilidade por essa forma casual da prática do Aikidô é dos instrutores que não foram capazes de captar a essência dos métodos e intenções do fundador ao criar a arte.
É necessário que as técnicas do aikidô sejam eficazes?
Ás vezes também é discutido que as técnicas do Aikidô seriam de uso limitado em uma situação real de luta, e mesmo que fossem, o quão eficazes seriam contra uma arma letal como uma pistola. A premissa implícita é que não seja tão importante assim, e que as técnicas que praticamos tenham uma aplicação marcial. Consequentemente, por extensão, dizem os defensores desse ponto de vista que não há nada de errado em praticar de uma forma relaxada e agradável.
A maior falha, na minha opinião, sobre essa forma de pensar, é que isso negligencia as consequências danosas de tais práticas em sucessivas gerações de Aikidocas. Se usarmos o Aikidô ensinado por Morihei Ueshiba, em seguida ao fim da guerra, como uma régua pela qual possamos medir a arte atual, nós já podemos concluir que muito menos técnicas são ensinadas hoje e que há pequena ênfase em áreas fundamentais como o atemi; o uso de armas; e a prática de grupos inteiros de técnicas como koshiwaza (técnicas utilizando o quadril) e hanmi handachi (uke em pé e nage ajoelhado) os quais eram parte do curriculum original da arte. Isso sem citar a quase total ignorância da fonte e conteúdo da mensagem espiritual do fundador. Se isso continuar por muito tempo, temo que no futuro o que seja passado com o nome de “Aikidô” em muitos dojôs se torne irreconhecível como tal.
O Aikidô tem uma rica herança como uma das mais importantes e dinâmicas expressões da longa tradição japonesa de artes marciais. Morihei Ueshiba, o fundador do Aikidô, injetou nas complexas e sofisticadas técnicas que aprendeu na sua juventude uma visão humanística das artes marciais como instrumentos de resolução pacífica dos conflitos. É essa mistura única de forma, ética e utilidade, a responsável pelo impacto do Aikidô nas gerações modernas. De uma certa forma, essa visão do fundador talvez tenha sido revolucionária demais. Parece ter sido demasiado esperar que o mundo fizesse o pulo conceitual considerável requerido para transformar as ferramentas da guerra em instrumentos da paz.
Visto sob essa luz, o estado atual do Aikidô como uma forma leve de exercício a ser buscado em um ambiente amistoso e relaxado, nada mais é que um sinal dos tempos em que vivemos onde o que é mais fácil e divertido atrai mais a atenção do que as atividades que rendem recompensas somente em consequência de um esforço aplicado em prolongados períodos de treino.
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Aiki News #86 (1990)
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18/02/2012
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O texto que segue é tradução feita pelo Blog Shoshin Sakuba (Aikidô de Curitiba) de um ensaio de Jim Zimmerdahl, Honest Practice, publicado originalmente em inglês no site AikiWeb.com.
Boa leitura.
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Prática Honesta por Jim Zimmerdahl
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Um ladrão
Estou praticando com outro estudante. Alguém está conduzindo o treino, tentando fornecer as informações e práticas necessárias para, eventualmente, “possuir” a técnica do momento.
À minha esquerda tem uma faixa-branca, um novo aluno faixa-verde tem praticado conosco há alguns meses. O faixa-branca está tendo problemas com a técnica. O faixa-verde começa a ajudar, dizendo a o faixa-branca como corrigir o problema. Soa familiar? Em pouco tempo o faixa-branca passa a ter uma sessão de treinamento particular – muita conversa com pouca ação. O instrutor auto-declarado é um ladrão! O faixa-verde tem a melhor das intenções, mas arrancou o aluno do treino, do professor do aluno, e o tempo da prática. Além disso, faixa-verde raramente ensina. Eles têm muito a aprender e até mesmo com as melhores intenções, pouco a ensinar.
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Um impostor
Estou praticando com outro estudante. Alguém está conduzindo o treino, tentando fornecer as informações e práticas necessárias para, eventualmente, “possuir” a técnica do momento.
O instrutor explica um conceito e um estudante à minha esquerda faz uma pergunta. Ele começa a frase com: “Então você quer dizer que …” com uma reformulação do que o instrutor já disse. Dá para notar que a questão não é uma pergunta honesta porque carrega uma expressão de dúvida. O aluno não quer saber a resposta. O estudante queria o reconhecimento pela compreensão, pela participação. Este estudante está fingindo estar interessado no que o professor tem a dizer, mas realmente quer ser percebido como alguém com conhecimento. O ego está no comando.
Outro aluno faz uma pergunta. O instrutor responde à pergunta, mas dá para ver que o aluno não está satisfeito com a resposta. O estudante reitera o que um instrutor anterior declarou. Este aluno quer que o instrutor (e os outros alunos) saibam que existem outras opiniões sobre como isso deve ser feito. Este estudante está fingindo contribuir com informações adicionais, mas na realidade, ele tem dúvidas sobre o instrutor. O ego está no comando.
Começamos a prática. Foi passada uma série específica de movimentos e todo mundo faz apenas o que foi pedido. Depois de um tempo uma dupla de estudantes começa a mudar o que estão fazendo. Outro par está parando para discutir cada sucesso e fracasso, e todo mundo acha que eles são muito ativos e participativos. Bem, sim, eles são. Mas cada um tem sua própria “agenda”. Eles estão se colocando como estudantes interessados, mas, na verdade, estão interessados em gratificação pessoal e imediata. Eles não estão praticando, pois eles estão se exibindo. O ego está no comando.
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Uma vítima
Estou praticando com outro estudante. Alguém está conduzindo o treino, tentando fornecer as informações e práticas necessárias para, eventualmente, “possuir” a técnica do momento.
Um estudante à minha esquerda queixa-se de um problema com a técnica. O instrutor sugere uma solução e pede aos alunos para tentar novamente. O estudante tenta, exagerando o problema ao mostrar o quanto é difícil. O instrutor sugere outra solução. O aluno quer que a técnica perfeita apareça como um passe de mágica, sem esforço. Uke enfraquece o ataque para dar uma melhor chance ao Nage. Nage é mais capaz agora, e bem sucedido contra um ataque menos eficaz. Nage se sente melhor, enquanto a técnica sofre. Nage e Uke trocam suas posições. O praticamente que havia sido Nage ataca de modo que a técnica aplicada exige uma queda truncada. Quando o aluno reclama do excesso de força, Nage reduz o foco do ataque para poupar Uke. Uke finge a queda. A técnica sofre, o risco é removido, e a realidade desapareceu. O aluno pode ficar bem na fita (para alguns) sem se sentir ameaçado e sem incomodar ninguém. O aluno é uma vítima – uma vítima do desejo de obter algo sem dar nada em troca.
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Um charlatão
Estou praticando com outro estudante. Alguém está conduzindo o treino, tentando fornecer as informações e práticas necessárias para, eventualmente, “possuir” a técnica do momento.
Quando a prática se torna mais difícil, fica trabalhosa demais para um estudante à minha direita. O aluno precisa de um copo de água. O parceiro desse aluno tem que esperar até a sua volta, e eles começam a praticar novamente. O aluno assume o papel de Nage. O parceiro é um bom Uke, atacando de forma sincera, mas o Nage não se voluntariar para ser Uke. O professor seleciona outra técnica e uma mudança de parceiros. O aluno assume novamente o papel de Nage. Depois de um tempo o professor grita: “Troquem as duplas” e o tal aluno precisa de outro copo de água. Lembro-me deste ser o aluno que sempre chega logo após o fim da faxina do dojô, na manhã de sábado. Este é também o estudante que teve que sair um pouco antes do projeto que estava planejado desde a semana passada. Mas esse aluno é um político de alto nível – um estudante maravilhoso de ter por perto, a menos que você exija alguém que esteja disposto a “andar o caminho (walk the walk)”.
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Então, quem é esse aluno?
Provavelmente todos nós. O ladrão, o impostor, a vítima e o charlatão são a besta interior, o ego. Aquele pedaço de nós que está sempre em busca de gratificação, afago, moleza e reconhecimento.
Nós somos todos ladrões. Todos nós queremos o reconhecimento, por isso roubamos um pouco do tempo de todos para obtê-lo, mesmo que seja de alguém que ainda não sabe o que está acontecendo. E todos nós temos nossos joguinhos mentais quando somos o impostor.
Nossa mente é uma coisa maravilhosamente inteligente e enganadora. Ela chega a nos fazer pensar que estamos sendo honestos. Mas raramente é uma mente aberta. Nosso copo raramente está vazio. Nossos egos nos impedem de nos submetermos à vontade dos outros. Isso ajudou a sobrevivência da espécie, mas é um desastre no processo de aprendizagem.
Muitas vezes encarnamos o papel de vítima. A mente está sempre procurando o caminho mais fácil. Se acreditarmos no que sentimos, a mente vai nos fazer sentir que o caminho de menor desconforto e maior gratificação é a única opção. Mentimos para nós mesmos para justificar a mentira que compartilhamos com os outros. O charlatão é um ladrão muito hábil, que também é um impostor e se justifica pondo a culpa no mundo ou nos outros.
É terminal? Não mais do que a vida. Mas devemos estar preparados, porque todos nós somos alunos. Nenhum de nós está imune a nossa própria mente. Devemos sempre verificar os nossos motivos – verificar nossa verdadeira motivação quando agimos (ou reagimos), porque estas são apenas algumas das formas que a besta interior da “justificativa” vai assumir. Na verdade, enquanto você lê isto, você vai se lembrar de ter visto alguns desses alunos sobre o tatame. Mas você se lembra de vê-los no espelho? Não se sua besta interior está no comando.
Mas o Aikidô não é justamente a respeito disso? Nossa prática nos dá uma oportunidade de expor a fera, onde podemos identificá-la, desnudá-la, e esmagá-la até a morte. Então podemos calar a boca e praticar. Claro que ela vai estar de volta em outra forma, mas e daí? Esta é uma busca ao longo da vida inteira.
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17/08/2010
Sábado, 21/08/2010, 16h, na Academia Central de Aikidô de Natal, acontecerá mais um evento de troca de faixas. O evento, além de exame de faixa serve como confraternização entre os alunos dos diversos horários, seus familiares e amigos. Compareça você também. Leve um prato de doce ou salgado, sua bebida (não alcoólica) e comemore a harmonia, energia e as realizações.
Local: Academia Central de Aikidô de Natal – ACAN
Dia e Hora: Sábado – 21/08/2010 – 16h
Endereço: Rua Professor João Ferreira de Melo – Capim Macio – Fundos do CCAB Sul
Telefone: (84) 3217-9182
Site: www.aikidorn.com.br
Colaboração: www.impressione.wordpress.com e www.aikidorn.com.br
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Aikidô, Notícias | Marcado: Academia Central de Aikidô de Natal, Agilidade, Aikidô, Aikidô Natal, Aikidoísta, Aikidoca, Alongamento, Amizade, Aprendizagem, Arte Marcial, Atenção, Autoconhecimento, Autodefesa, Ô-Sensei, Budô, Calma, Caminho, Confiança, Confraternização, Coragem, Corpo, Cortesia, Dô, Dôgi, Defesa Pessoal, Disciplina, Dojo, Energia, Equilíbrio, Esfera Dinâmica, Espírito Marcial, Exame de Faixa, Flexibilidade, Harmonia, humildade, Impressões sobre o Aikidô, Japão, Kawai Sensei, Kimono, Koshukai, Lealdade, Leveza, Marcus Vinicius Andrade Brasil, Mente, Morihei Ueshiba, Nage, Paz, Postura, Raízes do Aikidô, Redondo, Respeito, Respiração, Reverência, Rodrigo Calandra Martins, Rolamento, Saúde, Satisfação, Sensei, Sensei Gabriel Lopes, Sensei James Carlos, Sensei Marco Antonio, Sensei Rodrigo, Sensei Sergio Pellissari, Tatame, Técnica, Treinamento, Treino, Uke, Vazio, Vinicius Brasil, Yudansha |
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08/04/2010
Meu primeiro contato com o Aikidô, como muitas pessoas, foi através de um livro. As imagens e a proposta enunciada soou em minha mente como algo que sempre esteve em mim, apenas estava adormecido.
Minha primeira vivencia com o Aikidô trouxe o caos a todos os meus conceitos pré estabelecidos. Começou a cair por terra tudo o que eu conhecia.
Era o começo de uma nova vida. Vida que hoje eu não consigo conceber sem ele.
Passei por diversos lugares, pois a mudança sempre fez parte de minha vida e isto me fez conhecer diversos professores (Sensei), alguns com técnicas apuradíssimas, outros também. Mas não quero me deter a nenhum em particular pois estaria sendo injusto, visto que cada um deles contribuiu de alguma maneira para o meu crescimento pessoal.
Hoje quero me deter apenas em um lugar. Lugar este onde aprendi o AIKIDÔ em sua expressão máxima, expressão esta que eu denomino AMOR.
Este lugar é NATAL. Academia Central de Aikidô de Natal. Um lugar inesquecível.
Lugar onde realmente descobri o que é SER humano. Lugar onde a graça dos movimentos se funde a beleza dos seres humanos. Falo beleza em um plano maior que apenas a estética. Falo sobre a beleza da amizade, da compreensão, da honra e do respeito.
Lá conheci pessoas fundamentais para minha vida e estas eu nunca esquecerei. Mais uma vez não quero citar nomes, pois senão começaria uma genealogia bíblica, visto que a ACAN tem muitos alunos e não menos professores. Mas este grande número deve-se ao prazer que o local proporciona, pelo aprendizado responsável e humanitário, assim como pelo simples convívio entre os participantes.
Tudo lá me encantou, tudo foi HARMONIA.
Sinto-me honrado em ter feito parte deste meio, de ter convivido com pessoas de tamanha qualidade.
Hoje tenho dado vários shomen uti’s na saudade, sufocado com yonkyos a tristeza de não estar mais aí.
Dou aula no Rio Grande do Sul, na cidade de São Leopoldo, e tem sido muito difícil para mim treinar em virtude das distâncias que me separam dos dojôs . Carrego comigo apenas os ensinamentos daqueles que saudei ONEGAISHIMASSU e treinei. Levo em meu coração a pureza dos sentimentos que o AIKIDÔ exige. Carrego em minha alma o AMOR que sinto por cada um de vocês.
DOMO ARIGATO GOZAIMASHITA.
*Odorico Martins é graduado em Aikidô (Faixa-Preta 1º Grau – Shodan) pela Academia Central de Aikidô de Natal
Colaboração: www.impressione.wordpress.com
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Escrito por IMPRESSÕES
31/03/2010
Aquele que se aventura aos estudos das artes marciais, seja ela qual for, se depara, na maioria das vezes, com termos até então estranhos ao seu cotidiano. O próprio termo DO (caminho), termo presente no nome da maioria das artes japonesas – marciais ou não – como Kyudô, Karatê-Do, Judô, Shodô e também no Aikidô, além de indicar caminho, senda, é indicação de algo muito mais amplo, que seja, a própria vivência, a busca, o espírito incessante de se chegar próximo à perfeição naquilo que se propôs a fazer. É na realidade uma situação mais espiritual que física.
No Aikidô, dentre os termos usados tem um, em particular, que é pouco falado na sua literatura específica, mas bem difundido nos escritos Zen e sempre citado nas classes de Aikidô durante os treinos – O Mushin.
O Mushin, em sua etimologia, nasce da união de dois kanjis – Mu, vazio ou nulo e Shin, coração ou mente. Em tradução livre pode-se dizer que Mushin é mente vazia. Quem, em classes de Aikidô, nunca ouviu o Sensei falar em deixar a mente vazia? Na maioria das vezes o mestre explica que se deve deixar a mente vazia, não pensar em nada (bem difícil para os ocidentais); não se ater a partes e ao mesmo tempo ver o todo. Explica ainda que se deve aguardar a ação do colega de mente vazia (não esperar nada de forma pré-estabelecida) e que em vista de tal atitude vem a facilidade na aplicação da técnica, pois o praticante não se atém a determinada forma e nem a determinada atuação do outro, fazendo o movimento fluir assim como os pensamentos, ou seja, deixa passar o ataque e adequar a defesa.
Mushin foi definido pelos estudiosos do Zen como um estado de consciência inconsciente ou de inconsciência consciente, o indivíduo está presente e ausente ao mesmo tempo. O vazio é o não apego, é a concentração no todo e não na parte, é o adequar-se, é, a grosso modo, o “fazer no automático”.
E como se chega ao Mushin? Como se chega ao ponto de fazer sem sentir o que faz? (Observe-se que não sentir o que se está fazendo não está ligado com a inconsciência pura, a consciência está adormecida, mas presente e sem interferir na ação). Como em todas as artes, é com o treino perseverante. Já disse em outras épocas o Guerreiro Espadachim Miyamoto Musashi: “tempere a si mesmo com mil dias de pratica e refine-se com dez mil dias de treinamento”.
Assim, partindo-se do pressuposto que não se deve, no Aikidô, separar a mente e corpo, e que o praticante deve estar integral na prática da arte, a percepção do Mushin vem a ser bem difícil.
Vê-se que o Mushin não pode se dissociar e passar para uma disciplina essencialmente mental ou essencialmente física. Não se pode atingir o Mushin através da razão pura e simples. No Mushin a mente não se prende a pensamentos, eles vêm e vão, a consciência passa a fluir livremente, de objeto a objeto, de sensação a sensação. Também não se deve controlar o corpo pela mente. O termo mente vazia determina que ela nunca está ocupada com uma determinada idéia, com concepção ou distinção, pelo contrário, por ela tudo passa e nada se fixa.
No Aikidô usamos o Mushin, e também podemos chegar ao Mushin através dele. A fixação em pensamentos é uma tentação. Com o treinamento constante da arte do Aikidô podemos, com a prática, eliminar os pensamentos na aplicação das técnicas. O treinamento constante leva ao desprendimento e a simples atitude do fazer. É o “algo” que age, dogma difundido no Zen e no Cristianismo – “não sou eu que faço as obras, é o pai que as faz em mim; eu, de mim, nada posso fazer”. O treinamento constante da mente e do corpo leva o Aikidoca simplesmente a fazer o que deve ser feito e não conjecturar se deve fazer ou não.
No treinamento, cada ataque e cada defesa levam o praticante a se familiarizar com os movimentos e cada nova tentativa é uma chance de se não pensar em nada e agir. O praticante que fica a remoer uma técnica, seja bem ou mal aplicada e que poderia ter feito desta ou daquela forma, não está em conformidade com o Mushin. O Aikidoca que faz a movimentação de forma fraca e temerária vai levar esta fraqueza para a próxima tentativa; e se fez a movimentação de forma brilhante e objetiva também levará tal sensação para o próximo passo. De uma forma ou de outra será influenciado na aplicação da nova técnica que virá. Mas o Aikidoca que deixa a técnica, mal ou bem executada, de lado e parte para nova tentativa, livre de intenções e de definições, do início, e de mente limpa para a nova e única experiência, este sim, está no caminho do Mushin.
No Livro a Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen , o autor, Eugen Herrigel, descreve um estado que se observa, sem muito esforço, como sendo o Mushin:
“Não se pensa em nada de definido, quando nada se projeta, deseja ou espera, e que não se aponta em nenhuma direção determinada… esse estado fundamental livre de intenção e do eu, é o que o mestre chama de espiritual”
O Mushin “surge” quando o Aikidoca, que age, está separado do seu ato e os pensamentos não interferem no que ele faz. O ato (físico) inconsciente (mente) é o mais livre e descontraído de todos. Deixar a mente fluir, não se ater a partes ou pensamentos leva a respostas instintivas e prontas.
Na prática, quando se pensa em exibir perícia ou fazer uma bela apresentação diante dos mestres, o consciente do Aikidoca interfere no desempenho do físico e este vem a cometer erros. É necessário se eliminar da mente a sensação de que se está fazendo aquilo. A mente precisa mover-se entre as técnicas e suas passagens de forma que não se atenha nem nelas, nem na platéia e nem no colega que junto está na apresentação. No instante em que o Aikidoca está consciente do que está tentando, a fina força, fazer, o equilíbrio se desfaz e este simples momento de desarmonia interrompe o fluxo da movimentação. A atenção demasiada em algum ponto fará o Aikidoca se fixar naquilo que é apenas passageiro e assim travar o movimento.
O Mestre Zen Takuan Soho, em sua obra a Mente Liberta – Escritos de um Mestre Zen ao um Mestre de Espada – fala sobre o poder negativo de se prender a mente em um ponto.
“Se a pessoa situa sua mente na ação do corpo do oponente, sua mente será capturada pela ação do corpo do oponente”.
Então, onde situar a mente? O próprio Takuan responde:
“Se não a situares em lugar nenhum, ela irá todas as partes do teu corpo e o preencherá inteiramente”.
E continua:
“Se tu te decidires por algum lugar e lá situares a mente, ela será capturada por este lugar e perderá sua função. Se a pessoa pensar, ela será capturada por seus pensamentos. Portanto, deixa de lado os pensamentos e a discriminação, lança a mente para fora do corpo inteiro e não a fixe nem aqui nem lá; então, quando ela visitar os vários lugares, ela realizará a função própria e agirá sem erro”
A mente presa é a uma das maiores armadilhas em que o artista marcial pode cair. Para não se prender nisso ou naquilo, em movimentos ou técnicas, em platéias ou no ego, além do treinamento árduo e a prática constante, há de se haver o desprendimento da mente na ação – O Mushin.
Por fim, observamos que o Mushin, além de importante princípio a ser seguido é atitude difícil de ser adquirida, é um princípio importante na prática marcial do Aikidô, mas, em contrapartida, atitude rara de ser observada. O treinamento constante, a prática reiterada das técnicas e o desprendimento na execução são formas de deixar a mente fluir e que podem levar ao Mushin. E você, já atingiu o Mushin?
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HERRIGEL, Eugen – A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen – Tradução do Inglês para o Português por J. C. Ismael – Ed. 23ª, 2009 – Editora pensamento – São Paulo/SP.
HYAMS, Joe – O Zen nas Artes Marciais – Tradução do Inglês para o Português por Cláudio Giordano – Ed. 1ª, 1992 – Editora pensamento – São Paulo/SP.
KUSHNER, Kenneth – O Arqueiro Zen e a Arte de Viver – Tradução do Inglês para o Português por Paulo César de Oliveira – Ed. 2ª, 1992 – Editora Pensamento – São Paulo/SP.
SOHO, Takuan – A Mente Liberta – Escritos de um Mestre Zen a um Mestre da Espada – Tradução do Japonês para o Inglês por William Scott Wilson – Tradução do Inglês para o Português por Marcelo Brandão Cipolla – Ed. 1ª, 1998 – Editora Cultrix – São Pulo/SP.
*
* Marcus Vinicius Andrade Brasil é graduado em Aikidô (Faixa-Preta 4º Grau – Yondan) pela Academia Central de Aikidô de Natal
*
Colaboração:
www.impressione.wordpress.com
www.aikidorn.com.br
*
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26/03/2010
Em certo momento da minha vida, onde já tinha treinado por alguns anos algumas artes marciais, soube de uma nova arte que havia feitos mirabolantes e de tamanha maestria e elegância, comecei a pesquisar cuja arte poucos sabiam em Natal/RN. O tempo passa e o universo conspira e, em um dia qualquer me deparo com panfletos informando sobre cuja arte havia iniciado a busca em outrora, logo, de prontidão vou ao dojô, assisto ao treino e de imediato decido treinar. O Sensei Rodrigo, observando minha ansiedade me pede para fazer um treino experimental primeiro, porém, decidido como uma flecha lançada, já me matriculo e começo a treinar.
A idéia de força física e a resolução de problemas através da pancada foi logo frustrada nos primeiros treinos, começo a observar que haveria sempre alguém mais habilidoso e mais forte que eu e, isso não seria propriamente força física, então, comecei a experimentar a sensação de fraqueza e tais sentimentos me mostraram que eu estava estudando algo completamente diferente e grandioso, me apaixono pela arte em que outrora ansiava tanto em conhecer.
A dedicação desprendida no decorrer dos treinos e do tempo, me fizeram ver que a força sugerida pela filosofia do Aikidô era espiritual, nesse momento descubro o quanto sou fraco e o quanto o caminho é longo e árduo. As experiências galgadas com mestres e colegas diferentes me fizeram ver o tamanho da riqueza do Aikidô e fortaleceu a minha compreensão sobre a filosofia, a força espiritual, mesmo o caminho sendo individual há necessidade da cooperação dos colegas, pois o individuo só existe porque há o todo.
Ao chegar aos dez anos de treino e ao 3º Dan, sinto como se eu tivesse dado o primeiro passo para essa longa jornada, pouco conheço sobre minha pessoa, a cada treino a cada novo colega, a cada Sensei, observo que pouco sei e que muito tenho a aprender.
* Israel Félix de Lima Júnior é graduado em Aikidô (Faixa-Preta 3º Grau – Sandan) pela Academia Central de Aikidô de Natal
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21/03/2010
Na manhã do sábado, 20/03/2010, a Escola Municipal São Francisco de Assis esteve mais uma vez em festa; aconteceu a primeira Troca de Faixa do Projeto Aikidô. Oito Aikidocas do Projeto, dentre os participante, foram avaliados e receberam promoção à faixa-amarela (5º Kyu).
A Banca Examinadora foi composta por 04 (quatro) membros graduados Faixa-Preta em Aikidô do Estado do RN: Sensei Sérgio Pellissari (3º Dan Aikikai) representando a Academia Central de Aikidô de Natal; Israel Lima Jr. (3º Dan Aikikai); Paulo Wanderley (1º Dan Aikikai) e Vinicius Brasil (3º Dan Aikikai) e responsável pelo Projeto Aikidô da Escola Municipal São Francisco de Assis.
Aproveitando as festividades do evento de Troca de Faixa foi divulgado aos presentes o nome e a logomarca do Dojô responsável pelos treinamentos de Aikidô na Escola Municipal São Francisco de Assis, YASUGI Aikidô Dojô.
Ainda na festividade, foram homenageadas com certificados de reconhecimento, os participantes da Banca Examinadora, bem como, a Diretora da Escola Municipal São Francisco de Assis, Maria da Natividade Moura Rodrigues e a Vice-Diretora, Roselane Praxedes, pelo bom trabalho e pelo apoio ao Projeto Aikidô e seus Voluntários.
YASUGI Aikidô Dojô
Nome em homenagem ao Mestre em Aikidô, o Sr. Reishin Kawai (conhecido no meio do Aikidô Nacional por Kawai Sensei), pessoa que foi designada pelo Hombu Dojo – Central de Aikidô no Japão – para difundir o Aikidô no Brasil e na América do Sul.
Nascido no Japão, na cidade de YASUGI, prefeitura de Shimane e falecido em janeiro deste ano em São Paulo/SP, Kawai Sensei representou no Brasil o Aikidô de Morihei Ueshiba durante 46 anos.
Assim, em reconhecimento e respeito ao Mestre Reishin Kawai, ficou determinado que o Dojô teria o nome de sua cidade natal, Yasugi, e se chamaria YASUGI AIKIDÔ DOJÔ.
Projeto Aikidô
Trabalho Voluntário, em prol das crianças do bairro de Nazaré e Bom Pastor (Natal/RN), nas dependências da Escola Municipal São Francisco de Assis, promovido por Marcus Vinicius Andrade Brasil, Advogado no RN, 3º Dan de Aikidô e Guilherme Augusto da Silva Lemos, Universitário, 1º Kyu (Faixa-Marrom) de Aikidô.
Promovidos para 5º Kyu – Faixa Amarela – no 1º Exame de Faixa do YASUGI Aikidô Dojô.
Alan Gustavo Pessoa Machado
Alyson Augusto Pessoa Machado
Josemar Veríssimo da Silva Júnior
Joyce Karoline dos Santos Hermógenes
Manoel Rafael da Silva Gomes
Maria Luiza Silva da Costa
Wesley Mateus da Silva
Weslley Leandro da Silva Freire
Para Informações sobre o Projeto Aikidô – YASUGI Aikidô Dojô, entre em contato com Vinicius Brasil e Guilherme Lemos pelo e-mail: mvabrasil@yahoo.com.br
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Aikidô, Notícias, Projeto Aikidô EMSFA, Voluntariado | Marcado: Academia Central de Aikidô de Natal, ACAN, Advogado, Agilidade, Aiki, Aikidô, Aikidô Natal, Aikidoísta, Aikidoca, Aikikai, Aikikai Hombu Dojô, Alongamento, Ambiente Harmônico, Amizade, Aprendizagem, Arte Marcial, Associação Norte Riograndense de Aikido, Atenção, Autoconhecimento, Ô-Sensei, Benefícios, Bu, Budô, Calma, Caminho, caminho do Guerreiro, Círculo, Circularidade, Concentração, Concentrando, Confiança, Confraternização, Coragem, Corpo, Cortesia, Dô, Dôgi, Defesa Pessoal, Disciplina, Dojo, Doshu, Eficácia, Eficiência, EMSFA, Energia, Equilíbrio, Escola Municipal São Francisco de Assis, Espírito Marcial, Faixa-Preta, Flexibilidade, Fluidez, Fluido, Graduação em Aikido, Guardião do Caminho, Guerreiro, Guilherme Augusto da Silva Lemos, Guilherme Lemos, Habilidade Técnica, Harmonia, humildade, Impressões sobre o Aikidô, Instrutor de Aikidô, Iwama, Japão, Kawai Sensei, Kawai Shihan, Ki, Kimono, kishomaru Ueshiba, Lealdade, Leveza, Marcus Vinicius Andrade Brasil, Maria da Natividade de Moura Rodrigues, Mente, Morihei Ueshiba, Moriteru Ueshiba, Nage, Paz, Postura, Projeto Aikidô, Redondo, Reishin Kawai, Respeito, Respiração, Respirar, Reverência, Rolamento, Roselane Praxedes, Saúde, Satisfação, São Francisco de Assis, Sensei, Sensei Sergio Pellissari, Shihan, Shihans, Shimane, Sinceridade, Sincero, Socialização, Tatame, Técnica, Treinamento, Treino, Troca de Faixa do Projeto Aikidô, Troca Faixa Yasugi Dojô, Uke, Ukemi, Vazio, Vinicius Brasil, Yasugi, Yasugi Aikidô Dojô, Yasugi Dojô, Yasugi Dojô Natal/RN, Yudansha, Yudanshakai |
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17/03/2010
Sou professor de Educação Física (Judô e Aikidô) e pratiquei algumas artes marciais como: Karatê Shotokan, Kung Fu Shaolin, e atualmente pratico além do Aikidô, o Jiu-Jitsu.
Foi através do convite de uma aluna do Judô, que conheci a Academia Central de Aikidô, na época o Sensei da academia era Rodrigo Martins que foi uchideshi do Sensei Kawai. A empatia foi imediata, iniciei os treinos vivenciando no dia a dia toda etiqueta dessa arte, técnicas e um ambiente de muita harmonia, tudo muito parecido com os ensinamentos do judô.
Ao realizar as técnicas de Aikidô, percebi a sutileza e suavidade com que elas são aplicadas, e que é através dos movimentos circulares que os movimentos tornam-se ainda mais eficientes.
Certa vez, um grande mestre estava meditando e observando a neve cair sobre as árvores, duas delas lhe chamaram a atenção: o salgueiro e o carvalho, quando a neve caía sobre os galhos do carvalho, acumulavam-se em grande volume, visto que, os galhos eram robustos e suportavam por um determinado tempo o peso da neve, mas rompiam-se bruscamente promovendo conflito, já o salgueiro era diferente ao receber a neve, por menor que fosse a quantidade, dobrava-se com flexibilidade, deixando a neve cair sem nenhum esforço e depois retornava ao estado inicial.
Com isso, o mestre verificou que ceder é mais interessante que se opor, ser flexível e adaptar-se sem confronto é melhor e gera menos conflitos, a partir dessa reflexão criou-se a primeira academia, a do coração do salgueiro.
O Aikidô por se tratar de uma arte mais sutil e suave não precisa da neve, mas da suavidade do vento para ceder sem conflito e promover uma nova perspectiva de caminho ou direcionamento, em que ambos (sem conflito e resistência) resolvem percorrer harmonicamente.
* Giovanni Nóbrega de Paiva é graduado em Aikidô (Faixa-Preta 3º Grau – Sandan) pela Academia Central de Aikidô de Natal
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Aikidô, Textos Interessantes | Marcado: 10 anos Academia Central de Aikidô de Natal, Academia Central de Aikidô de Natal, ACAN, Agilidade, Aiki, Aikidô, Aikidô Natal, Aikidoísta, Aikidoca, Aikikai, Aikikai Hombu Dojô, Alongamento, Ambiente Harmônico, Amizade, Aprendizagem, Arte Marcial, Associação Norte Riograndense de Aikido Kawai Shihan, Atenção, Autoconhecimento, Ô-Sensei, Benefícios, Bu, Budô, Calma, Caminho, caminho do Guerreiro, Círculo, Ceder, Circular, Circularidade, Concentração, Concentrando, Condicionamento Físico, Confiança, Confraternização, Coragem, Corpo, Cortesia, Dô, Dôgi, Defesa Pessoal, Disciplina, Dojo, Doshu, Eficácia, Eficiência, Energia, Equilíbrio, Esfera Dinâmica, Espírito Marcial, Estresse, Faixa-Preta, Flexível, Flexibilidade, Fluidez, Fluido, Giovanni Nóbrega de Paiva, Graduação em Aikido, Guardião do Caminho, Guerreiro, Habilidade Técnica, Harmonia, Hitori, humildade, Impressões sobre o Aikidô, Instabilidade, Instrutor de Aikidô, Iwama, Japão, Kawai Sensei, Kawai Shihan, Ki, Kimono, kishomaru Ueshiba, Kobukan Aikidô, Lealdade, Leveza, Marcus Vinicius Andrade Brasil, Mente, Morihei Ueshiba, Moriteru Ueshiba, Movimento, Movimentos Circular, Nage, Nidan, Paz, Postura, Prática, Raízes do Aikidô, Redondo, Reishin Kawai, Respeito, Respiração, Respirar, Reverência, Rodrigo Calandra Martins, Rodrigo Martins, Rodrigo Martins Sensei, Rolamento, Saúde, Satisfação, Sensei, Sensei Gabriel Lopes, Sensei James Carlos, Sensei Marco Antonio, Sensei Rodrigo, Sensei Sergio Pellissari, Shihan, Shihans, Sinceridade, Sincero, Socialização, Stress, Tatame, Técnica, Tese Aikido, Tese Sandan, Treinamento, Treino, Uchideshi, Uke, Ukemi, Vazio, Vinicius Brasil, Waseda, Yasugi, Yudansha, Yudanshakai |
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11/03/2010
Por se tratar de uma arte marcial não competitiva, o Aikidô tem sido procurado por muitos pais, que desejam que seus filhos pratiquem esportes que tenham essa filosofia, já que as modalidades oferecidas nas escolas são direcionadas para definição de um vencedor e um perdedor, o que expõe essas crianças ao estresse, problemas físicos e muitas vezes psicológicos.
No momento em que vivemos, sempre estamos sendo cobrados à competitividade, quer seja no ambiente familiar, escolar e nos mais variados grupos sociais, daí a necessidade da procura de “válvulas de escape” para encontrarmos o equilíbrio. É aí que entra o Aikidô, uma arte marcial que busca a cooperação, a harmonia e a necessidade do outro para concretização da técnica. Dentre tantos benefícios para as crianças e adultos, o Aikidô também trabalha o condicionamento físico, a coordenação motora fina e ampla, a concentração, disciplina, respeito e socialização.
O ambiente harmônico onde se pratica o Aikidô favorece à aquisição de todos esses benefícios, pois é nesse momento que minimizamos a agitação do dia a dia, nos concentrando na respiração e na busca da paz interior.
Nas aulas com crianças não podemos esquecer de incluir o lado lúdico, que sempre são praticados ao final dos treinos, através da inclusão de jogos cooperativos, onde o trabalho em grupo é bastante focado, dentre as brincadeiras podemos citar: coelho na toca, bandeirinha, tica corrente, tica ajuda, estafetas, entre outras.
Na Academia Central de Aikidô de Natal, além das aulas em si, também são oferecidas oficinas de Educação Ambiental e Sustentabilidade, onde além das crianças, os pais também são convidados a participar. Nesses encontros, inicialmente temos um bate-papo inicial, onde vivenciamos experiências pessoais relacionadas às questões ambientais, sobre a atual situação do planeta e o que a falta de cuidado com a nossa casa (a Terra) pode ocasionar para as futuras gerações. Logo após confeccionamos objetos, utilizando como matéria prima o resíduo descartado (o lixo) e posteriormente fazemos um lanche coletivo.
Enfim, a prática do Aikidô além do trabalho marcial e corporal, contribui também para construção de cidadãos de bem, responsáveis e produtivos para sociedade.
* Hellen Suely dos Santos Lima Paiva é graduada em Aikidô (Faixa-Preta 2º Grau – Nidan) pela Academia Central de Aikidô de Natal
Colaboração: www.aikidorn.com.br
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08/03/2010
“Para viver, precisamos respirar – em japonês ’kokyu’. Podemos sobreviver durante semanas sem comida, durante dias sem água, mas não podemos deixar de respirar por mais que alguns minutos.” – Mitsugi Saotome
Quando se inicia na prática do Aikido sempre se ouve do Sensei que tudo é fluido e que se deve trabalhar a circularidade para se obter energia e proteção… Esse aspecto, à primeira vista tão contraditório quando se fala em Artes Marciais – o que sempre recorre à idéia de ataques violentos em pontos vitais, reveste-se de importância capital.
Numa visão inicial, tem-se a sensação de que tudo isso não faz parte da realidade dessa arte marcial e que o necessário é, realmente, atacar o nosso oponente. Ledo engano.
Depois de alguns anos de prática, pode-se perceber toda essa circularidade, incansavelmente citada desde o início dos treinos e que mais importante do que atacar é esperar, controlar-se, buscar o equilíbrio e reforçar a proteção. Para proteger, é necessário respirar e se encher de energia qualificada, purificando cada célula do corpo.
Outrossim, com o benefício da respiração controlada, aprende-se a trabalhar a ansiedade de querer estar sempre tomando decisões precipitadas, interrompendo, com isso, o ciclo natural da energia dentro de cada um.
Quando se praticam atos violentos ou impensados, as conseqüências são logo notadas pelo excessivo desgaste, perdendo-se muito tempo e energia para, novamente, alcançar a harmonia e o equilíbrio, algo inacessível quando não se recupera a respiração e o autocontrole.
Os limites que podem ser atingidos em estados alterados, bem como a técnica que se deve utilizar para retornar ao estado de equilíbrio, dependem, antes de qualquer coisa, de se possuir conhecimento de suas próprias características. Quando se busca esse autoconhecimento, pode-se entender melhor toda a dinâmica dos movimentos que ocorrem, sempre, num macro e micro cosmos.
Nas técnicas do Aikido, todo o movimento se inicia a partir de nosso centro (micro) e se expande até envolver o outro praticante (uke) no mesmo caminho ao qual a energia vai se moldando (macro).
Dentro de todo o movimento de Aikido, sempre acontece esse pequeno e grande deslocamentos, envolvendo a capacidade de concentração na respiração. Quanto mais concentrados no fluxo respiratório dentro de si mesmos, mais se pode relaxar e ter uma consciência cada vez maior da cinemática envolvida nas técnicas.
Kokyu (respirar) é a palavra que define todos os movimentos dentro das espirais de energia trabalhadas através dos chakras e expandidas no movimento de cada técnica praticada no Aikido.
A respiração é extremamente importante para todo e qualquer movimento. Sempre que se esquece a forma correta de respirar, cansa-se mais rapidamente e se torna mais comum se desconcentrar no movimento.
Quando entendemos melhor o caminho percorrido pela respiração no nosso próprio corpo, entendemos o que é relaxamento. Se nos concentrarmos na nossa respiração e relaxarmos em cada movimento, conseguimos uma melhor desenvoltura nas técnicas e, consequentemente, um melhor condicionamento físico.
Quando não se entende o caminho percorrido pela energia da respiração no corpo, limita-se o seu desempenho, expõe-se às contusões e fraturas, além de não se aproveitar o melhor de todo o treinamento, que é o alongamento.
Ao oxigenar-se todo o corpo através de uma melhor respiração, relaxamento e alongamento em cada técnica praticada, sente-se uma sensível melhora na saúde.
Sentimo-nos mais dispostos, atentos e preparados para o dia a dia, as vicissitudes da rotina e para se vencer os maiores inimigos de qualquer um: suas próprias limitações e imperfeições.
No Aikido busca-se encontrar a verdade interior e somente se pode conhecê-la, por meio da busca incansável da perfeição. Superando cada vez mais os próprios limites, e através da respiração, expandindo a consciência para níveis cada vez mais elevados da compreensão do Universo.
Com uma maior concentração no caminho que a energia da respiração percorre no nosso interior, consegue-se superar os próprios limites, evoluindo e aprendendo cada vez mais intensamente. Nosso corpo fala e, através da respiração, consegue-se ouvi-lo e tudo ao seu tempo vai se modificando e melhorando.
Quando se percebe a necessidade de se estar atento à respiração, pode-se, realmente, começar a aprender o quê é o AIKIDO.
* Maria Cristina Cuono Pereira é graduada em Aikido (Faixa-Preta 3º Grau – Sandan) pela Academia Central de Aikido de Natal.
Colaboração: www.aikidorn.com.br
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26/11/2009
Em minha adolescência, quando iniciei os meus treinos de Judô com Sensei Ceny Peres Barga, no Ginásio Portuário, no Rio de Janeiro, eram enfatizados os aspectos dos ensinamentos filosóficos de Jigoro Kano, e um deles passado para nós era o seguinte: “O Judô, quando empregado, é tão perigoso quanto uma espada desembainhada, o melhor modo de usá-lo é não o empregar. Ceder para vencer”.
Ceder é uma prática pouco difundida em sociedade, pois, em geral, o ser humano é ensinado, e não educado, a conquistar seus espaços a qualquer custo, de qualquer maneira, qualquer seja esse espaço, e em o conquistando, nele permanecer de igual maneira, da mesma forma que o conquistou, quando não descobrindo novas formas de manutenção no posto, sejam quais forem essas formas.
O Jujutsu marca, pode-se especular, de certa maneira, uma nova maneira de prática de arte marcial, posto que o seu princípio guarda relação com a suavidade, com a flexibilidade, e acredito que no momento anterior à sua existência o modo de praticar-se a arte marcial desarmada fosse talvez mais rígido, menos suave, menos flexível.
Jigoro Kano afirma em seus escritos que o termo Jujutsu talvez se tenha originado da expressão: “Ju yoku go o seisu”, significando, “Flexibilidade Controla a Rigidez”. Na flexibilidade está implícita a idéia de ceder.
Judô e Aikidô são duas artes marciais que empregam a idéia de ceder, embora no primeiro nas competições alguns atletas não se utilizem desse princípio, enquanto outros o utilizam como forma de condução do oponente para uma posição que facilite a aplicação de sua técnica.
Fora os aspectos competitivos do Judô, nas suas demais práticas, ceder é uma constante, no treino técnico, nos seus diversos katas, enquanto no Aikidô essa constante é sempre presente, posto que neste não há alguma forma de combate, no qual um dos praticantes tenha que ser considerado vencedor, inexistindo a figura do oponente na outra pessoa.
Nos treinos de Aikidô, o uke cede o seu corpo para que o tori (ou nage) aplique uma técnica, de igual maneira acontece no Judô, existindo neste apenas uma hipótese em que tal não ocorre, é o chamado “tendoku geiko” (treinamento solitário) no qual o judoca realiza as movimentações de igual forma como se contasse com uke, que na verdade não está presente.
Tanto Jigoro Kano quanto Morihei Ueshiba, respectivamente, criadores do Judô e do Aikidô enfatizavam o uso das artes que criaram fora do ambiente do Dojô, no que se refere a transferir os comportamentos levados a efeito dentro dos treinos para a sociedade, colaborando com ela. E um desses aspectos é o hábito de ceder, entre outros tantos ganhos que vão sendo conquistados ao longo de uma prática continuada.
A imagem do atleta que, na propaganda televisiva, quando chega o elevador, cede a vez para outra pessoa, é um aspecto de gentileza e educação repetido no ambiente do Dojô, e a oportunidade de ceder, pelo exercício da flexibilidade mental, vai-se estendendo aos poucos, para outras posturas mentais e sociais, tornando o praticante, paulatinamente, menos rígido com os outros e consigo mesmo, salientando que todo trabalho de transformação do ser humano, incutindo-lhe novos hábitos mentais e sociais é uma tarefa demorada que tem de contar com a boa vontade do próprio ser, uma vez que na sociedade nem sempre se pode contar com a boa vontade alheia, e transformação que precisa operar-se é em cada ser, em lugar de primeiro dar-se com o outro para que cada um transforme-se.
É uma ação que reclama internalizar os conceitos aprendidos, transformando-os em práticas ao longo do tempo, dentro e fora do Dojô, mesmo que, aparentemente, pequenas, sem grande destaque, sem grande realce social, mesmo sem ser percebida pelos demais, pois, de outra maneira, o discurso não passará de uma bela retórica, o que não falta nos mais variados ramos da atividade humana.
Quando Jigoro Kano afirmava “ceder para vencer”, este vencer reporta-se a vencer a si mesmo, e não o oponente, posto que, em última instância, mesmo na competição em que se busca uma vitória sobre o outro, vence-se a si mesmo, superando-se a si mesmo numa limitação, conquanto essa vitória seja sempre efêmera, mui passageira, como também enfatizava o criador do Judô, quando afirmava que num combate, tanto quem vence, quanto quem perde, encontram-se ambos no mesmo patamar, no mesmo nível.
A arte de ceder, presente no Judô e no Aikidô, herdada do Jujutusu, reclama comportamentos de cooperação, dentro e fora do Dojô, ajudando na construção de uma sociedade melhor, por meio da melhoria dos seus integrantes, e, neste aspecto, tanto o Aikidô quanto o Judô, em suas essências, buscam colaborar na mudança para melhor do ser humano, colaborando com a sociedade como um todo, melhorando-a pela transformação de seus integrantes.
Referências
– MIND OVER MUSCLE – JIGORO KANO – 2005 – KODANSHA.
*MARCOS JOSÉ DO NASCIMENTO – Servido Público Federal – Faixa-Preta de Judô e Aikidô – Aluno da Academia Central de Aikidô de Natal.
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24/11/2009
Conforme prometido, segue a lista dos novos graduados da Academia Central de Aikidô de Natal (em ordem alfabética). Os novos graduados receberam seus títulos na presença do Mestre Reishin Kawai, 8º Dan de Aikidô, introdutor e representante do Aikidô no Brasil e do Sensei Rodrigo Martins, Fundador da Academia de Aikidô de Natal em 1999.
O evento foi parte da comemoração dos 10 anos de Aikidô em Natal/RN. Participaram também do evento o Sensei Rogério Paudejuenas (PB), Sensei Henrique (PE), e o Sensei Daniel (BA).
Atualmente Sensei Rodrigo reside nos EUA e a Academia Central de Aikidô de Natal está sob a direção de seus seguidores mais antigos: Marco Antonio Rocha, James Araújo, Sérgio Pellissari e Gabriel Lopes.
NOVOS GRADUADOS
Shodan – Faixa-Preta 1° Grau
Alberto Sérgio G. Chagas
Beethoven Feitosa Gouveia
Cristiana Silva Barbosa
Cristiano Baia F. Araujo
Diego Fernandes Sales
Francisco A. Feitosa Junior
Francisco Laurentino Pontes
Frank Düesberg
José Francisco Cosme Silva
Leonardo Carneiro Ventura
Louise Leiros F. Siqueira
Luiz Augusto O. Souto
Marcos José Nascimento
Marcos William Pontes
Paulo Wanderley Sá Leitão Neto
Roberta Macedo Xavier
Nidan – Faixa-Preta 2° Grau
Hellen Suely dos S. L. Paiva
Marcelo Murilo G. dos Santos
Sandan – Faixa-Preta 3° Grau
Cristos Xenophon Aravanis
Israel Felix de Lima Junior
Marcus Vinicius Andrade Brasil
Maria Cristina Cuono Pereira
Maroni Costa Leitão
Giovanni Nóbrega de Paiva
Colaboração: www.aikidorn.com.br
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09/11/2009
No final de semana dos dias 31/10/2009 a 02/11/2009, ocorreu na cidade Natal, estado do Rio Grande do Norte, as comemorações pelos 10 anos de Aikidô Kawai Shihan naquela capital. O evento deu-se na Academia Central de Aikidô de Natal com a presença do Sr. Reishin Kawai, 8º Dan de Aikidô e introdutor da arte no Brasil.
Dentre os convidados, além do Kawai Shihan e de sua filha Cristina Kawai, o evento contou com a presença de Rodrigo Martins Sensei, responsável pela Academia Central de Aikidô de Natal e pela introdução do Aikidô da linhagem do fundador Morihei Ueshiba na cidade do Natal e dos demais Sensei(s) da Academia de Natal (Marco Antonio, James Carlos, Sérgio Pellissari e Gabriel Lopes).
De outros estados vieram: Rogério Sensei, representando o estado da Paraíba; Henrique Sensei, representando Pernambuco e Daniel Sensei, representando a Bahia e colegas da Academia de Natal em outras cidades (São Paulo/SP, Parnamirim/RN, Mossoró/RN). Além dos ilustres convidados, alunos dos respectivos mestres compareceram ao evento.
O evento teve início no dia 31/10/2009 com um treino de abertura ministrado por Rodrigo Sensei. Após o treino, os participantes saíram em comitiva ao aeroporto da cidade do Natal (em Parnamirim) para fazer as boas vindas ao Mestre Reishin Kawai e sua filha Cristina.
No dia 01/11/2009, domingo, logo às 07:00h da manhã, os candidatos a aquisição de grau e mudança de grau já estavam perfilados no tatame da Academia Central de Aikidô de Natal para receber o avaliador Kawai Shihan. O exame se deu, como de costume, em uma atmosfera de confiança, alegria e descontração.
Após os exames, aqueles que participavam, foram prestigiar a presença do Mestre Kawai em um almoço no restaurante Sal e Brasa e depois, outra comitiva o levou ao aeroporto para seu retorno a São Paulo.
No final da tarde do mesmo dia, às 16:00h, os alunos da Academia Central de Aikidô de Natal e seus convidados participaram em peso do último treino do dia ministrado por Rodrigo Sensei.
Na noite do referido dia, por volta das 19:30h, deu-se a festa do evento comemorativo aos 10 anos de Aikidô em Natal com a participação no palco da Academia Central de Aikidô da violonista e aluna da Academia, a Srta. Mariana; apresentação da cantora e também aluna da Academia Central, Srta. Themis; da apresentação de Rodrigo Sensei, Leonardo (Ex Tricor), e Aleksej também alunos da Academia Central e Marco Antonio Sensei e seu filho Yuri.
Por fim, em 02/11/2009, segunda-feira, ocorreu às 08:00h da manhã, o treino de encerramento do evento com a presença dos alunos e dos convidados dos vários estados para encerrar as festividades dos 10 anos de Aikidô Kawai Shihan em Natal/RN.
Em breve será publicada a lista com os novos graduados da Academia Central de Aikidô de Natal.
Conheça o aikidô
Aikidô Kawai Shihan – União Sul Americana: www.aikidokawai.com.br
Aikidô em Natal: www.aikidorn.com.br
Aikidô em Pernambuco: www.aikidope.com.br
Aikidô na Paraíba: www.aikidopb.com
Aikidô na Bahia: www.aikidobahia.com.br
Colaboração: www.impressione.wordpress.com
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05/10/2009
O maior motivo para a tensão dos profissionais de TI (tecnologia da informação) é a instabilidade, típica da profissão. Para combater este mal, que leva ao estresse, os executivos da área apostam em atividades diferenciadas.
O Aikidô, arte marcial criada no Japão em 1942 e que ensina o espírito japonês de amor às forças da natureza, é um exemplo destas atividades. Além de promover o bem-estar, ela ainda capacita o profissional para o ambiente corporativo.
Vantagens da prática
Para o diretor comercial da CSF Storage – empresa de tecnologia – Moacir Ladeira, é uma luta essencialmente defensiva, baseada em movimentos fluidos e circulares que ajudam a desenvolver a disciplina e organização, por meio de técnicas que podem incluir armas como espadas, facas de madeira e bastão.
Para ele, é um verdadeiro exercício de autocontrole. “Aprendemos com paciência e com concentração a controlar os atos e avaliar os caminhos que queremos seguir e onde devemos chegar“, explicou.
Colaboração: http://economia.uol.com.br
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30/09/2009
Existem vários estilos no Aikidô. Nos dojôs e em demonstrações, podemos ver que cada praticante possui um estilo diferente: movimentos lentos, movimentos rápidos, movimentos vigorosos, movimentos que parecem uma dança e muitos outros.
Mas, por quê? Isto porque o Aikidô é uma arte de grande amplitude. O objetivo do Aikidô não é impressionar os outros com a força física, mas sim expressar os movimentos do espírito através do corpo. Além do que os movimentos do Aikidô são relativos ao parceiro, ficando mais lento se o parceiro for lento ou mais rápido se o parceiro for mais rápido, e mais, os movimentos dependem das características físicas e dos pensamentos de cada um.
O fundador Morihei Ueshiba pregava severamente sobre a importância do espírito, mas parece que ele não enquadrava detalhadamente os movimentos. Entre as palavras do fundador existe uma que diz: “No Aikidô não existem formas. Não existindo formas, é tudo um aprendizado do espírito. Não se pode apegar às formas. Isto porque impossibilita a execução de movimentos delicados. A partir do corpo, tudo o que possui uma forma é chamado de “HAKU”. O espírito de tudo o que existe é chamado de “KON”, e nosso objetivo é aprender o aperfeiçoamento do “KON”. Hoje tudo é centralizado no “HAKU”, mas “KON” e “HAKU” sempre devem estar juntos. O “KON” é que deve controlar o “HAKU” “. Isto nos mostra que o ideal do Aikidô é de que o espírito é o principal, devendo o corpo se movimentar de acordo com o movimento do espírito.
Assim, todo o movimento oriundo do espírito do “Aiki” seria Aikidô. O problema é que sem uma forma determinada, é impossível aprender. Sendo assim, foram criadas técnicas básicas (KIHON), por exemplo: dai-itikyo, dai-nikyo, shiho-nague, etc. para que se possa treinar metodicamente. A partir do KIHON, devemos aprender os movimentos esféricos e por meio deste, sentir o Ki, para atingirmos a essência do Aiki. Este é o caminho indicado pelo fundador.
Vendo as demonstrações dos alto-graduados, apesar dos estilos diferentes, sempre existem movimentos circulares, o que nos impressiona. Os movimentos circulares são a manifestação do espírito do Aiki, sendo isto o princípio do Aikidô.
Existem vários dojôs de Aikidô, mas o importante é que o instrutor consiga ensinar os movimentos circulares através dos treinos básicos. O mais importante é aprender os movimentos circulares através do treino persistente do KIHON. O fundador disse “Eu sou o que sou hoje, pelos 60 anos que treinei o KIHON“. São palavras que advertem os que, sem saber o KIHON, tentar apenas imitar superficialmente as técnicas.
*Makoto Nishida – 6o. Dan de Aikidô – Representante de FEPAI
Colaboração: www.linseidojo.com.br
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Aikidô, Textos Interessantes | Marcado: 10 anos Academia Central de Aikidô de Natal, Academia Central de Aikidô de Natal, ACAN, Agilidade, Aiki, Aikidô, Aikidô Natal, Aikidoísta, Aikidoca, Alongamento, Amizade, Aprendizado, Aprendizagem, Arte, Arte Marcial, Atenção, Autoconhecimento, Autodefesa, Ô-Sensei, Budô, Calma, Caminho, Círculo, Circular, Circularidade, Confiança, Confraternização, Coragem, Corpo, Cortesia, Dai-itikyo, Dai-nikyo, Dô, Dôgi, Defesa Pessoal, Demonstração de Aikidô, Disciplina, Dojo, Energia, Equilíbrio, Esfera Dinâmica, Espírito, Espírito Marcial, FEPAI, Flexibilidade, Forma, Haku, Harmonia, humildade, Impressões sobre o Aikidô, Iwama, Japão, Kata, Kawai Sensei, Kihon, Kimono, Kon, Lealdade, Leveza, Linsei Dojo, Makoto Nishida, Mente, Morihei Ueshiba, Movimento, Nage, Paz, Pensamento, Postura, Raízes do Aikidô, Redondo, Respeito, Respiração, Reverência, Rodrigo Calandra Martina, Rolamento, Saúde, Satisfação, Sensei, Sensei Gabriel Lopes, Sensei James Carlos, Sensei Marco Antonio, Sensei Rodrigo, Sensei Sergio Pellissari, Shiho-nague, Sorriso, Tatame, Técnica, Treinamento, Treino, Uke, Vazio, Vinicius Brasil, Yudansha, Yudanshakai |
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17/07/2009
Normalmente enxergamos a função do Uke como sendo simplesmente ser imobilizado, arremessado ou ferido. Nada poderia estar mais distante de sua verdadeira função durante o treinamento. Aprender a receber corretamente uma determinada técnica, proporcionando ao parceiro a possibilidade de estudá-la corretamente é algo realmente difícil.
Geralmente cedemos com relutância nosso corpo ao parceiro, esperando somente nossa vez de executar a técnica. Agindo dessa forma impedimos o crescimento de nosso parceiro e o nosso próprio, e pior ainda, acabamos por cultivar os sentimentos mais baixos como o ódio, o rancor e a vingança. . . Acabando por passá-los também ao parceiro, criando assim um círculo vicioso que somente terá fim com a destruição de ambos.
Muitas vezes durante o treinamento colocamos o fardo de nossa própria segurança excessivamente sobre os ombros do Nague, culpando-o por nossa falta de naturalidade e capacidade que muitas vezes vem de uma total falta de vontade em doar-se.
Aprender a receber um Ukemi leva muito tempo, mas certamente levará uma eternidade se o Uke não aprender a doar-se completa e construtivamente à sua função. Quando digo doar-se, quero dizer que você deve ir além do conceito que tenha sobre suas próprias limitações, e somente conseguirá isso cultivando a modéstia e a sinceridade além de uma atitude de cooperação.
O medo faz parte de nosso dia a dia, o Ukemi ensina não como extingui-lo, mas sim visualizá-lo como realmente é, nos possibilitando usá-lo de uma forma construtiva em nossa vida. Normalmente o receio de nos ferir faz com que acabemos por agir de uma maneira destrutiva para com os outros, utilizando como ferramentas os sentimentos como o ódio, rancor, repulsa e inveja. O verdadeiro estudo do Ukemi cultiva valores mais elevados, que nos conduzem à uma compreensão da verdadeira função do medo em nossa vida.
Abaixo coloco algumas indicações que consegui nos últimos anos, que podem ajudar à aprimorar sua arte do Ukemi e conseqüentemente seu Aikidô:
1) Enquanto iniciante esforce-se para aprimorar as qualidades físicas de seu Ukemi. É através dele que você alcançará uma compreensão melhor do coração do Aikidô.
2) Logicamente existem barreiras físicas e psicológicas difíceis de serem superadas mas não impossíveis, confie em seu instrutor, aprender a doar-se também significa aprender a confiar.
3) Quando mais experiente, aprimore-se a ponto de não opor uma resistência negativa ao Nague, mesmo que ele tente ferir-lhe aprenda a envolver-lhe no calor de seu coração transformando sua atitude de destruição em uma atitude de crescimento mútuo.
4) Cultive a entrega de si mesmo ao aprimoramento não seu, mas de seu parceiro. Isso lhe abrirá portas que jamais sonhou existirem.
* Rubens Caruso Júnior – 4° Dan de Aikidô – Aikidô Nova Era
Colaboração: www.aikidonovaera.com.br
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16/07/2009
“Isso realmente funciona?” O ideal de qualquer budoka é ser capaz de executar técnicas eficientes.
Na desafiante busca pela técnica eficiente, há duas palavras japonesas – ouyouwaza e henkawaza – que descrevem conceitos essenciais para que “a técnica realmente funcione”.
Em termos simples, ouyouwaza é o estudo de como tornar uma técnica efetiva, ou como conseguir realizar o trabalho. É parecido a usar um copo de bebida para guardar uma flor, quando não há um vaso disponível; ou como temperar um prato com molho de soja, quando o saleiro está vazio. O aspecto de adaptação e/ou mudança está inerente à definição de ouyouwaza, e uma certa intenção está implícita.
Henkawaza é de certa forma mais claro e refere-se ao estudo de como uma técnica muda para outra – ikkio em nikyo, por exemplo, ou ikkio em shihonague. Henkawaza entra em nosso treinamento quando começamos a aprender como mudar espontaneamente de uma técnica para outra, quando percebemos que a primeira técnica não é efetiva em certa situação. Por exemplo, podemos começar uma técnica, porém percebemos que nosso parceiro está resistindo – assim mudamos nossa técnica para usar esta resistência para transformar a técnica em outra.
Embora não possamos claramente recorrer à um destes dois conceitos durante nosso treinamento no budô, as chances são que todos os estudantes têm deparado-se tanto com o henkawaza como com o ouyouwaza durante a prática diária.
Pode-se dizer que ouyouwaza é a próxima fase depois do kihonwaza (técnica básica). É necessário anos para estabelecer nosso repertório básico, aprendendo a executar com confiança o passo a passo, movimentos básicos do kihonwaza – e no final alterar livremente estes e engajar-se na fascinante pesquisa de como “fazer o budô funcionar em uma situação real”.
Todos nós sabemos que em uma seção típica de treinamento, nosso parceiro está, na maior parte do tempo, cooperando e recebendo ukemi de nós. Porém, quando nosso parceiro ou oponente decide experimentar resistindo com força muscular ou o “centro,” aprendemos uma dura lição – “Isto não funciona.” Nesta situação, temos de ser capazes de extrair algo de tudo que aprendemos até então, a fim de tornar nossas técnicas eficientes com parceiros não cooperativos.
Ouyouwaza e henkawaza se misturam um pouco no significado, ambos significam técnicas que cultivam a habilidade de pensar livremente e mover-se sem restrição/força. Em nosso escolhido Budô, treinamos para conseguir esta abertura, fluida intenção/tendência através do treinamento de randori (estilo livre), kumite (disputa) e o treinamento de shiai (competição). O mérito destas práticas é que elas todas exigem e reforçam a consciência flexível, enquanto demonstram a ilusão das técnicas especificas pré-concebidas.
Tradução: Rubens Caruso Jr. – Aikidô Nova Era – www.aikidonovaera.com.br
Colaboração: www.bujindesign.com
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02/07/2009
Shomenuchi ikkyo é provavelmente a técnica mais praticada do Aikidô. Muitos instrutores vêem essa técnica como o pilar do Aikidô básico e frequentemente começam a prática em suas aulas com shomenuchi ikkyo omote. Além disso, é dito que o fundador ensinou muito essa técnica tanto antes como depois da guerra.
Como essa técnica é tipicamente praticada hoje em dia nos dojô(s) de Aikidô? O ukê inicia o ataque com um golpe shomenuchi contra o tori. O tori recebe o golpe, empurra o braço do atacante para trás ou para o lado enquanto dá um passo com o pé de trás para desequilibrar o atacante, e finalmente aplica o ikkyo. Esta é, claro, uma maneira muito simplificada de descrever o que é de fato um complexo processo físico, mas qualquer aikidoka reconhecerá o padrão de movimento que descrevi.
Eu tenho praticado esta técnica por anos, como está descrita acima, em aulas com diversos professores. Eu sempre considerei shomenuchi ikkyo omote difícil de ser executado com perfeição porque a coordenação do momento de se encontrar com o ataque shomenuchi é o ponto crítico. Se o praticante estiver um segundo atrasado ao responder o golpe de ataque, a técnica pode se tornar um choque de forças opostas que termina com uma batalha para se determinar quem tem o movimento de quadril mais estável ou maior força nos braços e ombros. Ela contrasta com outras técnicas básicas do Aikidô como yokomenuchi shihonage, munetsuki kotegaeshi, e várias outras, em que o objetivo é se retirar da linha de ataque, se unir à energia que se aproxima, e então aplicar uma técnica apropriada e depois uma imobilização. Nestas a força não é o mais importante porque a técnica não envolve confrontação direta. Estas técnicas são claramente do “tipo aiki” em suas manifestações físicas.
Por muito tempo eu atribuí minha dificuldade em executar o shomenuchi ikkyo à minha inabilidade de compreender o conceito fundamental ou à minha técnica ainda fraca. Então, em 1973, 11 anos após começar no Aikidô, eu entrei em contato com um método diferente de prática. Passei um mês em Shingu, na prefeitura de Wakayama, treinando com Michio Hikitsuchi Sensei. A forma que o Sensei Hikitsuchi adotava se dava com o tori realmente iniciando a técnica, executando um atemi contra a cabeça do ukê. O ukê, apesar de ser quem seria arremessado, era forçado a proteger sua cabeça bloqueando o atemi, e então, estando desequilibrado, ele seria facilmente arremessado. Praticar dessa maneira era novidade para mim, e não gostei disso. O ritmo do treino era muito rápido, e, no papel de ukê, assim que me levantava de uma queda, a mão do meu parceiro já estava novamente no meu rosto. Eu pensei “como isso pode ser Aikidô, se eu, o atacante, estou sendo atacado”?
Alguns anos depois, em 1977, eu me mudei de vez para o Japão, e treinei no Dojô de Iwama com Morihiro Saito Sensei. Lá o shomenuchi ikkyo era praticado de maneira semelhante. O tori iniciava a técnica com um atemi, o ukê bloqueava e era então arremessado e imobilizado. Saito Sensei declarou que era assim que a técnica era ensinada pelo fundador Morihei Ueshiba nos anos que se seguiram a segunda Guerra Mundial. Finalmente eu me acostumei a praticar o shomenuchi ikkyo desta forma e não mais tive dificuldade em executar a técnica.
Mais tarde, em 1981, enquanto entrevistava um dos ushideshi de Morihei Ueshiba Sensei de antes da guerra, eu vi pela primeira vez o manual técnico Budô ao qual sempre nos referimos nas páginas do Aiki News. O Fundador descreve a execução correta do shomenuchi ikkyo com as seguintes palavras: “1) avance com a perna direita e ataque o rosto do parceiro com a mão direita. Seu parceiro bloqueia com a mão direita. 2) Segure o pulso direito do parceiro com sua mão direita e seu cotovelo firmemente com sua mão esquerda. 3) Movendo o quadril, traga o braço do parceiro de forma espiral para baixo na sua frente, então dê um passo largo com sua perna esquerda. 4) Puxe a sua perna direita em frente. 5) Pressione seu joelho esquerdo contra a área da axila direita do parceiro e com a mão direta segurando seu pulso, estenda o braço do ukê e faça a imobilização.” (AN#48, pp. 8-9).
É claro que o fundador praticava esta importante técnica básica em 1938 quando Budô foi publicado. Alguns dizem que as técnicas publicadas neste manual representam o aiki budô de antes da guerra, e que as técnicas do fundador mudaram após a guerra. Eles estão certos, mas só até certo ponto. Existem claras evidências de que Ô-Sensei ensinava muitas técnicas básicas de Aikidô de uma maneira muito semelhante ao seu estilo anterior à guerra mesmo depois, durante o período de Iwama e ao menos até meados de 1950. Nos filmes do fundador durante seus últimos anos, ele executa o shomenuchi ikkyo omote sem mover muito os pés, mas ele nunca espera muito pelo atacante para desferir um poderoso ataque sobre a cabeça. Ele está sempre à frente do ataque e nunca se choca com o ukê. Eu atribuo a falta de um claro trabalho de pés e de taisabaki neste ultimo estágio de sua vida à sua idade avançada e dificuldade de se mover livremente como antes.
Pessoalmente, eu considero as explicações do fundador sobre as técnicas básicas contidas nas páginas do Budô e como ensinadas no período de Iwama como sendo a “gramática” do Aikidô. O Aikidô pode agora ser raramente ensinado desta forma, mas nossa compreensão histórica da arte avançou a um ponto em que a técnica e a metodologia pedagógica de Morihei Ueshiba estão bem documentadas. E fica evidente que estes métodos ainda são considerados importantes, visto a recente autorização do Doshu Kisshomaru Ueshiba para a publicação de uma tradução para o inglês do Budô, pela prestigiosa editora Kodansha. Além disso, espera-se para breve uma reedição do livro em japonês.
O Aikidô, devido às suas características próprias como uma arte marcial ética, parece destinado a atrair muitas pessoas pelo mundo. Como tal, seu conteúdo técnico passará por uma análise detalhada e a arte será comparada às outras artes marciais. Se técnicas feitas como se fossem uma dança e praticadas de maneira descuidada, que contrariam as bases marciais fundamentais do Aikidô de Morihei Ueshiba, forem usadas como exemplo para tais comparações, temo que o Aikidô será considerado despido de um sentido técnico. Praticantes avançados de Aikidô, e particularmente quem tem um dojô sob sua responsabilidade, tem o dever para com eles mesmos e para com a arte de reavaliar o conteúdo de seu treinamento constantemente. Os ataques durante a prática são sinceros e fortes? O equilíbrio do atacante é quebrado antes que se aplique pressão ou antes da execução de uma queda? A queda é bem executada e seguida de um movimento de imobilização eficiente que impede qualquer fuga? Essas coisas devem sempre ser lembradas. E, finalmente, apesar de não podermos aprender diretamente do fundador, seu legado permanece para todos os que buscam explorar a genialidade de suas teorias e técnicas.
Tradução: Jaqueline Sá Freire – Hikari Dojo – RJ
Colaboração: www.aikidojournal.com
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18/06/2009
Kishomaru Ueshiba foi o filho caçula de Morihei Ueshiba, fundador do Aikidô. Nasceu na cidade de Ayabe no dia 27 de Junho de 1921.
Kishomaru começou a treinar seriamente enquanto era adolescente no ano de 1937 e, em 1938, já aparecia recebendo ukemi de seu pai no livro BUDÔ. Ele se tornou o diretor do Kobukan Dojô enquanto ainda estudava na universidade em 1942, logo após a retirada de seu pai para Iwama. Em 1946, se formou pela universidade de Waseda em Economia.
Depois da guerra, no começo de 1948, Kishomaru supervisionou o desenvolvimento do novo Aikikai Hombu Dojô. Ficou empregado por alguns anos em uma empresa de seguros até largar este emprego definitivamente em 1955 e dedicar-se totalmente ao crescimento da Aikikai. Em 1957, Kishomaru publicou seu primeiro livro sobre Aikidô que tornou-se um sucesso sendo editado diversas vezes. Desde então, ele foi autor de mais de 20 volumes sobre a arte.
Em 1963, Kishomaru fez sua primeira viagem internacional para os Estados Unidos e, subsequentemente, viajou em diversas ocasiões para a América do Norte, do Sul e Europa. Kishomaru Ueshiba teve papel fundamental na expansão e divulgação da organização Aikikai em torno do mundo. Sua influência técnica também foi muito grande.
Kishomaru gradualmente modificou o currículo técnico da Aikikai reduzindo o número de técnicas ensinadas e padronizando a nomenclatura. O seu estilo de movimentos fluídos ainda é utilizado em diversos dojôs.
Após a morte de seu pai em 1969, Kisshomaru herdou o título de Doshu que significa “O Guardião do Caminho.”
Kishomaru esteve em visita ao Brasil nos anos de 1978 e 1990.
No dia 04 de Janeiro de 1999, Kishomaru faleceu aos 77 anos.
Colaboração: www.aikidobr.com.br
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07/05/2009
As vezes me espanto com o que vejo ou leio sobre Aikidô. Muitas pessoas desejando dizer o que é e o que não é Aikidô. Ou que isso parece ser Aikidô “mágico”, que aquilo é um Aikidô eficiente para as ruas, ou que é um Aikidô de combate, ou que é um Aikidô para um pequeno grupo, ou que o professor é isso ou aquilo. Isso parece acontecer com quase tudo na comunidade do Aikidô. Mesmo dentro de um dojô freqüentemente existem várias opiniões diferentes sobre o que constitui o Aikidô. Eu tenho minha opinião baseada em meus treinos e minha experiência de vida assim como cada um de vocês.
O que torna a atividade em que estamos engajados Aikidô e não outra coisa? Seria o fato de que há apenas um pequeno número de técnicas no vocabulário? Seria nossa habilidade de arremessar o parceiro ou de causar dor e/ou ferimento em outras pessoas que torna isso Aikidô? Deixe-me oferecer uma observação de meu ponto de vista. Eu vou de dojô em dojô e encontro pessoas envolvidas com violência controlada que chamam o que fazem de “Aikidô”. Eu vejo faz-de-conta, graduados de “vida-ou-morte”, pretensos vencedores e pretensos perdedores. Tori usando apenas a força suficiente para causar dor ao uke ou para arremessar o uke, e o uke oferecendo apenas resistência suficiente para receber a dor ou para ser arremessado. Eu acho que isso é “quase Aikidô” ou “Aikidô razoavelmente bom” porque as pessoas fazem isso há anos e parecem felizes em continuar assim. O nage nunca usa toda a sua força por medo de causar ferimento ou morte ao uke. Assim a técnica do nage nunca é realmente verdadeira e o uke normalmente segue o nage sem oferecer muita resistência, ajudando o nage a se sentir poderoso e com domínio da técnica e o ukemi do uke nunca é verdadeiro.
Isso pode ser bom para o iniciante do Aikidô, quando o estudante está em estado reacionário, reagindo ao estímulo físico do ataque do nage. Neste estágio, uke e nage estão criando a forma. Isso é tudo em que eles deveriam se concentrar. Postura correta, distância apropriada e uma interação física forte resultando em uma técnica corretamente formada e executada. Isso deveria ser feito por tantos anos quantos fossem necessários para serem capazes de aplicar a forma da técnica sem ter que pensar (no desenvolvimento de um aluno de Aikidô, este estágio é “shu“.
Shu é o estágio em que o estudante continua repetindo o ato físico da técnica ou kata pelo tempo necessário para que o ato se torne inato, que dependendo do estudante pode levar anos. Entretanto deveríamos seguir para o próximo estágio do desenvolvimento, que é a “interação”. Neste estágio começamos a entender a função das formas e como elas se relacionam conosco e nossos parceiros. Uke e nage deveriam estar em condição de interagir espontaneamente e naturalmente implementando a forma suprema com a função. É nesse ponto que realmente começamos a fazer Aikidô, ao invés de fazer técnicas com as pessoas.
A função será uma coisa no início dos anos de treinamento, e será outra coisa ao final. Infelizmente, pelo que vejo, as pessoas ficam presas ao final da primeira parte desse processo de aprendizado porque ele tem poder sobre os outros com a forma técnica e domínio com a função técnica. Alguns atingem altas graduações, mas nunca deixam essa área porque é isso o que eles consideram como Aikidô, e isso se ajusta às suas necessidades. Não estou dizendo que eles não estão praticando Aikidô. Estou dizendo é que o que eles estão fazendo não é o que eu considero como sendo Aikidô, o que é muito diferente. Acredito que o Aikidô é suficientemente grande para incorporar muitos pontos de vista. Acredito que se deve continuar com o treino e trabalhar com a função da interação até que isso tenha um significado pessoal maior que a vitória sobre os outros. Com algum grau de maestria sobre as formas e função do Aikidô, a pessoa deve começar a sentir compaixão pelos outros. O desejo de domínio físico sobre outras pessoas deve começar a desaparecer. A habilidade permanecerá, é claro.
Durante os anos de interação a função do Aikidô transforma um poderoso praticante de artes marciais em um ser humano hábil, confiante e compassivo. Neste momento temos maestria sobre a forma e internalizamos as funções até que se tornam como andar e respirar, e não são mais compartimentalizadas como marciais. No treinamento, esta seria a fase “ha“. Ha é o trabalho da análise das formas e funções (neste caso) do Aikidô.
Então é o momento de começar a “separar” forma e função para revelar o conteúdo da atividade e seu efeito sobre minha vida e avaliar o significado para mim e como isso se integra ao que eu sou. Aikidô se torna verdadeiramente meu quando passo do Aikidô reacionário ao Aikidô de interação, e agora estou pronto para o Aikidô proativo. Muitos chamariam este estágio do desenvolvimento do Aikido de “ri,” então vou chamá-lo assim também.
Ri é o estágio de tornar o Aikidô “nosso”. Neste estágio, devemos estar prontos para explorar além das fronteiras do que aprendemos. Ri é o momento de abrir as asas e voar. Com o Aikidô proativo tanto o uke quanto o nage podem praticar com 100% de honestidade. Com confiança nas habilidades de cada um, o verdadeiro Aikidô pode acontecer. Não fazendo Aikidô “ao outro”, mas juntos, um com o outro, a maior parte do elemento perigo é muito reduzido. O Uke pode se propor a fazer um ataque honesto com 100% de força e não oferecer nenhuma ajuda ao nage, e o nage pode redirecionar toda a força sem se conter e sem ajudar o uke. Com o uke sendo sensível à intenção do nage e o nage sensível à intenção do uke (a intenção mudará para ambos durante a ação), o Aikidô pode acontecer.
As vezes as pessoas levam isso a extremos, não chegando nem remotamente perto do contato físico. Mas se o uke está sendo 100% uke e o nage está sendo 100% nage, e ambos usam suprema forma e função, então quem pode dizer que o conteúdo não é Aikidô? Apesar de não ser meu estilo, eu posso ver a verdade nesse treinamento. Ir ao dojô diariamente para receber dor também não é a minha idéia de treinamento de Aikidô.
Meu lado durão que não levava desaforo para casa se quebrou há muito tempo. Eu sigo em frente, usando o que acredito ser Aikidô como maneira de prosseguir. O que quero dizer com isso? Digamos que meu parceiro dê um soco não muito convincente em minha direção. Eu redireciono a energia do soco para o chão usando qualquer forma que esteja à mão. Não há energia suficiente no soco para levar meu parceiro para o chão e a função da forma foi atingida ao ser dispersada a energia, então apenas deixo estar assim. A função da forma restabeleceu a harmonia e o conteúdo do ato é Aikidô. Então, se acho necessário continuar a forma para arremessar meu parceiro ou levá-lo ao chão, eu não mais estou fazendo Aikidô com meu parceiro, estou praticando a técnica com ele. Para mim há uma enorme e significativa diferença nisso.
Tradução: Instituto Takemusso, São Paulo
* Dennis Hooker Sensei – Aikido 6º Dan, Schools of Ueshiba, Muso Jikiden Eishin-Ryu Iaijutsu 4º Dan, Shindai Dojo, Orlando – Flórida
Colaboração: www.portalaikido.com.br
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13/04/2009
Sábado, 18/04/2009, 16h, na Academia Central de Aikidô de Natal, acontecerá mais um evento de troca de faixas. O evento, além de exame de faixa serve como confraternização entre os alunos dos diversos horários, seus familiares e amigos. Compareça você também. Leve um prato de doce ou salgado, sua bebida (não alcoólica) e comemore a harmonia, energia e as realizações.
Local: Academia Central de Aikidô de Natal – ACAN
Dia e Hora: Sábado – 18/04/2009 – 16h
Endereço: Rua Professor João Ferreira de Melo – Capim Macio – Fundos do CCAB Sul
Telefone: (84) 3217-9182
Site: www.aikidorn.com.br
By IMPRESSÕES – www.impressione.wordpress.com
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Aikidô, Notícias | Marcado: 10 anos Academia Central de Aikidô de Natal, Abraço, Academia Central de Aikidô de Natal, Agilidade, Aikidô, Aikidô Natal, Aikidoísta, Aikidoca, Alongamento, Amizade, Aprendizagem, Arte Marcial, Atenção, Autoconhecimento, Autodefesa, Ô-Sensei, Budô, Calma, Caminho, Confiança, Confraternização, Coragem, Corpo, Cortesia, Dô, Dôgi, Defesa Pessoal, Disciplina, Dojo, Energia, Equilíbrio, Esfera Dinâmica, Espírito Marcial, Exame de Faixa, Flexibilidade, Harmonia, humildade, Impressões sobre o Aikidô, Japão, Kawai Sensei, Kimono, Lealdade, Leveza, Mente, Morihei Ueshiba, Nage, Paz, Postura, Raízes do Aikidô, Redondo, Respeito, Respiração, Reverência, Rodrigo Calandra Martina, Rolamento, Saúde, Satisfação, Sensei, Sensei Gabriel Lopes, Sensei James Carlos, Sensei Marco Antonio, Sensei Rodrigo, Sensei Sergio Pellissari, Sorriso, Tatame, Técnica, Treinamento, Treino, Uke, Vazio, Yudansha, Yudanshakai |
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Escrito por IMPRESSÕES
13/03/2009
Há muito tempo atrás em uma terra distante… brincadeira. Foi a aproximadamente uns 6 anos que conheci o Aikidô por intermédio do Daniel Dantas, hoje casado com Daniele que ele havia conhecido no dojô (o casal Dan Dan para quem lembrar). E lembro que depois de muita insistência, muitos filmes e histórias sobre o Aikidô, resolvi ir conferir essa arte marcial de que tanto tinha ouvido falar. Ao chegar no dojô, lembro como se fosse hoje, senti uma ótima sensação no lugar, para dizer a verdade eu me senti em paz, estranho admito, mas foi o que senti. Quando entrei achei esquisito a reverência feita pelo meu amigo a uma foto na parede e vi que todos que entravam e saiam do lugar faziam o mesmo, então perguntei: “Bicho que esquema é esse de reverência? É uma religião isso?” Foi me explicado que a reverência era uma forma de demonstrar respeito para com o fundador da arte, achei bem legal esse lance de mostrar respeito para com as raízes do Aikidô. Na ocasião estava ocorrendo aula de Sensei Marco e ao me aproximar do tatame Daniel foi falando nomes estranhos: “Olha, esse rolamento é chamado Mae Kaiten Ukemi e esse é Ushiro Hanten Ukemi…” dentre outros nomes que na época achei estranhíssimo e perguntei se tínhamos que ficar decorando tais nomes, ele explicou que os nomes são a descrição dos movimentos e que com o tempo aprenderia os seus significados.
Daniel levou-me para conhecer os Sensei(s) que estavam conversando no escritório do dojô, Sensei James e Sensei Sérgio, eles chegaram e foram dando logo um abraço, achei isso muito esquisito, mas todos no dojô se cumprimentavam com grandes abraços, não tinha, até então, o costume de abraçar as pessoas, mudei isto depois de começar a treinar, pois o abraço é uma ótima forma de transmitir energia ao próximo e equilibrá-la. Os Sensei(s) me explicaram um pouco sobre a arte e sobre o funcionamento do dojô e fui logo convidado a treinar. Quando respondi de não tinha uma roupa para participar, Daniel logo tirou uma roupa e disse: “Usa o meu dôgi, tenho três!.” Pensei “ Dôgi? Que danado é dôgi??, lembro. Então vesti o dôgi e fui para o tatame participar da aula de Sensei James.
Para mim, foi muito engraçado a primeira aula, pois não acertava os rolamentos nem os movimentos, no entanto, Daniel e Sensei James se mostraram bem atenciosos em passar as técnicas. Lembro que logo nos primeiros alongamentos percebi o quanto estava sedentário e o quanto eles me seriam úteis.
No fim do treinamento estava acabado, mas muito motivado com as possibilidades que o treino me oferecia. Lembro também que achei muito estranho as pessoas se abraçarem no final de cada treino, como disse anteriormente, não tinha este costume, mas achei bem legal esta troca de energias. No caminho de volta indaguei meu amigo: “Cara eu estou precisando de uma atividade física para perder peso e acho que esse tal de Aikidô deve servir, mas eu não dei nem um chute! Que arte marcial é esta que não tem nem um chute!? Como vou exercitar minhas pernas?” Ele riu e disse “Espere amanhã e me diga como estão suas pernas. E enquanto ao chute, não se preocupe, pois você não vai precisar dele. O praticante de Aikidô trabalha em cima da energia recebida por ele de seu parceiro, então quanto mais energia melhor a técnica, então imagine o que poderia ser feito a alguém que chutasse uma Sensei de Aikidô?”. Como não tinha conhecimento sobre as técnicas, na minha mente não veio nada, foi um branco total!!! .Na manhã seguinte minhas pernas pareciam de chumbo, morava, na ocasião no quarto andar de um prédio sem elevador, foi um verdadeiro martírio descer e subir as escadas naquele dia. Mas estava decidido a continuar a praticar uma atividade que tinha se mostrado muito prazerosa…
O tempo foi passando e continuei praticando até atingir a faixa azul e dos vários momentos vividos no treino vou destacar alguns:
– Primeiro exame de faixa:
Na época era puro nervosismo, lembro que minha mão tremia muito, principalmente na hora dos Shomen-Uti e companhia… Era todo duro e para realizar cada movimento parecia que estava arrastando uma montanha de tão tenso.
– Último exame de faixa:
Na época Sensei Rodrigo estava no dojô e eram somente 3 faixas verdes, contando comigo, para realizar o exame para faixa azul. Quando chegou nossa vez, depois de muito tempo esperando, diga-se de passagem, eram muitos alunos na troca de faixa. Sensei Rodrigo olhou, viu que nosso exame iria demorar muito, pois teríamos que nos revezar para apresentar as várias técnicas necessárias e propôs que os Sensei(s) fossem os uke, nesta hora quase tive um infarto, e o mesmo se prontificou para ser um dos uke dizendo: “Alguém que fazer o exame comigo?”, com estava na sua frente e logo o chamei para ser meu uke, o que aceitou com o sorriso de sempre. E de repente apareceu um monte de câmeras e filmadoras apontadas para nós, pois Sensei Rodrigo é o fundador da Academia na cidade, pense como fiquei nervoso nesse momento!!. Mas o exame transcorreu normalmente, apesar de umas escorregas aqui e acolá.
– “Caída de ficha”, sabe aquele momento que após uma dica as coisas parecem mais claras? Estes foram alguns deles.
“Redondo…” – Sensei Gabriel ao ver minha dificuldade em realizar os rolamentos, parecia um paralelepípedo “rolando”. Depois desse toque senti que meus rolamentos ficaram mais “redondos” mesmo.
“Feche os olhos e pense que está andando em pé...” – Sensei Marcos ao ver minha dificuldade em realizar o Shikko. Depois desse toque não tive mais dificuldades em realizar o movimento.
“Vazio” – O Sensei Sérgio estava demonstrando uma técnica em Suwari Waza onde eu, como seu uke, precisava aplicar força em uma pegada no punho e o Sensei com um rápido movimento me projetou para longe caindo em rolamento a uma boa distância atrás dele. Nesse movimento senti realmente um vazio, vazio este que traga a pessoa e neste momento somos completamente conduzidos para onde o Sensei desejar. Foi um momento muito importante, pois percebi a “esfera dinâmica” em pleno funcionamento.
ALBERTO LUCIANO BRITO LESSA – 2º Kyu (Faixa-Azul) de Aikidô – a mais de 2 anos afastado… sei que vou voltar.
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Boa noite! Não se preocupe continue fazendo o que o seu sensei te orientou... A questão do uso do hakama…