Aikidô – Técnicas Básicas – Kihon Waza – Por Morihiro Saito Shihan

20/02/2013

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A importância de uma sólida compreensão das técnicas básicas não pode ser deixada de lado. Muitas escolas de Aikidô ensinam principalmente Ki no Nagare, ou seja, técnicas com fluidez de Ki. Neste tipo de treinamento, as técnicas são executadas a partir de um movimento inicial dispensando totalmente a prática básica onde você permite ser agarrado firmemente. Este tipo de prática pré-arranjada é bem sucedida somente quando ambos os parceiros cooperam completamente. Problemas ocorrem, no entanto, quando estudantes acostumados somente com este tipo de treinamento são confrontados com um oponente forte e não cooperativo. Treinando-se somente Ki no Nagare fica-se totalmente despreparado para a força e ferocidade de um ataque real. Os ataques fracos e não diretos realizados neste tipo de treinamento são comuns no moderno Aikidô, no entanto este modo de treinamento é totalmente contrário aos princípios marciais ensinados pelo fundador.

Aqueles que praticam as técnicas básicas, opostamente àqueles que treinam exclusivamente as técnicas em Ki no Nagare, aprendem como lidar progressivamente com ataques fortes. A fim de realizar isto, você deve estar certo de que quando estiver agarrando seu parceiro de treinamento, esteja fazendo-o firmemente e com uma real intenção. Se seu parceiro é incapaz de mover-se, então diminua a força de seu ataque até que ele ou ela seja capaz de executar uma técnica apropriada. Sempre regule a intensidade de seu ataque ao nível de seu parceiro.

No treinamento básico, todas as técnicas começam a partir de um Hanmi, ou postura preparatória. O Hanmi no Aikidô é uma postura triangular com o pé da frente voltado para frente e o pé de trás perpendicular ao frontal e voltado para o lado. A capacidade de mudar de posição rapidamente mantendo-se estável e girando os quadris completamente, depende de um apropriado Hanmi. As duas posições mais comuns são: Gyaku Hanmi (posição invertida) e Ai Hanmi (posição igual). Em Gyaku Hanmi você e seu parceiro têm os pés opostos à frente, enquanto que em Ai Hanmi ambos têm o mesmo pé a frente. Esta distinção é muito importante e, na maioria das vezes, o sucesso na execução das técnicas do Aikidô dependerá de iniciá-las no Hanmi apropriado.

Uma deficiência comum no treinamento de hoje é a falta da prática dos Atemi, ou ataques em pontos vitais. Os Atemi são usados para enfraquecer ou neutralizar um ataque do oponente para criar-se assim uma situação favorável na qual se pode executar uma técnica. Em muitas situações é virtualmente impossível desequilibrar um oponente forte, suficientemente para aplicar uma técnica sem recorrer-se ao Atemi. Aqueles que afirmam que o uso de tais ataques (executados com o intuito de tirar atenção do oponente do objetivo principal da técnica) é muito violento ou “não é Aikidô” ignoram os conceitos do Aikidô ensinados pelo fundador que dava grande ênfase sobre a necessidade de tais movimentos durante o treinamento. Os Atemi são uma parte essencial das técnicas básicas e também avançadas, e não devem ser omitidos de sua prática.

O fundador sempre iniciava as sessões práticas com os exercícios de Tai no Henko e Morote Tori Kokyo Ho. Ele terminava cada prática com o treinamento de Suwari Waza Kokyu Ho. Os exercícios de Tai no Henko constituem a base dos movimentos Ura, ou movimentos girando, e os dois Kokyu Ho, ou métodos de respirar, ensinam como respirar corretamente, a coordenação apropriada do corpo e como estender o Ki intensamente.

No treinamento do Aikidô nós abrimos nossos dedos para estender o Ki através dos braços. Abrir os dedos é uma forma de aprender as técnicas básicas, um treinamento que permitirá a você executá-las sem usar qualquer força. Abrindo os dedos quando seu pulso é subitamente agarrado torna-o mais grosso, e dá a você uma vantagem. Para aqueles aprendendo defesa pessoal é dito para abrirem seus dedos quando agarrados porque o braço torna-se difícil de segurar.

O Ki é algo adquirido naturalmente através da correta prática dos fundamentos básicos. Se você se preocupar de mais com o Ki, você será incapaz de mover-se. O Ki se manifestará por si mesmo naturalmente se você estiver treinando corretamente. Uma vez que você tenha desenvolvido o Ki, este fluirá livremente através de suas mãos mesmo quando seus dedos estiverem relaxados.

O fundador considerava as técnicas de Ikkyo até Sankyo como sendo movimentos preparatórios ao Aikidô. No Ikkyo você treina seu corpo; no Nikyo você “dobra” seu pulso para dentro estimulando e fortalecendo as juntas; no Sankyo você move seu pulso para fora na direção oposta. Através da prática destas técnicas, você desenvolve um corpo capaz de derrotar um inimigo com um único golpe. Estas técnicas básicas são sua preparação, e o treinamento nas técnicas do Aikidô começa através delas.

Outra parte essencial do treinamento dos fundamentos do Aikidô é o domínio da entrada e dos movimentos de giro. Se você decide avançar, você deve avançar totalmente. Se você decide girar para trás deve fazê-lo completamente. É difícil avançar depois de desviar um golpe, a menos que você possua uma vantagem em força. Portanto, gire sempre que necessário, como quando estiver em uma situação onde você seja incapaz de bloquear. A prática de técnicas girando é também necessária para se aprender como mover-se livremente.

Recentemente, o Termo “Takemussu Aiki” tem sido usado bastante livremente, porém parece que poucas pessoas compreendem seu significado. Takemussu Aiki refere-se a um estado onde técnicas nascem infinitamente como resultado do estudo dos princípios do Aikidô.

No treinamento do Aikidô – que inclui técnicas de mãos vazias, Aiki Ken e – é importante fazer claras distinções. Estas incluem as distinções entre Ikkyo e Nikyo, Omote e Ura, técnicas básicas e Ki no Nagare, e técnicas aplicadas (Oyowaza). Em uma recente viagem à Itália, experimentei executar tantas técnicas quanto podia. Concentrando-me apenas sobre as técnicas básicas, Ki no Nagare, variações e técnicas aplicadas, acabei por realizar mais de 4 centenas de técnicas, e estou certo de que o número teria subido para mais de 6 centenas caso tivesse incluído técnicas partindo da posição sentada, Hanmi Handachi (Atacante em pé, defensor sentado), e técnicas de contra-ataque.

Não importa quão esplendidamente as pessoas escrevam sobre Takemussu Aikidô, eles devem ser capazes de executar estas maravilhosas técnicas por si mesmas, se eles estão sendo considerados como professores. Se vocês continuarem a praticar assiduamente de acordo com o método tradicional, alcançarão o estágio onde serão capazes de executar um número infinito de técnicas desde as básicas até as mais avançadas.

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Tradução: Sensei Rubens Caruso Jr.

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Colaboração:

www.impressione.wordpress.com

www.aikidonovaera.com.br

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O Aikidô na Minha Vida – Por Giovanni Nóbrega de Paiva

17/03/2010

Sou professor de Educação Física (Judô e Aikidô) e pratiquei algumas artes marciais como: Karatê Shotokan, Kung Fu Shaolin, e atualmente pratico além do Aikidô, o Jiu-Jitsu.

Foi através do convite de uma aluna do Judô, que conheci a Academia Central de Aikidô, na época o Sensei da academia era Rodrigo Martins que foi uchideshi do Sensei Kawai. A empatia foi imediata, iniciei os treinos vivenciando no dia a dia toda etiqueta dessa arte, técnicas e um ambiente de muita harmonia, tudo muito parecido com os ensinamentos do judô.

Ao realizar as técnicas de Aikidô, percebi a sutileza e suavidade com que elas são aplicadas, e que é através dos movimentos circulares que os movimentos tornam-se ainda mais eficientes.    

Certa vez, um grande mestre estava meditando e observando a neve cair sobre as árvores, duas delas lhe chamaram a atenção: o salgueiro e o carvalho, quando a neve caía sobre os galhos do carvalho, acumulavam-se em grande volume, visto que, os galhos eram robustos e suportavam por um determinado tempo o peso da neve, mas rompiam-se bruscamente promovendo conflito, já o salgueiro era diferente ao receber a neve, por menor que fosse a quantidade, dobrava-se com flexibilidade, deixando a neve cair sem nenhum esforço e depois retornava ao estado inicial.

Com isso, o mestre verificou que ceder é mais interessante que se opor, ser flexível e adaptar-se sem confronto é melhor e gera menos conflitos, a partir dessa reflexão criou-se a primeira academia, a do coração do salgueiro.

O Aikidô por se tratar de uma arte mais sutil e suave não precisa da neve, mas da suavidade do vento para ceder sem conflito e promover uma nova perspectiva de caminho ou direcionamento, em que ambos (sem conflito e resistência) resolvem percorrer harmonicamente.

* Giovanni Nóbrega de Paiva é graduado em Aikidô (Faixa-Preta 3º Grau – Sandan) pela Academia Central de Aikidô de Natal

Colaboração: www.aikidorn.com.br


A Respiração no Aikido – Um Caminho para a Harmonia – Por Maria Cristina Cuono Pereira

08/03/2010

“Para viver, precisamos respirar – em japonês ’kokyu’. Podemos sobreviver durante semanas sem comida, durante dias sem água, mas não podemos deixar de respirar por mais que alguns minutos.” – Mitsugi Saotome

Quando se inicia na prática do Aikido sempre se ouve do Sensei que tudo é fluido e que se deve trabalhar a circularidade para se obter energia e proteção… Esse aspecto, à primeira vista tão contraditório quando se fala em Artes Marciais – o que sempre recorre à idéia de ataques violentos em pontos vitais, reveste-se de importância capital.

Numa visão inicial, tem-se a sensação de que tudo isso não faz parte da realidade dessa arte marcial e que o necessário é, realmente, atacar o nosso oponente. Ledo engano.

Depois de alguns anos de prática, pode-se perceber toda essa circularidade, incansavelmente citada desde o início dos treinos e que mais importante do que atacar é esperar, controlar-se, buscar o equilíbrio e reforçar a proteção. Para proteger, é necessário respirar e se encher de energia qualificada, purificando cada célula do corpo.

Outrossim, com o benefício da respiração controlada, aprende-se a trabalhar a ansiedade de querer estar sempre tomando decisões precipitadas, interrompendo, com isso, o ciclo natural da energia dentro de cada um.

Quando se praticam atos violentos ou impensados, as conseqüências são logo notadas pelo excessivo desgaste, perdendo-se muito tempo e energia para, novamente, alcançar a harmonia e o equilíbrio, algo inacessível quando não se recupera a respiração e o autocontrole.

Os limites que podem ser atingidos em estados alterados, bem como a técnica que se deve utilizar para retornar ao estado de equilíbrio, dependem, antes de qualquer coisa, de se possuir conhecimento de suas próprias características. Quando se busca esse autoconhecimento, pode-se entender melhor toda a dinâmica dos movimentos que ocorrem, sempre, num macro e micro cosmos.

Nas técnicas do Aikido, todo o movimento se inicia a partir de nosso centro (micro) e se expande até envolver o outro praticante (uke) no mesmo caminho ao qual a energia vai se moldando (macro).

Dentro de todo o movimento de Aikido, sempre acontece esse pequeno e grande deslocamentos, envolvendo a capacidade de concentração na respiração. Quanto mais concentrados no fluxo respiratório dentro de si mesmos, mais se pode relaxar e ter uma consciência cada vez maior da cinemática envolvida nas técnicas.

Kokyu (respirar) é a palavra que define todos os movimentos dentro das espirais de energia trabalhadas através dos chakras e expandidas no movimento de cada técnica praticada no Aikido.

A respiração é extremamente importante para todo e qualquer movimento. Sempre que se esquece a forma correta de respirar, cansa-se mais rapidamente e se torna mais comum se desconcentrar no movimento.

Quando entendemos melhor o caminho percorrido pela respiração no nosso próprio corpo, entendemos o que é relaxamento. Se nos concentrarmos na nossa respiração e relaxarmos em cada movimento, conseguimos uma melhor desenvoltura nas técnicas e, consequentemente, um melhor condicionamento físico.

Quando não se entende o caminho percorrido pela energia da respiração no corpo, limita-se o seu desempenho, expõe-se às contusões e fraturas, além de não se aproveitar o melhor de todo o treinamento, que é o alongamento.

Ao oxigenar-se todo o corpo através de uma melhor respiração, relaxamento e alongamento em cada técnica praticada, sente-se uma sensível melhora na saúde.

Sentimo-nos mais dispostos, atentos e preparados para o dia a dia, as vicissitudes da rotina e para se vencer os maiores inimigos de qualquer um: suas próprias limitações e imperfeições.

No Aikido busca-se encontrar a verdade interior e somente se pode conhecê-la, por meio da busca incansável da perfeição. Superando cada vez mais os próprios limites, e através da respiração, expandindo a consciência para níveis cada vez mais elevados da compreensão do Universo.

Com uma maior concentração no caminho que a energia da respiração percorre no nosso interior, consegue-se superar os próprios limites, evoluindo e aprendendo cada vez mais intensamente. Nosso corpo fala e, através da respiração, consegue-se ouvi-lo e tudo ao seu tempo vai se modificando e melhorando.

Quando se percebe a necessidade de se estar atento à respiração, pode-se, realmente, começar a aprender o quê é o AIKIDO.

* Maria Cristina Cuono Pereira é graduada em Aikido (Faixa-Preta 3º Grau – Sandan) pela Academia Central de Aikido de Natal.

Colaboração: www.aikidorn.com.br


Aikidô Natal – 10 Anos de Aikidô – Novos Graduados da Academia Central de Natal/RN

24/11/2009

Conforme prometido, segue a lista dos novos graduados da Academia Central de Aikidô de Natal (em ordem alfabética). Os novos graduados receberam seus títulos na presença do Mestre Reishin Kawai, 8º Dan de Aikidô, introdutor e representante do Aikidô no Brasil e do Sensei Rodrigo Martins, Fundador da Academia de Aikidô de Natal em 1999.

O evento foi parte da comemoração dos 10 anos de Aikidô em Natal/RN. Participaram também do evento o Sensei Rogério Paudejuenas (PB), Sensei Henrique (PE), e o Sensei Daniel (BA).

Atualmente Sensei Rodrigo reside nos EUA e a Academia Central de Aikidô de Natal está sob a direção de seus seguidores mais antigos: Marco Antonio Rocha, James Araújo, Sérgio Pellissari e Gabriel Lopes.

NOVOS GRADUADOS

Shodan – Faixa-Preta 1° Grau

Alberto Sérgio G. Chagas

Beethoven Feitosa Gouveia

Cristiana Silva Barbosa

Cristiano Baia F. Araujo

Diego Fernandes Sales

Francisco A. Feitosa Junior

Francisco Laurentino Pontes

Frank Düesberg

José Francisco Cosme Silva

Leonardo Carneiro Ventura

Louise Leiros F. Siqueira

Luiz Augusto O. Souto

Marcos José Nascimento

Marcos William Pontes

Paulo Wanderley Sá Leitão Neto

Roberta Macedo Xavier

Nidan – Faixa-Preta 2° Grau

Hellen Suely dos S. L. Paiva

Marcelo Murilo G. dos Santos

Sandan – Faixa-Preta 3° Grau

Cristos Xenophon Aravanis

Israel Felix de Lima Junior

Marcus Vinicius Andrade Brasil

Maria Cristina Cuono Pereira

Maroni Costa Leitão

Giovanni Nóbrega de Paiva

Colaboração: www.aikidorn.com.br


Kawai Shihan em Natal/RN – 10 anos de Aikidô em Natal – Exames de Dan

09/11/2009

No final de semana dos dias 31/10/2009 a 02/11/2009, ocorreu na cidade Natal, estado do Rio Grande do Norte, as comemorações pelos 10 anos de Aikidô Kawai Shihan naquela capital. O evento deu-se na Academia Central de Aikidô de Natal com a presença do Sr. Reishin Kawai, 8º Dan de Aikidô e introdutor da arte no Brasil.

Dentre os convidados, além do Kawai Shihan e de sua filha Cristina Kawai, o evento contou com a presença de Rodrigo Martins Sensei, responsável pela Academia Central de Aikidô de Natal e pela introdução do Aikidô da linhagem do fundador Morihei Ueshiba na cidade do Natal e dos demais Sensei(s) da Academia de Natal (Marco Antonio, James Carlos, Sérgio Pellissari e Gabriel Lopes).

De outros estados vieram: Rogério Sensei, representando o estado da Paraíba; Henrique Sensei, representando Pernambuco e Daniel Sensei, representando a Bahia e colegas da Academia de Natal em outras cidades (São Paulo/SP, Parnamirim/RN, Mossoró/RN). Além dos ilustres convidados, alunos dos respectivos mestres compareceram ao evento.

O evento teve início no dia 31/10/2009 com um treino de abertura ministrado por Rodrigo Sensei. Após o treino, os participantes saíram em comitiva ao aeroporto da cidade do Natal (em Parnamirim) para fazer as boas vindas ao Mestre Reishin Kawai e sua filha Cristina.

No dia 01/11/2009, domingo, logo às 07:00h da manhã, os candidatos a aquisição de grau e mudança de grau já estavam perfilados no tatame da Academia Central de Aikidô de Natal para receber o avaliador Kawai Shihan. O exame se deu, como de costume, em uma atmosfera de confiança, alegria e descontração.

Após os exames, aqueles que participavam, foram prestigiar a presença do Mestre Kawai em um almoço no restaurante Sal e Brasa e depois, outra comitiva o levou ao aeroporto para seu retorno a São Paulo.

No final da tarde do mesmo dia, às 16:00h, os alunos da Academia Central de Aikidô de Natal e seus convidados participaram em peso do último treino do dia ministrado por Rodrigo Sensei.

Na noite do referido dia, por volta das 19:30h, deu-se a festa do evento comemorativo aos 10 anos de Aikidô em Natal com a participação no palco da Academia Central de Aikidô da violonista e aluna da Academia, a Srta. Mariana; apresentação da cantora e também aluna da Academia Central, Srta. Themis; da apresentação de Rodrigo Sensei, Leonardo (Ex Tricor), e Aleksej também alunos da Academia Central e Marco Antonio Sensei e seu filho Yuri.

Por fim, em 02/11/2009, segunda-feira, ocorreu às 08:00h da manhã, o treino de encerramento do evento com a presença dos alunos e dos convidados dos vários estados para encerrar as festividades dos 10 anos de Aikidô Kawai Shihan em Natal/RN.

Em breve será publicada a lista com os novos graduados da Academia Central de Aikidô de Natal.

 

Conheça o aikidô

Aikidô Kawai Shihan – União Sul Americana: www.aikidokawai.com.br

Aikidô em Natal: www.aikidorn.com.br

Aikidô em Pernambuco: www.aikidope.com.br

Aikidô na Paraíba: www.aikidopb.com

Aikidô na Bahia: www.aikidobahia.com.br

 

Colaboração: www.impressione.wordpress.com


Aikidô: luta japonesa desenvolve habilidades profissionais – Uol Economia

05/10/2009

O maior motivo para a tensão dos profissionais de TI (tecnologia da informação) é a instabilidade, típica da profissão. Para combater este mal, que leva ao estresse, os executivos da área apostam em atividades diferenciadas.

O Aikidô, arte marcial criada no Japão em 1942 e que ensina o espírito japonês de amor às forças da natureza, é um exemplo destas atividades. Além de promover o bem-estar, ela ainda capacita o profissional para o ambiente corporativo.

Vantagens da prática

Para o diretor comercial da CSF Storage – empresa de tecnologia – Moacir Ladeira, é uma luta essencialmente defensiva, baseada em movimentos fluidos e circulares que ajudam a desenvolver a disciplina e organização, por meio de técnicas que podem incluir armas como espadas, facas de madeira e bastão.

Para ele, é um verdadeiro exercício de autocontrole. “Aprendemos com paciência e com concentração a controlar os atos e avaliar os caminhos que queremos seguir e onde devemos chegar“, explicou.

Colaboração: http://economia.uol.com.br


Shomenuchi Ikkyo – Contrário aos princípios do Aikidô? – Por Stanley Pranin

02/07/2009

Shomenuchi ikkyo é provavelmente a técnica mais praticada do Aikidô. Muitos instrutores vêem essa técnica como o pilar do Aikidô básico e frequentemente começam a prática em suas aulas com shomenuchi ikkyo omote. Além disso, é dito que o fundador ensinou muito essa técnica tanto antes como depois da guerra.

Como essa técnica é tipicamente praticada hoje em dia nos dojô(s) de Aikidô? O ukê inicia o ataque com um golpe shomenuchi contra o tori. O tori recebe o golpe, empurra o braço do atacante para trás ou para o lado enquanto dá um passo com o pé de trás para desequilibrar o atacante, e finalmente aplica o ikkyo. Esta é, claro, uma maneira muito simplificada de descrever o que é de fato um complexo processo físico, mas qualquer aikidoka reconhecerá o padrão de movimento que descrevi.

Eu tenho praticado esta técnica por anos, como está descrita acima, em aulas com diversos professores. Eu sempre considerei shomenuchi ikkyo omote difícil de ser executado com perfeição porque a coordenação do momento de se encontrar com o ataque shomenuchi é o ponto crítico. Se o praticante estiver um segundo atrasado ao responder o golpe de ataque, a técnica pode se tornar um choque de forças opostas que termina com uma batalha para se determinar quem tem o movimento de quadril mais estável ou maior força nos braços e ombros. Ela contrasta com outras técnicas básicas do Aikidô como yokomenuchi shihonage, munetsuki kotegaeshi, e várias outras, em que o objetivo é se retirar da linha de ataque, se unir à energia que se aproxima, e então aplicar uma técnica apropriada e depois uma imobilização. Nestas a força não é o mais importante porque a técnica não envolve confrontação direta. Estas técnicas são claramente do “tipo aiki” em suas manifestações físicas. 

Por muito tempo eu atribuí minha dificuldade em executar o shomenuchi ikkyo à minha inabilidade de compreender o conceito fundamental ou à minha técnica ainda fraca. Então, em 1973, 11 anos após começar no Aikidô, eu entrei em contato com um método diferente de prática. Passei um mês em Shingu, na prefeitura de Wakayama, treinando com Michio Hikitsuchi Sensei. A forma que o Sensei Hikitsuchi adotava se dava com o tori realmente iniciando a técnica, executando um atemi contra a cabeça do ukê. O ukê, apesar de ser quem seria arremessado, era forçado a proteger sua cabeça bloqueando o atemi, e então, estando desequilibrado, ele seria facilmente arremessado. Praticar dessa maneira era novidade para mim, e não gostei disso. O ritmo do treino era muito rápido, e, no papel de ukê, assim que me levantava de uma queda, a mão do meu parceiro já estava novamente no meu rosto. Eu pensei “como isso pode ser Aikidô, se eu, o atacante, estou sendo atacado”?

Alguns anos depois, em 1977, eu me mudei de vez para o Japão, e treinei no Dojô de Iwama com Morihiro Saito Sensei. Lá o shomenuchi ikkyo era praticado de maneira semelhante. O tori iniciava a técnica com um atemi, o ukê bloqueava e era então arremessado e imobilizado. Saito Sensei declarou que era assim que a técnica era ensinada pelo fundador Morihei Ueshiba nos anos que se seguiram a segunda Guerra Mundial. Finalmente eu me acostumei a praticar o shomenuchi ikkyo desta forma e não mais tive dificuldade em executar a técnica.

Mais tarde, em 1981, enquanto entrevistava um dos ushideshi de Morihei Ueshiba Sensei de antes da guerra, eu vi pela primeira vez o manual técnico Budô ao qual sempre nos referimos nas páginas do Aiki News. O Fundador descreve a execução correta do shomenuchi ikkyo com as seguintes palavras: “1) avance com a perna direita e ataque o rosto do parceiro com a mão direita. Seu parceiro bloqueia com a mão direita. 2) Segure o pulso direito do parceiro com sua mão direita e seu cotovelo firmemente com sua mão esquerda. 3) Movendo o quadril, traga o braço do parceiro de forma espiral para baixo na sua frente, então dê um passo largo com sua perna esquerda. 4) Puxe a sua perna direita em frente. 5) Pressione seu joelho esquerdo contra a área da axila direita do parceiro e com a mão direta segurando seu pulso, estenda o braço do ukê e faça a imobilização.” (AN#48, pp. 8-9).

É claro que o fundador praticava esta importante técnica básica em 1938 quando Budô foi publicado. Alguns dizem que as técnicas publicadas neste manual representam o aiki budô de antes da guerra, e que as técnicas do fundador mudaram após a guerra. Eles estão certos, mas só até certo ponto. Existem claras evidências de que Ô-Sensei ensinava muitas técnicas básicas de Aikidô de uma maneira muito semelhante ao seu estilo anterior à guerra mesmo depois, durante o período de Iwama e ao menos até meados de 1950. Nos filmes do fundador durante seus últimos anos, ele executa o shomenuchi ikkyo omote sem mover muito os pés, mas ele nunca espera muito pelo atacante para desferir um poderoso ataque sobre a cabeça. Ele está sempre à frente do ataque e nunca se choca com o ukê. Eu atribuo a falta de um claro trabalho de pés e de taisabaki neste ultimo estágio de sua vida à sua idade avançada e dificuldade de se mover livremente como antes.

Pessoalmente, eu considero as explicações do fundador sobre as técnicas básicas contidas nas páginas do Budô e como ensinadas no período de Iwama como sendo a “gramática” do Aikidô. O Aikidô pode agora ser raramente ensinado desta forma, mas nossa compreensão histórica da arte avançou a um ponto em que a técnica e a metodologia pedagógica de Morihei Ueshiba estão bem documentadas. E fica evidente que estes métodos ainda são considerados importantes, visto a recente autorização do Doshu Kisshomaru Ueshiba para a publicação de uma tradução para o inglês do Budô, pela prestigiosa editora Kodansha. Além disso, espera-se para breve uma reedição do livro em japonês.

O Aikidô, devido às suas características próprias como uma arte marcial ética, parece destinado a atrair muitas pessoas pelo mundo. Como tal, seu conteúdo técnico passará por uma análise detalhada e a arte será comparada às outras artes marciais. Se técnicas feitas como se fossem uma dança e praticadas de maneira descuidada, que contrariam as bases marciais fundamentais do Aikidô de Morihei Ueshiba, forem usadas como exemplo para tais comparações, temo que o Aikidô será considerado despido de um sentido técnico. Praticantes avançados de Aikidô, e particularmente quem tem um dojô sob sua responsabilidade, tem o dever para com eles mesmos e para com a arte de reavaliar o conteúdo de seu treinamento constantemente. Os ataques durante a prática são sinceros e fortes? O equilíbrio do atacante é quebrado antes que se aplique pressão ou antes da execução de uma queda? A queda é bem executada e seguida de um movimento de imobilização eficiente que impede qualquer fuga? Essas coisas devem sempre ser lembradas. E, finalmente, apesar de não podermos aprender diretamente do fundador, seu legado permanece para todos os que buscam explorar a genialidade de suas teorias e técnicas.

Tradução: Jaqueline Sá Freire – Hikari Dojo – RJ

Colaboração: www.aikidojournal.com


Quem foi KISHOMARU UESHIBA ?

18/06/2009

Kishomaru Ueshiba foi o filho caçula de Morihei Ueshiba, fundador do Aikidô. Nasceu na cidade de Ayabe no dia 27 de Junho de 1921.

Kishomaru começou a treinar seriamente enquanto era adolescente no ano de 1937 e, em 1938, já aparecia recebendo ukemi de seu pai no livro BUDÔ. Ele se tornou o diretor do Kobukan Dojô enquanto ainda estudava na universidade em 1942, logo após a retirada de seu pai para Iwama. Em 1946, se formou pela universidade de Waseda em Economia.

Depois da guerra, no começo de 1948, Kishomaru supervisionou o desenvolvimento do novo Aikikai Hombu Dojô. Ficou empregado por alguns anos em uma empresa de seguros até largar este emprego definitivamente em 1955 e dedicar-se totalmente ao crescimento da Aikikai. Em 1957, Kishomaru publicou seu primeiro livro sobre Aikidô que tornou-se um sucesso sendo editado diversas vezes. Desde então, ele foi autor de mais de 20 volumes sobre a arte.

Em 1963, Kishomaru fez sua primeira viagem internacional para os Estados Unidos e, subsequentemente, viajou em diversas ocasiões para a América do Norte, do Sul e Europa. Kishomaru Ueshiba teve papel fundamental na expansão e divulgação da organização Aikikai em torno do mundo. Sua influência técnica também foi muito grande.

Kishomaru gradualmente modificou o currículo técnico da Aikikai reduzindo o número de técnicas ensinadas e padronizando a nomenclatura. O seu estilo de movimentos fluídos ainda é utilizado em diversos dojôs.

Após a morte de seu pai em 1969, Kisshomaru herdou o título de Doshu que significa “O Guardião do Caminho.”

Kishomaru esteve em visita ao Brasil nos anos de 1978 e 1990.

No dia 04 de Janeiro de 1999, Kishomaru faleceu aos 77 anos.

Colaboração: www.aikidobr.com.br


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